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UCRÂNIA - O grupo paramilitar russo Wagner, que está na linha de frente no conflito na Ucrânia, afirmou na sexta-feira (3) que a cidade de Bakhmut, leste do país, está "praticamente cercada" e pediu ao presidente Volodimir Zelensky que ordene a retirada das tropas.

A batalha de Bakhmut, uma cidade industrial com uma importância estratégica questionável, começou em meados do ano passado e provocou muitas baixas dos dois lados.

A cidade virou um símbolo da guerra, por ser o epicentro dos combates entre russos e ucranianos há vários meses.

As forças russas avançaram nas últimas semanas para o norte e sul de Bakhmut. Em seguida cortaram três das quatro rodovias utilizadas para o abastecimento das tropas ucranianas na cidade.

As unidades Wagner têm Bakhmut praticamente cercada, resta apenas uma rodovia para sair da cidade", declarou o fundador e comandante do grupo paramilitar, Yevgueny Prigozhin, em um vídeo publicado no Telegram.

Prigozhin pediu a Zelensky - que havia prometido defender Bakhmut "pelo maior tempo possível - que ordene a retirada das tropas ucranianas da cidade, em grande parte destruída.

"Se antes enfrentávamos um exército ucraniano profissional, que lutava contra nós, hoje vemos cada vez mais velhos e crianças. Eles lutam, mas a vida deles em Bakhmut é curta, um ou dois dias”, alertou Prigozhin.

"Dê a oportunidade para que abandonem a cidade, está praticamente cercada", acrescentou o comandante do grupo Wagner.

O vídeo mostra em seguida três pessoas, um idosos e dois jovens, que pedem a Zelensky permissão para deixar a região.

 

- Combates intensos -

O comando militar ucraniano admitiu na terça-feira uma situação "extremamente tensa" em Bakhmut diante dos ataques russos.

No mesmo dia, Zelensky citou um aumento da "intensidade dos combates" ao redor da cidade, que tinha quase 70.000 habitantes antes do conflito. Atualmente restam 4.500, segundo as autoridades locais.

O Estado-Maior ucraniano não revelou detalhes sobre a situação em Bakhmut nesta sexta-feira e limitou-se a destacar que o exército impediu 85 ataques russos no país nas últimas 24 horas.

Na quarta-feira, o porta-voz do comando leste do exército ucraniano, Serguii Cherevaty, negou à AFP as versões de que uma retirada estava em curso em Bakhmut.

 

- Incursão na Rússia -

O fundador do grupo Wagner fez as afirmações um dia após um incidente na região russa de Briansk, perto da fronteira, que segundo Moscou foi uma incursão de "sabotadores" ucranianos.

De acordo com as forças de segurança da Rússia, o grupo abriu fogo contra um carro e matou dois civis, além de ter deixado uma criança ferida, na localidade de Lyubechane.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que "medidas serão adotadas para evitar eventos semelhantes no futuro". Ele também disse que "conclusões serão tiradas após a investigação" sobre o suposto ataque.

A presidência ucraniana desmentiu as acusações e afirmou que o incidente foi uma "provocação deliberada" da Rússia para justificar a invasão.

O Comitê de Investigação russo anunciou que enviou uma equipe ao local e que a situação está "sob controle das forças de segurança". O Serviço Federal de Segurança (FSB) afirmou que encontrou uma "grande quantidade de explosivos" na região.

As autoridades russas reportaram esta semana vários ataques com drones ucranianos na Crimeia, uma península anexada pela Rússia em 2014. Pela primeira vez, um drone caiu na região de Moscou, sem provocar danos ou vítimas.

Nesta sexta-feira, fontes das forças de segurança citadas pela agência TASS relataram a explosão de um drone na região Kolomna, 100 km ao sudeste de Moscou.

 

- Biden recebe Scholz em Washington -

Na frente diplomática, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebe nesta sexta-feira em Washington o chefe de Governo da Alemanha, Olaf Scholz.

O porta-voz do chanceler alemão disse que a reunião terá o objetivo de debater a evolução do conflito na Ucrânia e o apoio que os aliados podem oferecer a Kiev.

Peskov fez um alerta contra novas entregas de armas ocidentais à Ucrânia.

