SUÉCIA - Um grupo de médicos do Hospital Universitário de Uppsala, na Suécia, realizou histerectomias (retiradas de útero) em 33 mulheres com base em diagnósticos incorretos de câncer. Essas pacientes, com idades entre 38 e 85 anos, foram informadas erroneamente de que possuíam células pré-cancerígenas que poderiam evoluir para câncer uterino. A recomendação médica levou as mulheres a optarem pela cirurgia, acreditando estar prevenindo a progressão da doença.
A situação foi descoberta após um aumento incomum nos casos de histerectomia, o que levou o hospital a investigar. Em comunicado, o hospital lamentou profundamente o erro: “Remover o útero é uma cirurgia significativa, com consequências irreversíveis. Isso nunca deveria ter acontecido, mas infelizmente aconteceu.”
O hospital também informou que as pacientes afetadas poderão solicitar compensação pelo erro, buscando reconhecer o impacto do procedimento indevido em suas vidas.
POR NOTÍCIAS AO MINUTO BRASIL
SUÉCIA - O governo da Suécia anunciou um novo incentivo para que migrantes voltem para seus países. A medida oferece 350 mil coroas suecas (cerca de R$ 190 mil) para cada adulto que se voluntariar no programa.
Atualmente, o governo conservador sueco é alinhado ao partido Democratas da Suécia (SD), que apoia o projeto. Segundo comunicado do ministro da Migração, Johan Forssell, o Estado está "tomando novas medidas para reorientar a política de migração".
O país nórdico tem políticas que ajudam imigrantes a se integrar à cultura local. Atualmente, os estrangeiros podem receber até 10 mil coroas (cerca de R$ 5.400) por adulto, e 5.000 coroas (em torno de R$ 2.700) por criança, com um limite de 40 mil coroas (cerca de R$ 21,8 mil) por família.
Durante a entrevista coletiva que apresentou as novas políticas, o deputado Ludvig Aspling (SD) afirmou que "esse auxílio existe desde 1984, mas é pouco conhecido, é mínimo e poucas pessoas o utilizam". Segundo ele, um possível aumento no benefício desse programa poderia atrair centenas de milhares de imigrantes desempregados ou que dependem de auxílios sociais.
Essa também foi a conclusão de um relatório encomendado pelo governo, publicado em agosto, que desaconselhou o aumento acentuado dessa política, já que foi considerada ineficaz monetariamente. Ainda em agosto, o governo anunciou que, pela primeira vez em mais de meio século, o número de pessoas deixando o país deve ser maior que o número de imigrantes em 2024.
Ulf Kristersson, primeiro-ministro sueco, chegou ao poder em 2022 a partir de uma coalizão com o partido SD que também previa um programa voltado para redução significativa da imigração. A Suécia recebe um número relevante de migrantes desde a década de 1990. Os movimentos se deram principalmente a partir de regiões de conflito, como a antiga Iugoslávia, Síria, Afeganistão, Somália, Irã e Iraque.
Na Europa, ainda existem outros países que oferecem subsídio para imigrantes que querem voltar ao seu país original. A Dinamarca paga mais de R$ 84 mil por pessoa, em comparação com cerca de R$ 7.800 na Noruega, R$ 15.700 na França e R$ 11.200 na Alemanha.
POR FOLHAPRESS
SUÉCIA - Três dias após estabelecer a melhor marca mundial nos 400 metros com barreiras, o velocista brasileiro Alison dos Santos, o Piu, voltou a vencer mais uma etapa da Diamond League (Liga Diamante), a mais importante do circuito mundial de atetismo organizado pela World Athletics. Neste domingo (2), em Estocolmo (Suécia), Piu dominou a prova, de sua especialidade, ao cruzar a linha de chegada em 47s01. O segundo colocado foi Kyron McMaster (48s05), atleta das Ilhas Virgens Britânicas, seguido pelo norte-americano CJ Allen (48s12) em terceiro.
Na última quinta-feira (30), o paulista de São Joaquim de Barra já cravara o melhor tempo do ano na prova (46s63) ao vencer a etapa de Oslo (Noruega), deixando para trás sue principal rival, o anfitrião Karsten Warholm, campeão olímpico e mundial na prova. Piu divide a liderança ranking mundial com o norte-americano Rai Benjamin – ambos com 1.303 pontos. Karsten está em terceiro na lista, com 1.300 pontos.
He just keeps winning ?@PiuzeR wins his third consecutive @Diamond_League meeting of the year with 47.01 over 400m hurdles in Stockholm ?
