SÃO CARLOS/SP - A UFSCar realiza nesta terça-feira (17/10), a partir das 14 horas, o colóquio "Impacto social da Ciência e do conhecimento: desafios e oportunidades nas relações entre a UFSCar e diferentes segmentos sociais", que acontece no marco da 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). O evento, aberto a todas as pessoas interessadas, acontece no Anfiteatro da Reitoria (área Sul do Campus São Carlos), em uma realização do Instituto da Cultura Científica (ICC) e da Aciepe "Comunicação Científica para o Desenvolvimento Sustentável".
Em 2023, o tema da SNCT é Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável, em alusão ao Ano Internacional das Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável, celebrado pela Organização das Nações Unidas (ONU). A escolha busca enfatizar o papel do conhecimento científico no contexto da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). "No ano passado, quando o ICC completou seu primeiro ano de atuação, refletimos sobre a trajetória das diferentes áreas do conhecimento na UFSCar. Agora, passados dois anos, e no marco da Semana Nacional com essa temática, convidamos gestores das pró-reitorias de pesquisa, pós-graduação e extensão, bem como diretoras e diretores dos oito centros acadêmicos da UFSCar, para juntos pensarmos em como ampliar a visibilidade e, também, as oportunidades de diálogo e construção conjunta com diferentes segmentos sociais", situa a Diretora do ICC, Mariana Pezzo.
O evento terá uma mesa de abertura em que, além das falas das pró-reitorias e, também, da Vice-Reitora da UFSCar, Maria de Jesus Dutra dos Reis, representando a Reitoria, o público presente conhecerá as parcerias estabelecidas entre o ICC, a Aciepe - coordenada por Caio Otoni, docente no Departamento de Engenharia de Materiais - e o projeto de pesquisa e extensão "AtlantECO: avaliação, previsão e sustentabilidade dos ecossistemas atlânticos" - coordenado por Hugo Sarmento, docente no Departamento de Hidrobiologia. Na ocasião, será realizado o lançamento da série "Descobrindo o mar", animação infantil produzida pelo ICC em parceria com o AtlantECO em que o personagem Max Plâncton e sua turma viajam pelo Oceano Atlântico movidos pela curiosidade sobre o ambiente em que vivem, o funcionamento de seus próprios organismos e, também, os riscos crescentes aos ecossistemas marinhos.
Em seguida, em diálogo com o público presente, diretoras e diretores dos diferentes centros acadêmicos da UFSCar refletirão sobre a contribuição da Universidade aos ODS e, sobretudo, sobre como ampliar as possibilidades de concretizar o potencial da Ciência e do conhecimento produzido e sistematizado na UFSCar de apoiar a sociedade no enfrentamento de seus principais desafios, como a emergência climática e a perda de biodiversidade, as desigualdades, os conflitos e as guerras, epidemias e pandemias, dentre outros. Também participa da conversa o Diretor do Instituto de Estudos Avançados e Estratégicos (IEAE) da UFSCar, Adilson de Oliveira.
Ciência em Movimento
Também na programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, o ICC organizou, para os dias 18 e 19, atividade em que servidores docentes e técnico-administrativos, junto a estudantes de graduação e de pós-graduação, viajarão nos ônibus do transporte coletivo de São Carlos conversando com a população sobre a sua atividade científica, as oportunidades oferecidas na Universidade e, novamente, o impacto social da Ciência e do conhecimento. A atividade está sendo organizada em parceria com o Laboratório Aberto de Interatividade para a Disseminação do Conhecimento Científico e Tecnológico (LAbI), a Assessoria de Comunicação da Reitoria e o Núcleo de Apoio à Indissociabilidade entre Inovação, Pesquisa, Ensino e Extensão (NAIIPEE), vinculado à Fundação de Apoio Institucional (FAI-UFSCar).
