SÃO CARLOS/SP - O IFSC/USP lança neste dia 03 de agosto, pelas 09h30, no Centro de Apoio Didático - Sala-10 (CAD) localizado na Área-2 do Campus USP de São Carlos, o novo programa de difusão científica da USP denominado “Vem Saber”.
O programa foi criado pelo Prof. Antonio Carlos Hernandes, do IFSC/USP, e desenvolverá quatro projetos de pesquisa e extensão com alunos oriundos de escolas de ensino médio do estado de São Paulo.
Entre os projetos, o de maior capilaridade e abrangência, envolve um novo espaço físico para a “Sala do Conhecimento”.
As atividades com as escolas de ensino médio no projeto “Sala do Conhecimento” iniciam-se no dia 2 de agosto, sendo que somente nesses mês irão passar por aquele espaço cerca de seiscentos alunos.
A agenda para o segundo semestre já tem 1.600 alunos inscritos, oriundos de 32 escolas e de 18 cidades diferentes pertencentes ao Estado de São Paulo.
O novo espaço físico para acomodar a “Sala do Conhecimento” trará muito mais possibilidades de realização de atividades práticas de ciência com os estudantes, em um ambiente moderno e de fácil acesso, sendo que a chegada dos alunos em três dias da semana trará movimentação para a Área-2 do Campus da USP São Carlos.
Rui Sintra - IFSC/USP
SÃO CARLOS/SP - Conforme já divulgamos anteriormente, o Instituto de Estudos Avançados - USP Polo São Carlos, reativou em abril último as suas atividades com a realização da primeira reunião entre os coordenadores dos grupos de trabalho que irão desenvolver seus projetos.
O IEA - USP Polo São Carlos - coordenado pelo Prof. Valtencir Zucolotto (IFSC/USP) e pelo vice-coordenador, Prof. Frank Crespílho (IQSC/USP), conta atualmente com cinco grupos de trabalho que irão se debruçar sobre as seguintes temáticas: “Educação nas Escolas”, “Inclusão Social”, “Cidades Globais”, “Observatório da COVID-19 e “Estudos sobre os Aspectos Regulatórios e os Impactos Econômicos e Sociais da Nanotecnologia”, sendo que “Inclusão Social” será o tema em destaque nesta reportagem, um projeto cujo coordenador é o Prof. José Marcos Alves, docente do Departamento de Engenharia Elétrica e de Computação da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC - USP).
O objetivo principal deste grupo de trabalho, denominado “Grupo de Estudos de Ações Sociais do Campus USP São Carlos” (GEAS), é não só divulgar junto à sociedade as ações sociais que são realizadas por todas as Unidades do Campus USP de São Carlos, bem como atrair e trazer para o seu seio parceiros do mundo corporativo que possam subscrever projetos no sentido da Universidade apoiar de forma mais consistente as comunidades mais carentes de nossa cidade, indo ao encontro daquilo que é uma das prioridades da USP - se aproximar e apoiar o mais possível a sociedade.
Contextualizando o projeto
Neste contexto, vale a pena recordar as ações e o comprometimento da Universidade de São Paulo em termos de ações sociais. Em julho de 2019 ocorreu, no exterior, a terceira edição do denominado “Conselho Global de Líderes de Universidades”, um evento onde esteve presente o ex-reitor da USP, Prof. Vahan Agopyan, um encontro que esteve relacionado com um estudo feito pela Universidade de Oslo (Noruega), apontando que as universidades têm se afastado das necessidades e dos problemas da sociedade, criando assim um vácuo. Foram 45 as universidades presentes nesse evento, representando 25 países, tendo sido elaborada no final dos trabalhos a declaração “Reconstruindo a Universidade e as Relações com a Sociedade” - https://www.guc-hamburg.de/press/declaration-rebuilding-university.pdf .