— World Athletics (@WorldAthletics) June 2, 2024
? @GorczynskaMarta#DiamondLeague pic.twitter.com/jeOd55AVkK
Bronze nos Jogos de Tóquio e campeão mundial em 2022 (Oregon/EUA), Piu é um dos favoritos ao ouro na Olimpíada de Paris, daqui a 52 dias.
"Acho que encontrei minha nova casa. Adoro a cidade, o estádio, e me sinto bem correndo aqui. Tentei ser agressivo e rápido logo na primeira volta e o resto ficou confortável até o final", disse Piu após vitória em Estocolmo, em entrevista à NBC Sports.
A conquista de Alison neste domingo (2) é a terceira da temporada nos 400m com barreiras na Liga Diamante. A primeira foi em maio, em Doha (Catar), quando venceu com tempo de 46s86.
Vivendo atualmente na Flórida (EUA), onde treina com o técnico Felipe de Siqueira, Alison dos Santos ainda competirá em mais três etapas da Liga Diamante antes de seguir para Paris 2024. As provas serão em Paris (7 de julho), Mônaco (12 de julho) e Londres (20 de julho). As disputas do atletismo nos Jogos de Paris ocorrerão de 1º a 11 de agosto.
Por Agência Brasil
SUÉCIA - Uma onda sem precedentes de violência de gangues abalou a Suécia, país nórdico usualmente associado à imagem de tranquilidade e segurança. O primeiro-ministro Ulf Kristersson fez um raro pronunciamento nesta quinta (28) em rede nacional prometendo uma guerra aos criminosos.
"Esta é uma época difícil. Uma mulher de 25 anos foi para a cama ontem à noite numa noite completamente comum e nunca acordou. A Suécia nunca viu nada parecido", afirmou, em referência a uma jovem morta na explosão de uma casa perto de Uppsala, pacata cidade universitária ao norte de Estocolmo.
"Nós vamos caçar as gangues, vamos derrotá-las", disse, em um discurso de sete minutos nesta noite de quinta (tarde no Brasil). Em 24 horas, três pessoas, incluindo a jovem, morreram em três cidades diferentes em crimes atribuídos à disputa pelo controle de tráfico de drogas nas ruas.
Em setembro, até aqui, 11 pessoas morreram em atos de violência no país. No ano passado todo, 116 suecos foram vítimas de crimes letais. Isso certamente não torna a nação um território de guerra urbana, já que soma 1,1 morto por 100 mil habitantes, comparando por exemplo com os 23,4 por 100 mil do Brasil em 2022, mas assustou o governo.
Kristersson disse ter convocado para uma reunião o chefe das Forças Armadas e o comandante da polícia nacional para discutir uma estratégia conjunta visando coibir a crise.
No centro dela está a gangue Foxtrot. Seu líder, conhecido como Raposa Curda, é, como o nome diz, um curdo hoje escondido na Turquia que desde 2020 impõe um reino de terror nos meios criminosos da Suécia.
A rede Foxtrot é famosa por empregar menores de idade em suas fileiras, e o fato de ter ligação com grande comunidade de origem estrangeira sueca traz um desafio para Kristersson, que formou um governo no ano passado em que seu partido de centro direita é apoiado por extremistas da sigla Democratas Suecos.
A coalizão liderada pelos Moderados de Kristersson derrotaram os sociais-democratas após oito anos de governo ininterruptos da agremiação no país. A base da campanha vencedora foi a promessa de leis penais mais rígidas, poderes maiores para a polícia, combate às gangues e mais rigidez sobre a imigração.
Ao longo do ano passado, houve diversos tumultos envolvendo gangues em bairros de imigrantes no país, o que reforçou o discurso xenofóbico. Os Democratas Suecos viraram atores importantes, tendo conquistado 20% dos votos na eleição de setembro, auferindo cacife para participar do governo.
Agora, isto está sendo posto à prova. De saída, Kristersson fez o esperado e culpou os adversários. "Foi uma política de imigração irresponsável e uma integração fracassada que nos trouxeram até aqui", afirmou.
Foram décadas de incentivo à imigração, e na crise decorrente do êxodo de sírios devido à guerra civil no país árabe, em 2015, a Suécia recebeu mais estrangeiros do que qualquer outro governo europeu.
É um tema comum na direita europeia, numa argumentação muito questionada por especialistas, mas que encontra ressonância no eleitorado. Na Suécia, cerca de 20% dos 10,5 milhões de habitantes não nasceram no país, e há segregação clara em alguns locais --na cidade de Kista, que abriga um centro de ciência famoso, o bairro dos imigrantes libaneses é visualmente distinguível na paisagem urbana.