O fornecimento de armas "não terá um impacto decisivo no resultado da ofensiva (na Ucrânia), mas é óbvio que prolongará este conflito, com tristes consequências para o povo ucraniano", disse.

 

 

AFP

UCRÂNIA - Na Ucrânia, combates intensos continuam a travar-se na região do Donbass e, em particular, na província de Donetsk. Bakhmut e Avdiivka são alguns dos pontos críticos, onde os combates não poupam os civis que não querem deixar as suas casas.

A cidade de Avdiivka, ainda nas mãos da Ucrânia, fica a 15 quilómetros de Donetsk, capital da região com o mesmo nome, mas controlada pelos russos. Na cidade, viviam 30 mil pessoas, mas hoje permanecem apenas 2500 pessoas, incluindo 44 crianças que vivem sob constantes bombardeamentos.

Muitos habitantes não querem deixar as suas casas, apesar de não haver eletricidade há 10 meses.

“Não há condições de segurança para tentar reparar a rede, alguns operacionais ficaram feridos quando tentaram fazê-lo”, explica o chefe da administração militar da cidade. Não há água nem gás. A ajuda humanitária chega por via militar, com caixas para um mês de sobrevivência providenciadas por ONGs estrangeiras e pelo Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas.

Em declarações à RFI, Vitali Barabash revela que a situação se deteriorou muito nas últimas duas semanas.

“Não sabemos exactamente o que está na cabeça deles, mas sabemos quais são os seus objetivos - querem tomar toda a região de Donetsk e Luhansk. Por isso, precisam de tomar Avdiivka. Mas, além disso, precisam de controlar Karlivka que é um reservatório de água para metade da região. Na guerra é impossível atravessar algo tão grande. O maior problema que temos é que se tomarem Avdiivka, vão ficar com o controlo de Karlivka. E não haverá fornecimento de água aos civis da região”, explica o responsável militar.

Se tomarem Karlivka, a cidade de Prokovsk estará ao alcance da artilharia do inimigo. Para esta cidade, ponto de entrada e saída do Donbass, têm convergido muitos dos que foram saindo das zonas ocupadas de Donetsk, como Avdiivka ou Bakhmut, situada mais a leste, onde os combates prosseguem num raio de 10 a 15 quilómetros.

Bakhmut tornou-se um símbolo para ambas as partes na guerra. Ucranianos e russos empenharam aqui enormes recursos humanos com muitas baixas entre os soldados. Todos os relatos que vêm de Bakhmut utilizam adjetivos provavelmente incapazes de descrever a situação: catastrófica, assustadora, inumana, infernal.

Os russos pretendem avançar o mais possível na região de Donetsk. Os ucranianos fazem questão de resistir, mas consideram que deixar cair Bakhmut não é militarmente relevante para conter a ofensiva russa. Vários analistas militares sugerem que a Ucrânia está propositadamente a obrigar a Rússia a gastar muitos recursos numa pequena franja de território.

José Pedro Frazão, em serviço especial para a RFI, descreve a situação em que vivem os civis sujeitos aos efeitos dos combates nalgumas das cidades da linha da frente desta guerra.

 

 

por José Pedro Frazão / RFI

FINLÂNDIA - A Finlândia começou a construir um muro de 200 km de extensão em um trecho de sua fronteira com a Rússia.

O objetivo é aumentar a segurança na região e impedir a entrada em massa de imigrantes russos, segundo autoridades finlandesas.

A Finlândia divide com a Rússia a maior fronteira de toda a União Europeia - no total, são 1.340 km. Atualmente, a fronteira é delimitada em grande parte por cercas de madeira destinadas a impedir a passagem de gado.

No entanto, dado o aumento do número de russos entrando na Finlândia para escapar do recrutamento militar (pelo qual seriam forçados a lutar na guerra na Ucrânia), a Finlândia decidiu construir uma barreira.

A Guarda da Fronteira da Finlândia explicou à BBC News que o muro, erguido na zona mais densa e arborizada da fronteira será de metal e terá três metros de altura, com arame farpado no topo.

Nos setores considerados mais delicados, também serão instaladas câmeras de visão noturna, fontes de luz e alto-falantes.