Nesse mesmo ano, os três reitores das universidades paulistas - USP, UNICAMP e UNESP - reuniram-se no evento “USP Talks - Conectando a Universidade e a Sociedade”, igualmente relacionado com o problema relatado pela Universidade de Oslo, onde o Prof. Vahan Agopyan salientou que se fala muito do número de artigos científicos publicados e de sua importância para a ciência como dois indicativos da importância que as universidades têm. No entanto, o dirigente sublinhou que o que a sociedade espera é que as universidades tenham mais ações em prol de um benefício direto e imediato junto a ela, resolvendo inúmeros problemas que vão surgindo. Um outro evento, promovido e realizado pela USP, marcou o ano de 2020, reforçando a temática discutida anteriormente: tratou-se do encontro subordinado ao tema “Conselho Consultivo da USP discute o social e a valorização da educação básica”, o que demonstra, de fato, a preocupação dos gestores da USP em interagir cada vez mais com a sociedade, algo que tem sido quase que uma constante através da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU), tendo como exemplos os programas “USP e a Comunidade”, desdobrado nos programas “USP Aproximação-Ação”, criado em 1998, e mais recentemente o programa “USP Aproxima Escola”.
As ações sociais no IEA - USP Polo São Carlos
Sobre as ações sociais inseridas no Campus USP de São Carlos, o Prof. Alves salienta, em primeiro lugar, o “Projeto Pequeno Cidadão” - http://pequenocidadao.sc.usp.br/ , criado em 1996 e com resultados surpreendentes, coordenado pela Prefeitura do Campus. “É um projeto com vinte e seis anos de atuação com resultados sociais extremamente importantes e com uma parceria muito sólida com a empresa internacional KPMG”, salientando que, em sua opinião, esse projeto foi o primeiro passo dado pelo Campus USP de São Carlos para se aproximar das populações com baixa renda. Os alunos que participam desse programa são selecionados e permanecem no Campus de São Carlos ao longo de quatro anos, quatro horas por dia nos períodos da manhã ou tarde, executando atividades educacionais, esportivas e recreativas, com direito a transporte e alimentação e utilizando a infraestrutura do CEFER – Centro de Educação Física, Esportes e Recreação do Campus USP de São Carlos. Tem sido um projeto de grande sucesso e alguns desses alunos saem daqui com um desejo enorme de ingressar em um curso superior. É um projeto muito importante, voltado para a sociedade, idealizado e implementado pelo Prof. Dagoberto Dario Mori, docente aposentado da EESC”, sublinha nosso entrevistado.
É fato que as cinco Unidades do Campus de São Carlos - Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Instituto de Química, Instituto de Física, Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação, e Escola de Engenharia, a que se lhes junta a Prefeitura do Campus e o Centro de Divulgação Científica e Cultural, já têm um histórico muito grande no que diz respeito à realização de ações sociais, o que incentivou a criação no final de 2020 do Polo de Ações Sociais USP São Carlos (PAS) no sentido de se congregar, fortalecer e divulgar todos os projetos, iniciativas e ações que sejam relevantes para a sociedade e que se transformem em um legado permanente.
Os principais objetivos do GEAS, no Instituto de Estudos Avançados - USP - Polo São Carlos, estão divididos em três frentes, a saber:
2 - Reforçar o relacionamento da USP com as escolas públicas de São Carlos e região, beneficiando os projetos e ações já realizadas anteriormente e em conjunto com a Diretoria Regional de Ensino, com resultados muito positivos;
3 - Trazer empresas da cidade para conhecerem as atividades da USP em termos de ações sociais e estabelecer parcerias para a criação de novos programas;
Sobre estes objetivos, o Prof. Alves comenta: “O Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP Campus de São Carlos (IAU - USP) desenvolve projetos para as populações carentes que vivem no entorno da Área 2 do Campus USP de São Carlos, mas é necessário expandir estes projetos. É importante construir infraestrutura desportivas, incentivo ao uso de espaços verdes, e a criação de programas para jovens e adultos residentes naquela área, valorizando a população local. A criação de um projeto na Área 2 com perfil semelhante ao “Projeto Pequeno Cidadão” da Área 1 seria um enorme benefício a esta população. Quanto ao objetivo de estabelecer parcerias com empresas da cidade, com foco em ações sociais, saliento o projeto “Formação de Profissionais em Tecnologia da Informação” https://eesc.usp.br/noticias/posts_s.php?guid=27383&termid=not_geral inaugurado há cerca de três meses com o objetivo de iniciar a formação de alunos do ensino médio profissionalizante na área de TI, com o envolvimento da UFSCar e patrocínio da empresa “Tapetes São Carlos”. É um projeto extremamente importante, que conta com alunos da Escola Técnica Estadual Paulino Botelho, uma ETEC do Centro Paula Souza, e profissionais da Tapetes São Carlos. A proposta é capacitar jovens alunos e profissionais para trabalharem em uma área de alta demanda e cujo futuro se mantém muito promissor”, destaca o Prof. Alves.