A reação mais visceral à situação tem efeitos, como provam os recentes episódios de queima do Alcorão em Estocolmo que levaram a violência em países árabes e dificultam a aprovação da Turquia do pedido sueco de adesão à Otan (aliança militar ocidental).
Do outro lado, o maior partido isoladamente no Parlamento, o Social Democrata, parece ter cedido em suas bandeiras. Nesta quinta, pediu para que o governo mude a legislação e permita que as Forças Armadas atuem para conter violência nas ruas --uma discussão não muito distante sobre o emprego de militares nas Operações de Garantia da Lei e da Ordem no Brasil.
"Esta não é a Suécia, não é a Suécia que deveria ser", afirmou a líder da sigla oposicionista, a ex-premiê Magdalena Andersson. Antes, o pico de assassinatos em um só ano havia sido em 2019, com 124 casos. Desde 2002, a média dessas ocorrências no país era de 98 episódios anuais, segundo o Conselho de Prevenção do Crime, órgão nacional.
por IGOR GIELOW / FOLHA de S.PAULO
ISTAMBUL - A Turquia atuará para ratificar a proposta de adesão da Suécia à Otan em conjunto com a cooperação de Estocolmo na luta contra o terrorismo, disse o presidente turco Tayyip Erdogan na última sexta-feira.
Suécia e Finlândia solicitaram adesão à Otan no ano passado em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia, abandonando as políticas de não-alinhamento militar que tiveram durante a Guerra Fria. A candidaturas precisam ser aprovadas por todos os membros da aliança.
Enquanto atrasa a ratificação da candidatura sueca à Otan por mais de um ano, Erdogan inesperadamente concordou após a cúpula da aliança na Lituânia neste mês em encaminhá-la ao Parlamento da Turquia quando a legislatura se reunir novamente em outubro.
"O cronograma de trabalho do Parlamento turco determinará o processo de adesão da Suécia à Otan (ratificação)", disse Erdogan a repórteres em um voo retornando de países do Golfo, de acordo com seu gabinete.
"Será favorável à Suécia se eles tomarem medidas concretas na luta contra organizações terroristas e na extradição de terroristas."
Ancara acusa Estocolmo de fazer pouco contra indivíduos que a Turquia vê como terroristas, principalmente membros do proscrito Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e o grupo que Ancara acusa de orquestrar um golpe fracassado em 2016, tendo a extradição como ponto crítico.
O tribunal superior da Suécia bloqueou recentemente a extradição de dois cidadãos turcos que Ancara diz fazerem parte de um grupo terrorista.
"Esperamos que as promessas sejam cumpridas", disse Erdogan.
Erdogan estava se referindo a um acordo que Turquia, Suécia e Finlândia fecharam no ano passado em Madri com o objetivo de abordar os temores de segurança de Ancara.
A Turquia condenou na quinta-feira a destruição parcial de um Alcorão em frente à embaixada do Iraque em Estocolmo, mas Erdogan não comentou publicamente sobre o incidente enquanto estava no avião.
Por Ece Toksabay e Huseyin Hayatsever / REUTERS
IRAQUE - A embaixada sueca no Iraque foi temporariamente repatriada para Estocolmo por motivos de segurança, anunciou o Ministério das Relações Exteriores da Suécia na sexta-feira (21), um dia depois que a legação foi incendiada por manifestantes.
“A segurança é uma prioridade. O pessoal destacado chegou à Suécia em um voo comercial”, disse uma porta-voz do ministério em um e-mail à AFP.
Na quinta-feira, Salwan Momika, um iraquiano de 37 anos refugiado na Suécia, pisoteou um exemplar do Alcorão em frente à embaixada do Iraque em Estocolmo.
No final de junho, o mesmo homem queimou várias páginas do livro sagrado muçulmano em frente a uma mesquita na capital sueca.
Em resposta ao fato de a polícia sueca ter autorizado o ato, apoiadores do influente líder religioso iraquiano Moqtada Sadr se manifestaram em Bagdá na quinta-feira, invadindo a embaixada sueca e incendiando-a pouco antes do amanhecer.
O governo iraquiano ordenou a expulsão do embaixador sueco e anunciou a suspensão da licença da gigante sueca das telecomunicações Ericsson no país.
O ministério informou que o embaixador já está na Suécia. “Estamos em contato com as autoridades iraquianas e continuamos conversando”, acrescentou.