 

Barreira de metal

O trabalho de construção começou na terça-feira (28/2) perto de Imatra, uma cidade de 26 mil habitantes no sudeste do país.

Ali, a mata começou a ser derrubada para construir uma estrada e instalar a barreira de metal, informou a Guarda Fronteiriça em comunicado. Este projeto-piloto de 3 km está previsto para terminar em junho.

Nesta seção, as autoridades farão um experimento para avaliar se a cerca resiste às geadas do inverno, ao peso da neve ou ao fluxo de pessoas que podem vir do leste, informou o The Odessa Journal.

A construção de outros 70 km (também no sudeste) ocorrerá entre 2023 e 2025.

O custo total dos 200 km de muro é estimado em US$ 400 milhões (cerca de R$ 2 bilhões).

 

Mudanças

Embora a fronteira entre a Rússia e a Finlândia tenha "funcionado bem" no passado, o brigadeiro-general finlandês, Jari Tolppanen, disse à agência de notícias AFP que a guerra na Ucrânia mudou "fundamentalmente" a situação de segurança da região.

A Finlândia aprovou novas emendas à sua Lei de Guarda de Fronteira em julho de 2022 para permitir a construção de barreiras mais fortes.

Em setembro daquele mesmo ano, muitos russos começaram a chegar ao país depois que o presidente do país, Vladimir Putin, ordenou a mobilização de reservistas para lutar na Ucrânia.

Estônia, Letônia e Polônia, que também fazem fronteira com a Rússia, também aumentaram a segurança em suas fronteiras ou estão considerando fazê-lo.

 

Ingresso na Otan

Após a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro do ano passado, tanto a Finlândia quanto a Suécia decidiram ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) o mais rápido possível, depois de permanecerem neutros por anos.

Na quarta-feira (1/3), o Congresso finlandês aprovou por larga maioria a sua entrada na Otan, por 184 votos a favor a 7 contra.

O país enfrenta menos dificuldades diplomáticas do que a Suécia, e o governo quer continuar avançando mesmo antes das eleições gerais, em abril.

Enquanto isso, Finlândia e Suécia já contam com o apoio de quase todos os países membros da Otan, exceto dois.

Turquia e Hungria ainda não aprovaram sua entrada na aliança militar.

 

 

- Texto originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/articles/c10ey51lr4go

PROVÍNCIA DE DONETSK – Forças russas intensificaram nesta terça-feira sua campanha para cercar a cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia, onde o comandante das forças terrestres ucranianas descreveu a situação como “extremamente tensa”.

As forças russas, incluindo combatentes mercenários do Grupo Wagner, estão tentando cortar as linhas de abastecimento dos defensores ucranianos para a cidade, cenário de algumas das batalhas mais sangrentas da guerra, e forçá-los a se render ou se retirar.

Isso daria à Rússia sua primeira grande conquista em mais de meio ano e abriria caminho para a captura dos últimos centros urbanos remanescentes na região de Donetsk, que Moscou afirma ter anexado junto com outras três regiões ucranianas.

“Apesar das perdas significativas, o inimigo lançou as unidades mais preparadas da Wagner, que estão tentando romper as defesas de nossas tropas e cercar a cidade”, disse o coronel-general Oleksandr Syrskyi da Ucrânia em uma plataforma de mensagens militares.

A agência de notícias russa RIA divulgou um vídeo que disse mostrar caças russos Su-25 voando sobre Bakhmut. “Estamos felizes por eles serem nossos”, disse um homem no clipe identificado como um combatente de Wagner, acrescentando que os jatos os ajudaram “psicologicamente”.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, que descreveu Bakhmut como “nossa fortaleza” que precisa ser defendida até o fim, afirmou em seu discurso de rádio noturno que as forças russas “estão constantemente destruindo tudo o que pode ser usado para proteger nossas posições de fortificação e defesa”.

Os militares da Ucrânia disseram que a Rússia também estava bombardeando assentamentos em torno de Bakhmut, que tinha uma população pré-guerra de cerca de 70.000, mas agora está em ruínas após meses de intensa guerra de trincheiras.