A Universidade em total interação com a sociedade ! ... Esta é a motivação das ações do “Grupo de Estudos de Ações Sociais” do Campus USP de São Carlos (GEAS), cujo trabalho é desenvolvido no IEA - USP Polo São Carlos.
Rui Sintra
Evento estará integrado na “Semana Nacional de Ciência e Tecnologia” - 22 de outubro de 2022
SÃO CARLOS/SP - O Salão de Eventos da USP (Área-1) irá receber no dia 22 de outubro, entre as 10h00/17h00, a “Feira de Ciência e Tecnologia da USP - 2022”, um evento organizado pelo Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF - IFSC/USP) e pela Diretoria de Ensino da Região de São Carlos, e integrado na “Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2022”.
Esta edição da “Feira de Ciência e Tecnologia da USP” já confirmou a presença de 197 Clubes de Ciência, que durante este ano desenvolveram inúmeros experimentos subordinados ao tema "Educação, Ciência e Tecnologia na geração de um planeta sustentável", que serão apresentados neste certame.
Além dos Clubes de Ciências, as demais ações educacionais do CEPOF junto às escolas públicas da região incluíram minicursos com kits educacionais, disciplinas eletivas sobre o ambiente computacional Arduino, Exposição e Oficina de ciências no Museu de Ciências “Prof. Mario Tolentino”, e excursão para o Museu de Ciências da ESALQ-USP. Tais ações foram ministradas pela Profa. Dra. Wilma Barrionuevo, do CEPOF, em parceria com os professores e coordenadores das escolas.
A difusão e popularização da ciência nas escolas públicas constitui-se em iniciativa de valor social relevante, visto que permite que os alunos de comunidades mais vulneráveis tenham acesso igualitário a conteúdos científicos e tecnológicos, em linguagem compreensível a todos.
O CEPOF desenvolve atividades de difusão de ciências há mais de duas décadas, em importante parceria com a Diretoria de Ensino da Região de São Carlos. Fruto dessa parceria, foram criados e acompanhados, desde 2016, 660 Clubes de Ciências, envolvendo milhares de estudantes e professores de Escolas públicas estaduais de sete municípios abrangidos pela Diretoria de Ensino da Região de São Carlos.
(Com informações de Wilma Barrionuevo)
Rui Sintra - Jornalista - IFSC/USP
SÃO CARLOS/SP - O Sirius, acelerador de partículas do tipo síncrotron localizado no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), inaugurou recentemente sua linha de luz de infravermelho denominada “IMBUIA”, com capacidade para realizar pesquisas de caráter multidisciplinar. A nova linha de luz está sendo aberta para a comunidade acadêmica e científica em geral, tendo como principal missão a realização de experimentos usando luz síncrotron na região do infravermelho. A estação experimental é coordenada pelo pesquisador Raul de Oliveira Freitas, que também atuou como responsável pela linha de infravermelho IR1 do síncrotron UVX, primeiro acelerador de partículas do Brasil, operado pelo Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) que faz parte do CNPEM. O UVX foi desativado em meados de 2019 e agora o LNLS concentra seus esforços na conclusão do projeto Sirius.
A linha “IMBUIA” é constituída por duas subestações experimentais autônomas e distintas entre si -” IMBUIA Micro” e “IMBUIA Nano”, onde o ex-aluno do IFSC/USP, Francisco Carlos Barbosa Maia* (40), é pesquisador sênior, exercendo atividades institucionais de apoio a usuários e conduzindo sua pesquisa em materiais bidimensionais.