A iniciativa, apelidada de "UFSCar na Área", integra também a Conferência de Ciência, Tecnologia e Inovação de São Carlos, organizada pela Prefeitura Municipal de São Carlos. A programação completa, com outros eventos organizados pela comunidade da UFSCar, pode ser conferida no site da Prefeitura.
Todas as atividades organizadas pelo ICC no marco da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia contam com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio do projeto "UFSCar na Área! Itinerância de diálogos sobre Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável" (Processo nº 440638/2023-2).
SÃO CARLOS/SP - Nos dias 15, 22 e 29 de setembro, 40 alunas do sétimo ano do ensino fundamental da Escola Estadual Jesuíno de Arruda, de São Carlos, vivenciaram uma nova experiência. Elas estiveram em um ambiente de ciência e tecnologia de um dos cursos de maior referência no Brasil, o de Engenharia de Materiais da UFSCar. Esse grupo de meninas integrou o Projeto Atena, atividade coordenada pelas docentes Danielle Cristina Camilo Magalhães e Juliana Mara Pinto de Almeida, do Departamento de Engenharia de Materiais (DEMa) da UFSCar, e que contou também com a participação de discentes do curso de Engenharia de Materiais e pós-graduandos.
"Em todo o mundo, a comunidade feminina está em busca da igualdade de oportunidades e posição social nos mais diversos contextos. Entretanto, as mulheres ainda não se veem pertencentes ao mundo de STEM (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). Com o propósito de promover o aumento da presença feminina nessas áreas, o Projeto Atena - Atividades de Tecnologia e Engenharia para Meninas foi criado em 2023, e visa também potencializar a capacidade intelectual de estudantes do ensino básico, promovendo, a longo prazo, o enriquecimento da produtividade científica e tecnológica regional", explicou Magalhães.
Nesta primeira edição do Projeto Atena, foram realizadas oficinas de impressão 3D, robótica, e demonstrações científicas, além de palestras e visitas dentro da UFSCar, incluindo o Observatório Astronômico. "As atividades foram propostas para reforçar a autoconfiança das participantes que vivem em meios com pouca representatividade de mulheres em STEM", complementou a professora.
As palestras abordaram os seguintes temas: "Como é estudar na UFSCar", "O que fazem as cientistas da UFSCar?" e "Como é a trajetória de uma cientista?". Na Oficina sobre Impressão 3D, as alunas puderam conhecer mais sobre as possibilidades dessa rota de fabricação de materiais, abordando conhecimentos de geometria e engenharia de materiais. O grupo também realizou a Oficina de Robótica, que contou com a participação de discentes da Engenharia Elétrica que fazem parte da equipe Red Dragons da UFSCar e possibilitou que as estudantes construíssem e programassem um robô. As atividades foram encerradas com o "Espetáculo da Ciência", uma série de experimentos científicos em que foram trabalhados conceitos de física e química.
"Eu achei o projeto em geral bem divertido e interessante, foram experiências que eu nunca imaginei viver, e aprendi bastante com o projeto e com as atividades. Foi muito interessante saber mais sobre a Engenharia de Materiais. Foi uma experiência que nunca vou me esquecer e conhecimentos que vou levar para o resto da minha vida", comentou a aluna Emily. "Eu achei tudo muito bom, foi muito legal ir lá e conhecer coisas novas e ter várias experiências. Achei muito legal fazer um robô e gostei bastante de tudo", opinou a aluna Gabrielly. A professora Gisleine Cristina Cerrão também comentou sobre as atividades: "Quero muito agradecer às professoras idealizadoras do Projeto Atena, do DEMa, pela oportunidade que foi oferecida às meninas da Escola Jesuíno. Todos os momentos foram de muita aprendizagem. Diversão e alegria também fizeram parte. As meninas se sentiram incentivadas a irem atrás dos seus sonhos, pois perceberem que Engenharia é para mulheres, sim! Foram três dias com pautas interessantes que, com certeza, jamais serão esquecidos. Que o projeto Atena tenha continuidade, aproximando a Universidade das escolas públicas. Nossas meninas merecem!"
SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa de doutorado em Fisioterapia da UFSCar está convidando pais ou responsáveis por crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) de todo o Brasil para participarem de estudo que pretende avaliar a participação e os fatores ambientais desse público. A participação é online e a expectativa é levantar como essas crianças e adolescentes se integram em atividades da família, escola e comunidade e os fatores que podem facilitar ou prejudicar essa participação.
A pesquisa é conduzida pela doutoranda Rosa Fonseca Angulo, sob orientação de Nelci Adriana Cicuto Ferreira Rocha, docente do Departamento de Fisioterapia (DFisio) da UFSCar e coordenadora do Laboratório de Análise do Desenvolvimento Infantil (Ladin) do DFisio.
Rosa Fonseca explica que a participação é conhecida como a frequência com que a criança ou adolescente está presente em diferentes situações da vida (casa, escola e comunidade) e o quanto está envolvida/motivada. Nesse caso, os fatores ambientais que podem influenciar a participação são: físico (presença de rampas, qualidade do ambiente, como ruídos ou iluminação), atitudinais (atitudes individuais da família, como os pais, amigos, professores) e sociais (apoios e o relacionamento e os serviços que eles frequentam). "Assim, estes fatores podem atuar como barreiras, ou seja, restringir ou até impedir a participação da criança/adolescente no contexto onde convive ou podem atuar como facilitadores, auxiliando a participação da criança/adolescente com TEA", relata a doutoranda. Ela exemplifica situações cotidianas que podem impactar essa participação em diferentes locais: "quando a criança ou adolescente está na escola e não consegue ficar por muito tempo porque tem muito barulho, ou quando frequenta o supermercado com a mãe, o barulho ou a presença de muitas pessoas impedem a sua permanência ou seu envolvimento para interagir com outras pessoas".
De acordo com o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, uma em cada quatro crianças é diagnosticada com TEA. Os EUA são o único país que faz o acompanhamento do TEA no neurodesenvolvimento. No Brasil, os dados oficiais são de 2010 e indicam mais de 2 milhões de casos de TEA em território nacional. Diante desse grande contingente, este estudo é importante porque auxiliará o conhecimento sobre como crianças e adolescentes com o transtorno participam no contexto da casa, escola e na comunidade, bem como ajudará a identificar as barreiras e os facilitadores que se encontram no entorno da criança. "Isso permitirá que os profissionais que atendem esse público foquem em estratégias de intervenção voltadas a mudanças ambientais e que favoreçam o pleno desenvolvimento e qualidade de vida da população com TEA", reforça Rosa Angulo.
A pesquisadora expõe que a expectativa do estudo é identificar se os componentes relacionados com a saúde (fatores ambientais, habilidades funcionais e o processamento sensorial) são preditores da participação em crianças e adolescentes com TEA. "Assim, conseguiremos identificar um perfil de funcionalidade de crianças e adolescentes com o transtorno e estes resultados ajudarão os profissionais de saúde e familiares a desenvolverem estratégias de intervenção e adaptações do ambiente que ajudem a melhorar a participação da criança e adolescentes com TEA", pontua.
Rosa Angulo destaca que este é o "primeiro estudo que realizará uma relação entre a participação e os componentes relacionados com a saúde, no contexto do TEA". Além disso, dados relacionados com a participação e os fatores ambientais serão comparados entre um grupo de crianças e adolescentes residentes no Brasil e na Colômbia.
Pesquisa
Para desenvolver o estudo, pais ou responsáveis por crianças e adolescentes com TEA, de qualquer região do Brasil, são convidados a responder questionários online e conceder entrevistas por telefone, que serão agendadas conforme disponibilidade de cada participante. As pessoas interessadas em contribuir com a pesquisa podem fazer contato com a pesquisadora pelo whatsapp (13) 99699-4545. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 66697223.4.0000.5504).
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