“No último dia, nossos soldados repeliram mais de 60 ataques inimigos”, disseram os militares no início da terça-feira, referindo-se a Bakhmut e áreas próximas do leste, acrescentando que as forças ucranianas repeliram os ataques russos às vilas de Yadhidne e Berkhivka, nas proximidades ao norte de Bakhmut.

O analista militar ucraniano Oleh Zhdanov disse que as forças russas abriram uma barreira entre essas vilas.

“A parte sul de Bakhmut é a única área que pode ser descrita como sob controle ucraniano. Em todos os outros distritos, a situação é imprevisível… É impossível dizer onde está a linha de frente”, declarou ele em um comentário em vídeo.

 

YELLEN EM KIEV

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, tornou-se a mais recente autoridade ocidental graduada a visitar a capital ucraniana, prometendo assistência e mais medidas para isolar a Rússia após reuniões com Zelenskiy e outras autoridades.

O chefe dela, o presidente norte-americano, Joe Biden, foi lá há uma semana para marcar o primeiro aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia.

 

“A América ficará com a Ucrânia o tempo que for necessário”, disse Yellen ao primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, na segunda-feira.

 

 

Por Leonardo Benassatto / REUTERS

RÚSSIA - A Rússia afirmou nesta segunda-feira (27) que o plano proposto na semana passada pela China para soluciona o conflito na Ucrânia "merece atenção", mas que as condições necessárias para uma solução "pacífica" não estão reunidas no momento.

"Consideramos o plano de nossos amigos chineses com grande atenção (...) É um processo longo. No momento, não vemos as premissas para que o assunto possa seguir uma via pacífica", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

"A operação militar especial (na Ucrânia) continua", acrescentou.

Na sexta-feira, quando a ofensiva russa completou um ano, a China publicou um documento de 12 pontos que pede a Moscou e Kiev o início de negociações de paz.

Enquanto a China busca o espaço de mediação no conflito, sua posição de aliada da Rússia a desqualifica aos olhos das potências ocidentais, que apoiam a Ucrânia.

Rússia e Ucrânia não demonstraram até o momento nenhuma vontade séria de iniciar negociações e reagiram com prudência à proposta chinesa.

Ao mesmo tempo, o Kremlin chamou nesta segunda-feira de "absurdo" o novo pacote de sanções imposto pela União Europeia (UE) à Rússia na sexta-feira, que afeta 121 indivíduos e instituições.

"Tudo isto é absurdo. Vemos que impõem sanções a qualquer um (...) apenas para elaborar novas listas", afirmou Peskov, antes de acrescentar que as medidas não devem afetar as pessoas citadas.

 

 

por AFP

UCRÂNIA - Em pronunciamento à população ucraniana na sexta-feira (24), dia em que a invasão russa completa um ano, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que “derrotará todos” e que fará o possível para dar fim ao conflito em 2023.

“Somos fortes. Estamos preparados para tudo. Derrotaremos todos, porque somos a Ucrânia”, disse o ucraniano. “Nunca os perdoaremos. Nunca descansaremos até que os assassinos russos sejam punidos. Pelo tribunal internacional, pelo julgamento de Deus ou por nossos soldados.”, completou.

Ainda nesta sexta-feira, o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, anunciou através do Facebook que prepara uma contraofensiva ao exército russo.

"Atacaremos com mais força e a partir de distâncias maiores, no ar, em terra, no mar e no ciberespaço. Nossa contraofensiva vai acontecer. Estamos trabalhando duro para prepará-la”, escreveu.

 

 

REDE TV!

UCRÂNIA - A história do mundo é praticamente indistinguível da história da guerra. Após um hiato de 75 anos em que as nações desenvolvidas evitaram confrontos, a guerra voltou à Europa, o crisol das duas guerras mundiais. Vai esta guerra humilhar Vladimir Putin e desencorajar outros agressores, forjando uma nova paz? Ou intensificará os atritos entre potências, consolidando uma nova guerra fria que pode escalar para uma guerra quente e finalmente uma nova guerra mundial?