Estação experimental “IMBUIA Micro”
Enquanto, na estação experimental “IMBUIA Micro” são utilizadas técnicas de infravermelho para o estudo de fenômenos que ocorrem em escala micrométrica, na estação experimental “IMBUIA Nano” o foco é alcançar medidas em escala nanométrica. Dotada de um espectrômetro e um microscópio de infravermelho, a IMBUIA Micro consegue fazer espectroscopia de infravermelho convencional, para estudar, por exemplo, as vibrações moleculares que podem levar à identificação química de sistemas compostos por diferentes moléculas, sendo também, com uma particularidade muito especial, capaz de fazer microscopia de infravermelho. “Na verdade, consegue-se associar, com esse microscópio, uma foto de uma amostra ao espectro de uma região específica de uma amostra. Outro diferencial é que esse microscópio consegue fazer também imagens de infravermelho, conhecidas como imagens químicas ou imagens hiperespectrais. Nós usamos uma CCD de infravermelho com 128 pixels por 128 pixels. Em cada pixel conseguimos capturar um espectro de infravermelho e após a leitura da amostra conseguimos localizar a ressonância vibracional que se pretende apurar e construir uma imagem exatamente dessa ressonância. Com isso, conseguimos distinguir diferentes domínios micrométricos de composição química específica dentro de uma área total investigada de 700 por 700 micrômetros quadrados da amostra. Podem ser analisadas amostras no estado sólido, como filmes finos, bem como na forma de pó, e líquidas. A aplicação dessas técnicas de infravermelho abrange casos científicos das mais diversas áreas, como, biologia, farmácia, agricultura, física, química etc.”, relata Francisco Maia.
Estação experimental “IMBUIA Nano”
É na estação experimental “IMBUIA Nano” que o pesquisador Francisco Maia desenvolve sua área de estudos em materiais bidimensionais por meio de técnicas de infravermelho que alcançam a nano-escala. Para isso, a “IMBUIA Nano” usa um microscópio óptico de varredura de campo próximo (scattering-type scanning near-field optical microscope, S-SNOM). Com o s-SNOM é possível realizar espectroscopia e microscopia de infravermelho com resolução espacial de 25 nanômetros, empregando lasers e o feixe do Sirius como fontes de luz infravermelha. Vale destacar que, por ter alto brilho e banda ultra larga, a luz infravermelha do síncrotron acoplada ao s-SNOM dá origem à técnica Synchrotron Infrared Nano Spectroscopy (SINS). Essas técnicas delicadas e complexas são utilizadas para o trabalho de Francisco Maia cujo foco de pesquisa é estudar a nano-óptica de materiais bidimensionais. “O que fazemos nessa estação experimental é iluminar, com radiação (luz) infravermelha, uma ponta metalizada de AFM, com ápice (ou cume) de poucos nanômetros, que está localizada no microscópio s-SNOM. A luz fica confinada exatamente no ápice da ponta, transformando-a assim em uma nano-sonda de infravermelho que é utilizada para se estudarem materiais de escala nanométrica compatível com o tamanho do ápice da nano-sonda. Note que a resolução espacial passa a ser dada pela ponta do equipamento e não mais pelo limite da difração”, esclarece o pesquisador. Neste sentido, como é uma nano-sonda com uma alta intensidade de campo eletromagnético, Francisco Maia consegue usar essa capacidade para estudar a nano-fotônica de materiais bidimensionais, como, por exemplo, grafeno e nano-cristais, entre outros.
Embora seja uma pesquisa básica, os experimentos realizados por Francisco Maia vão no sentido de conhecer as propriedades ópticas dos materiais na nano-escala, bem como novos fenômenos que permitam, em um futuro próximo, construir dispositivos óptico-eletrônicos com dimensões bastante reduzidas, como nano-transistores, nano-lasers e nano-diodos com emissão de luz, entre outros, bem como a propagação da luz nesses materiais bidimensionais, antevendo já as novas tecnologias que revolucionarão, por exemplo, a área de comunicações.