Em favor da primeira opção, o assalto de Putin produziu o inverso de seu intento inicial: o mito do poderio russo desmoronou; as nações ocidentais reagiram com uma solidariedade sem precedentes, galvanizaram a Otan e isolaram como nunca a Rússia; os ucranianos estão mais inclinados a integrar o Ocidente e fortalecer sua democracia, e sua contraofensiva recuperou amplos pedaços de seu território.

Por outro lado, se o desempenho do exército russo foi pior do que o esperado, o de sua economia foi melhor. Suas exportações foram canalizadas para grandes mercados como China, Índia e outros na Ásia, África e América Latina. Já a economia ucraniana agoniza e depende de um Ocidente que dá sinais de dissensos sobre até onde deve manter seu apoio. O tempo está a favor da Rússia.

Como já dissemos nesta página em junho do ano passado: “Idealmente, Ucrânia e Rússia estariam provendo o mundo com energia e alimento abundantes. A Ucrânia seria uma ponte entre a Europa e a Rússia, a qual seria uma ponte entre o Ocidente, a China e o Oriente, em um mundo seguro e economicamente aberto. Mas esse ideal de paz, justiça e prosperidade nunca esteve tão distante”. Hoje, está ainda mais.

Idealmente, o conflito deveria terminar com paz e justiça. Mas essa combinação é impraticável por uma dissonância entre o poder e a legitimidade: as ambições de Putin são ilegítimas, mas ele tem poder para ferir a Ucrânia e ameaçar o mundo. Se a platitude esposada por muitos, como o presidente Lula, de que “quando um não quer, dois não brigam”, é equivocada ante uma invasão criminosa, o fato é que uma guerra só termina quando as duas partes querem. E não há sinal dessa disposição por parte da Rússia – e tampouco da Ucrânia, que, a exemplo do que faria qualquer país soberano, não aceitará passivamente a pilhagem de seu território por um regime delinquente.

Há um limite nos objetivos dos adversários dos russos: assegurar a soberania e a democracia da Ucrânia e restaurar as fronteiras pré-2022 – no máximo as de 1991. Os objetivos de Putin são ilimitados: retomar a Ucrânia e outras partes do império russo. Ele está mobilizando a Rússia para um confronto civilizacional contra o Ocidente que pode durar toda uma geração. Para tanto, busca o apoio da China e conta com o esmorecimento da resolução ocidental – meta que poderia ser atingida com uma eventual eleição de Donald Trump em 2024.

O Ocidente precisa se preparar para essa guerra longa, de imediato fornecendo mais armas para que a Ucrânia ganhe posições na batalha. Com tanques e eventualmente caças, isso é possível. Ainda assim, será preciso se preparar para as retaliações de Putin. Isso implica modernizar arsenais para dissuadi-lo de uma escalada e concertar meios de financiar e armar a Ucrânia para garantir sua resiliência, eventualmente integrando-a à União Europeia e mesmo à Otan. Mais do que isso, terá de vencer a batalha da opinião pública em seus países e no mundo. A resiliência ocidental pode afinal virar a mesa, levando o povo russo a se dar conta de que não pode vencer a guerra e a forçar o Kremlin a uma solução de compromisso.

Os dilemas atuais foram resumidos por Henry Kissinger: “A busca pela paz e a ordem tem dois componentes que são por vezes tratados como contraditórios: a busca de elementos de segurança e a exigência de atos de reconciliação. Se não pudermos conquistar ambos, não atingiremos nenhum”. Manter o equilíbrio desses elementos, balanceando a força e a diplomacia, é crucial neste momento em que o mundo está numa posição equidistante e volátil entre uma nova paz e uma nova guerra mundial.

 

 

por Notas & Informações

ESTADÃO

UCRÂNIA - O diretor dos serviços secretos militares ucranianos afirmou ontem, 22, na edição ucraniana da revista Forbes, que Moscovo já iniciou a esperada "grande ofensiva" no leste da Ucrânia, mas faltam-lhe mísseis e munições para alcançar os seus objetivos estratégicos.

"A grande ofensiva que eles têm em mente já está em marcha", declarou Kyrylo Budanov, apesar de esta ser, acrescentou, pouco percetível devido às carências em matéria de armamento e de munições das forças russas.

Segundo o responsável máximo dos serviços secretos militares ucranianos, "o objetivo estratégico de Moscovo é chegar antes de 31 de março às fronteiras administrativas das regiões de Lugansk e Donetsk", dois territórios do leste da Ucrânia que a Rússia parcialmente ocupa e nos quais decorrem os combates mais intensos.

Budanov mostrou-se convicto de que o Kremlin não tem condições para cumprir tal objetivo, dado o ritmo acelerado a que está a esgotar munições e mísseis e ao pouco treino dos novos soldados que mobilizou.

Segundo o responsável, nem a produção da indústria armamentista russa nem as importações iranianas têm capacidade para compensar o desperdício de armamento e munições sofrido pela Rússia em batalhas como a que atualmente se trava pelo controlo da cidade de Bakhmut, na região de Donetsk.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 364.º dia, 7.199 civis mortos e 11.756 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

 

 

LUSA

NOTÍCIAS AO MINUTO

PARIS - A União Europeia não concorda com o Comitê Olímpico Internacional, que está defendendo a inclusão da Rússia e Belarus nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris em 2024. Os países europeus do bloco fizeram uma resolução contra a iniciativa do COI para as próximas Olimpíadas. A moção foi aprovada com 444 votos a favor, 26 contra e 37 abstenções.

A resolução marca o aniversário de um ano da guerra que estremeceu o mundo inteiro. As invasões russas à Ucrânia começaram no dia 24 de fevereiro de 2022. A UE acredita que a participação da Russia e Belarus nos Jogos vão ser usados por ambos os regimes para fins de propaganda e que contrariaria o isolamento amplo dos dois países. O bloco ainda espera que os 27 países membros pressionem o COI a reverter a decisão. O Comitê afirmou que seria discriminatório excluir a Rússia e Belarus.

- A hipocrisia do presidente do COI e do Comitê é simplesmente patética. Um país que comete uma agressão condenada pela grande maioria da Assembleia Geral da ONU perde o direito de competir nos Jogos Olímpicos. Isso também se aplica a todos os seus atletas - afirmou o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba.

Depois da mudança de postura do COI, a Ucrânia está considerando um boicote aos Jogos Olímpicos de Paris. Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional, comentou afirmando que seria uma violação da Carta Olímpica. Dmytro Kuleba, respondeu.

- Esta (o boicote) é uma das várias opções. Se atletas russos e belarrussos viessem a Paris em vez de atletas ucranianos, isso seria contra todos os padrões morais, esportivos e políticos. A maioria dos atletas russos que ganharam medalhas nos últimos Jogos Olímpicos representaram clubes esportivos do exército russo - completou Kuleba.

 

 

Por Redação do ge

NOVA YORK - As Nações Unidas atualizaram, esta terça-feira, o número de vítimas civis do conflito armado na Ucrânia para 8.006. Mas dados estão aquém da realidade, alerta a ONU.

Segundo as Nações Unidas (ONU), já morreram na Ucrânia, desde a invasão russa que iniciou a 24 de fevereiro de 2022, pelo menos 8.006 civis. Há, também, pelo menos 13.287 civis que ficaram feridos como consequência da ação armada do Kremlin, garante a ONU.

“Estes números, que estamos a publicar hoje [terça-feira], revelam a perda e o sofrimento infligidos às pessoas desde o início do ataque armado da Rússia a 24 de fevereiro do ano passado, sofrimento que vi pessoalmente quando visitei a Ucrânia em dezembro. E os nossos dados são apenas a ponta do iceberg”, disse o alto comissário da ONU para os direitos humanos, Volker Türk, no comunicado publicado no site oficial deste braço da ONU.

A ONU revela ainda que, numa altura em que se vive uma forte escassez de eletricidade, cerca de 18 milhões de pessoas precisam urgentemente de assistência humanitária e perto de 14 milhões de pessoas foram deslocadas das suas casas.

Cerca de 90,3 por cento das baixas civis foram causadas por armas explosivas com efeitos de ampla área, indicaram as Nações Unidas, incluindo projéteis de artilharia, mísseis de cruzeiro e balísticos e ataques aéreos.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, numa missão por "desnazificar" o país, argumentou o presidente russo, Vladimir Putin.

 

 

por José Miguel Pires / NOTÍCIAS AO MINUTO

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