Um pormenor interessante é que, além de usarem a radiação síncrotron, ambas as estações experimentais da “IMBUIA” têm fontes próprias de infravermelho, fazendo com que operem offline, ou seja, enquanto uma estação usa a luz síncrotron, a outra pode trabalhar independentemente.
*Francisco Carlos Barbosa Maia é Bacharel em Física pela UNESP de Rio Claro (2003), fez mestrado (2006) e doutorado (2011) no IFSC/USP, no Grupo de Polímeros “Bernhard Gross”. Trabalhou um curto período na iniciativa privada, no desenvolvimento e comercialização de lasers e fez seu Pós-Doutorado no sincrotron UVX, no Grupo de Condições Extremas (2015). Entre 2015 e 2019, trabalhou na linha de infravermelho do UVX. Desde 2020, Francisco é cientista da linha “IMBUIA” do Sirius.
Por: Rui Sintra
SÃO CARLOS/SP - O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) iniciou uma chamada de pacientes portadores de úlceras venosas para a continuação de um projeto de pesquisa que visa o tratamento dessas enfermidades nos membros inferiores, inclusive em pacientes diabéticos, com excepção daqueles que apresentem úlceras arteriais (comprometimento das artérias).
Esta pesquisa, que se iniciou em 2015, evoluiu bastante, com o desenvolvimento, no IFSC/USP, de novos equipamentos e protocolos, promovendo, assim, um período de cicatrização mais rápido e com grandes benefícios para os pacientes.
As avaliações e os tratamentos (gratuitos) serão feitos na Unidade de Terapia Fotodinâmica, localizada na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos, sob a responsabilidade da enfermeira Carolayne Carboni Bernardo e sob supervisão do pesquisador do IFSC/USP, Dr. Antonio Aquino. Sobre este tratamento, Carolayne Bernardo afirma que “é uma oportunidade para quem realmente sofre com este problema, principalmente os diabéticos. A avaliação que iremos fazer aqui definirá o início do tratamento, tendo em vistas que podem existir casos que necessitem de uma prévia avaliação médica”.
Os interessados em realizar este tratamento deverão se inscrever através do telefone (16) 3509-1351 - Santa Casa da Misericórdia de São Carlos.
SÃO CARLOS/SP - A ciência e a tecnologia trabalham para melhorar o homem como um todo, bem como seu entendimento de tudo ao seu redor. Este processo constante de investimento e acumulo de conhecimento, tem permitido que a humanidade supere crises severas que já ocorreram em sua existência e que continuam ocorrendo. Mais recentemente viveu-se uma crise (que ainda persiste) com um novo vírus que nos atingiu. Novamente, aqui a ciência se mostrou soberana, preparando vacinas com uma rapidez nunca vista, desenvolvendo testes de diagnóstico e, principalmente, tecnologias que permitem evitar que o mal se torne ainda maior.
Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), inseridos no Centro Pesquisas em Óptica e Fotônica (CEPOF) e em conjunção com empresas parceiras dentro do programa EMBRAPII, desenvolveram diversas tecnologias para ajudar neste período. Ocorre, que a Covid não é apenas uma gripe que vem e vai; ela deixa sequelas de diversas naturezas. Há quem entenda que a denominada “Covid-Longa” se refere aos diversos efeitos colaterais que acabam ficando. Dores musculares, dores articulares, fadiga, dificuldades respiratórias, formigamento ou parestesia, tonturas e diversas alterações, como de equilíbrio, olfato, paladar e zumbido no ouvido, além de problemas circulatórios e perda de memória, dentre outros, são sequelas da doença.
Preocupados com estas situações Pós-Covid, os pesquisadores que trabalham com o desenvolvimento de novas tecnologias para reabilitação, utilizando laser como elemento principal, desenvolveram equipamentos e protocolos para reabilitação destas sequelas. As técnicas e procedimentos já foram aprovados pela ANVISA e estão sendo disponibilizados aos profissionais da saúde.
Através de uma parceria CEPOF-INOVA (Parque Tecnológico Damha) dentro do programa CITESC (Centro de Inovação e Tecnologia em Saúde de São Carlos), os pesquisadores estão agora expandindo a iniciativa nascida em São Carlos, do criado Centro de Reabilitação Pós-Covid, para outros municípios do estado de São Paulo. Este é o caso da parceria criada com o Consórcio CISMETRO, que envolve mais de vinte e cinco municípios da região de Campinas.
Criação de novos centros para tratamento de sequelas Pós-Covid no Estado de São Paulo
Convidada por esse Consórcio, a equipe de pesquisadores da USP apresentou no dia 08 de julho, na cidade de Holambra (SP), para mais de vinte prefeitos, vice-prefeitos e secretários municipais na área de saúde, as novas tecnologias e as possibilidades de avançarem com a criação de centros em seus respectivos municípios.
A equipe, liderada pelo Prof. Vanderlei Salvador Bagnato e constituída pelos pesquisadores Drs. Antonio Aquino e Vitor Panhoca, acompanhados pela Dra. Bruna Boasorte (INOVA), mostraram as novas tecnologias e deram início ao processo de treinamento de profissionais daquela região para que o Consórcio possa também disponibilizar os protocolos de reabilitação Pós-Covid em toda a região.
Segundo Vanderlei Bagnato, esta é uma das oportunidades de aproveitar a experiência do IFSC/USP para a expansão dos avanços científicos e tecnológicos desenvolvidos no Instituto para outros municípios e regiões do Estado de São Paulo. ”Quando a ciência transborda e oferece soluções para a sociedade, é como se fizéssemos uma verificação de que todo investimento e esforço feito em ciência valeu a pena”, diz Bagnato.
Para o pesquisador, o CITESC é um esforço iniciado há já algum tempo e que agora começa a dar seus resultados e com atividades concretas e decisivas para beneficiar a saúde da população. “Esforços conjuntos público-privados estão cada vez mais permitindo avanços consideráveis na solução de problemas de nossa sociedade. Quando fazemos ciência de alta qualidade, sempre encontramos uma forma de colocá-la ao serviço da sociedade. Às vezes, realizamos pesquisas e geramos conhecimentos que se tornarão fundamentais para a solução de problemas muitos anos depois. O importante é que a detenção do conhecimento é que garante ir adiante, e isto nosso Instituto tem feito muito bem. Aos poucos, São Carlos, com seus desenvolvimentos, torna-se uma peça importante no cenário nacional no tratamento da Pós-Covid e isso nos deixa muito orgulhosos”, enfatizou Bagnato.
Rui Sintra - IFSC/USP
Aplicação congrega laser e liberação miofascial
SÃO CARLOS/SP - Um novo equipamento portátil desenvolvido no IFSC/USP apresenta a particularidade de combater as lesões causadas por esforços repetitivos, a maioria deles adquiridos na vida profissional das pessoas.
Em um artigo científico publicado na revista internacional “Journal of Novel Physiotherapies”, os pesquisadores do IFSC/USP conseguiram relatar os resultados obtidos com a utilização desse equipamento em cinco pacientes com patologias diferentes e resultantes de lesões causadas por esforços repetitivos.
O equipamento, já aprovado pela ANVISA e que será lançado ainda este ano, consegue fazer a aplicação conjugada e simultânea de laser com liberação miofascial, como explica a pesquisadora Ana Carolina Negraes Canelada, co-autora do artigo científico: “Este equipamento é composto por duas esferas e um laser, que têm ações complementares quando aplicadas nas áreas lesionadas. Os músculos são encapados por membranas chamadas fáscias musculares e as lesões ocorrem quando elas se grudam nos músculos, impedindo que estes executem os movimentos, provocando uma incapacidade de movimentação. A ação das esferas, que é deslizante, provoca a liberação dessas fáscias, enquanto o laser tem uma ação analgésica e anti-inflamatória”, explica a pesquisadora.
Dentre as principais lesões causadas por esforços repetitivos contam-se a cervicalgia (dor e inflamação cervical), tendinite do ombro, epicondilite lateral e medial (antebraço), túnel do carpo e nervo mediano (mãos) e os designados pontos de gatilho, caracterizados por pequenos nódulos visíveis que surgem nos músculos.
As ações realizadas nos cinco pacientes mencionados no artigo científico compreenderam quinze minutos de aplicação, duas vezes por semana, ao longo de dez sessões, tendo os pesquisadores verificado uma diminuição de cerca de 70% nos índices de dor e na recuperação dos movimentos.
Segundo a literatura científica, as designadas lesões causadas por esforços repetitivos costumam aparecer em pessoas com idades entre os 40 e 50 anos, sendo mais comuns no sexo feminino e em profissões onde a variedade de movimentos físicos é menos frequente. Por outro lado, este equipamento apresenta-se como uma ferramenta bastante útil para os profissionais de fisioterapia, pois ele substitui a tradicional, demorada e cansativa ação manual utilizada para tratar estas lesões, com um claro benefício para os pacientes.
Para conferir o artigo científico, acesse https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/wp-content/uploads/2022/07/esforcos-repetitivos.pdf
Rui Sintra - Jornalista do IFSC/USP
Quarenta alunos vão participar da ação, que será realizada em 4 sábados desse mês.
SÃO CARLOS/SP - Alunas do Curso Técnico em Enfermagem do Senac (Turma T 16) realizam uma campanha de incentivo à doação de sangue em parceria com alunos do Grupo PET (Programa de Educação Tutorial) do Curso de Ciências da Computação da USP/São Carlos.
A campanha “Julho Sangue Quente” será realizada em 4 sábados. O primeiro deles foi no dia 02 de julho. As próximas datas para a doação de sangue serão: 16/07, 23/07 e 30/07. A previsão é que 40 doadores venham até o Banco de Sangue da Santa Casa de São Carlos.
Para o universitário de Ciências da Computação, Reynaldo Coronatto Neto, “o grupo PET Computação tem uma frente social que há muito tempo já organiza e participa de projetos desse tipo, e nós sabemos da importância da doação de sangue para ajudar pessoas hospitalizadas, principalmente nesse momento tão difícil com a pandemia. E com essa ajuda que nós proporcionamos, vamos conseguir impactar a comunidade de São Carlos e da região para também doar”.
A ideia da campanha foi desenvolvida pelos alunos do Curso Técnico em Enfermagem do Senac como parte do Projeto Integrador. Regiane Felix da Silva Silveira é uma dessas estudantes, e explica como foi a ideia de fazer a campanha. “O projeto faz parte da grade curricular do curso, e nossa turma pegou como proposta o tema da doação de sangue porque além de ser importante, há muitos mitos e falta de doadores. Então nosso objetivo é auxiliar a população a entender melhor a importância da doação.” – afirma.
A hematologista e responsável técnica do Banco de Sangue da Santa Casa, Andreia Moura de Luca agradeceu o apoio dos estudantes. “Essa ajuda voluntária, de fazer essas campanhas, é fundamental para manter os nossos estoques, e durante o inverno é mais importante ainda, porque é um momento em que as doações de sangue diminuem bastante. E o hospital continua funcionando a todo vapor, e podemos ficar com deficit de bolsas para transfusão” - explica a médica.
SERVIÇO:
BANCO DE SANGUE DE SÃO CARLOS
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:
SEGUNDA A SEXTA: 08H ÀS 12h
SÁBADOS – 08H ÀS 11H
AGENDAMENTO:
WhatsApp (16) – 99104-6748/ Fone: (16) 3509-1230
De Segunda-feira a sexta-feira das 08h às 15h.
Nanofármaco é estratégia antiviral com grande potencial para tratamento de COVID-19
SÃO CARLOS/SP - Em um artigo científico publicado neste mês de junho na revista internacional “ACS Applied Bio Materials”, pesquisadores do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia do Instituto de Física de São Carlos (GNano-IFSC/USP) e do Instituto de Ciências Biomédicas II, ICB-II/USP, São Paulo, divulgaram uma possível estratégia de combate à COVID-19, com o reposicionamento de um medicamento já comercializado, dedicado aos pacientes com esclerose múltipla - o Fingolimode.
De fato, o que os pesquisadores fizeram foi desenvolver uma nanopartícula polimérica e encapsular a substância, tranformando-a em uma nanocápsula. No contexto geral, os pesquisadores identificaram que a introdução da nanotecnologia, aliada ao conceito de “reaproveitamento” ou reposicionamento de fármacos, representa uma combinação valiosa e que a utilização do Fingolimode pode representar uma estratégia antiviral para tratamento de COVID-19.
Desenvolvimento das pesquisas com o apoio da CAPES
É óbvio que o desenvolvimento de vacinas contra a COVID-19 foi - e é - uma importantíssima medida para travar a transmissão do vírus, mas o certo é que ele continua a se disseminar, agora de forma mais branda, apresentando-se distribuído em diferentes linhagens, provocando novos casos que necessitam de cuidados médicos e por isso de novas terapias, muitas delas ainda em estudo, ou em testes experimentais, sendo que poucos foram já aprovados pelo FDA, como são os casos do Remdesivir, o Baricitinib, e o coquetel de anticorpos monoclonais, RegenCov.
Verificando a literatura científica, os pesquisadores do IFSC/USP constataram que pacientes portadores de esclerose múltipla e tratados com Fingolimode manifestaram apenas leves sintomas de COVID-19, o que pressupõe que esse medicamento pode, efetivamente, ser considerado como um potencial terapêutico candidato contra o SARS-CoV-2.
Segundo as pesquisadoras Renata Miranda e Natália Ferreira, co-autoras do Trabalho, “A nanotecnologia é capaz de potencializar o efeito biológico do fingolimode sem trazer efeitos adversos nas células saudáveis”.
Na sua versão em nanocápsula, o Fingolimode demonstrou uma alta atividade contra o vírus da COVID-19, sendo sua atividade quase setenta vezes maior do que o tratamento medicamentoso convencional.
Para o prof. Valtencir Zucolotto, coordenador do GNano/USP e supervisor da pesquisa, “O trabalho ilustra o poder da nanotecnologia ao demonstrar que princípios ativos encapsulados em nanopartículas são adequadamente direcionados, aumentando assim o seu poder terapêutico”.
Adicionalmente, a tecnologia proposta garante um custo acessível uma vez que a dose necessária para o efeito biológico é bastante reduzida. Esta nanocápsula de Fingolimode proporciona ainda um tempo prolongado de ação, evitando a necessidade de administrações repetidas aos pacientes.
A pesquisadora Edmarcia Elisa do ICB-II/USP, ressalta a importância de instalações, como é o caso do Laboratório “BSL3 Cell Culture Facility for Vector and Animal Research” de Nível de Biossegurança 3 (NB3), coordenado pelo pesquisador Carsten Wrenger, do ICBII/USP, onde foram desenvolvidos os testes de carga viral que compõem o trabalho. "Apenas em ambientes de alta biosseguranca, é possível manusear organismos com alto grau de patogenicidade, como é o caso do SARS-CoV-2", salienta.
Com base nessas descobertas através da pesquisa apoiada pela CAPES, a combinação do reaproveitamento de fármacos e da nanotecnologia representa uma nova linha de frente na luta contra o COVID-19.
Zucolotto ressalta, ainda, que efeitos semelhantes têm sido observados em vários sistemas nanoestruturados para liberação de outros princípios ativos, tanto em medicina, quanto em agricultura e veterinária, garantindo maior eficácia, segurança, e menor custo.
Para acessar o artigo científico relativo a esta pesquisa, clique neste link - https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/wp-content/uploads/2022/07/Fingolimode-proof.pdf
Rui Sintra - jornalista do IFSC/USP
Este site utiliza cookies para proporcionar aos usuários uma melhor experiência de navegação.
Ao aceitar e continuar com a navegação, consideraremos que você concorda com esta utilização nos termos de nossa Política de Privacidade.