Na quinta-feira, o chanceler sueco Tobias Billström chamou o ataque de “inaceitável” e considerou que as autoridades iraquianas “falharam em [sua] obrigação” de proteger a missão diplomática sueca. Referindo-se à profanação do Alcorão, Billström condenou um “ato ofensivo e desrespeitoso”.
AFP
BAGDÁ - A embaixada de Suécia em Bagdá foi incendiada na quinta-feira (20) antes do amanhecer (hora local), em um movimento organizado por partidários do turbulento líder religioso Moqtada al-Sadr. O ataque aconteceu antes de uma manifestação na capital Estocolmo, em que um refugiado iraquiano havia ameaçado queimar um exemplar do Alcorão, em frente à embaixada do Iraque.
O ataque à embaixada em Bagdá aconteceu em retaliação à liberação, por parte da polícia sueca, de uma manifestação, em Estocolmo, nesta quinta-feira (20). O organizador do ato, o refugiado iraquiano Salwan Momika, planejava queimar uma cópia do Alcorão, bem como a bandeira iraquiana em frente à embaixada do país.
Autoridades suecas consideraram que "os riscos de segurança" ligados à queima do Alcorão "não são de natureza a proibí-la". Além disso, não há lei contra a blasfêmia no país. O governo sueco condena tais atos, que considera islamofobia, mas insiste que os incidentes fazem parte da liberdade de expressão, protegida pela Constituição do país.
Momika pisoteou o livro sagrado do Islã diversas vezes, mas acabou não ateando fogo ao Alcorão, como havia prometido. Ele já havia queimado algumas páginas de uma cópia do livro no dia 28 de junho em frente à maior mesquita de Estocolmo durante o dia do Eid al-Adha, feriado comemorado pelos muçulmanos em todo o mundo. Este primeiro incidente levou os apoiadores do líder religioso Moqtada al-Sadr a invadir a embaixada sueca em Bagdá, em 29 de junho. Eles entraram e ficaram lá por cerca de 15 minutos, gesto que provocou uma série de condenações internacionais.
Atos com a queima de exemplares do Alcorão já aconteceram duas vezes na Suécia só este ano e são frequentes em outros países europeus, muitas vezes por iniciativa de movimentos de extrema-direita.
Funcionários em segurança
Antes do amanhecer ainda era possível ver a fumaça que saía do prédio da embaixada sueca em Bagdá. Vários caminhões da defesa civil estiveram no local para apagar o fogo. Usando canhões de água, as forças de segurança fortemente mobilizadas perseguiram os manifestantes com bastões elétricos para afastá-los do local e forçá-los a dispersar. Eles responderam atirando pedras. Durante a noite, os manifestantes brandiam cópias do Alcorão e fotos de Mohamed al-Sadr, um influente líder religioso xiita e pai de Moqtada al-Sadr.
O Ministério das Relações Exteriores da Suécia afirmou que os funcionários da embaixada estão "seguros". “Estamos cientes da situação. Nossa equipe da embaixada está segura e o ministério está em contato regular com eles”, disse o órgão por meio de um e-mail.
“Estamos mobilizados hoje para denunciar a queima do Alcorão, que é só amor e fé”, disse um manifestante em Bagdá. “Exigimos do governo sueco e do governo iraquiano que cesse esse tipo de iniciativa”, insistiu. “Não esperamos pela manhã, entramos de madrugada, incendiamos a embaixada sueca”, disse outro jovem manifestante, antes de entoar “Moqtada, Moqtada, Moqtada”, em nome do líder religioso. Falando sob condição de anonimato, o manifestante disse que "os filhos da corrente sadrista (apoiadores de al-Sadr)" agiram após a autorização dada uma vez mais a Salwan Momika "para queimar o Alcorão" na Suécia.
“Investigação urgente”
O Ministério das Relações Exteriores do Iraque condenou "nos termos mais severos" o incêndio na embaixada sueca em Bagdá, pedindo às forças de segurança que abram uma "investigação urgente", segundo um comunicado à imprensa. "O governo iraquiano instruiu os serviços de segurança a realizar uma investigação urgente e tomar todas as medidas necessárias para esclarecer as circunstâncias do incidente e identificar os manifestantes para responsabilizá-los segundo a lei", de acordo com o comunicado.
Já a Suécia anunciou a convocação do encarregado de negócios iraquiano. "O que aconteceu é totalmente inaceitável e o governo condena esses ataques nos termos mais fortes possíveis", disse o ministro das Relações Exteriores, Tobias Billström, em comunicado. "As autoridades iraquianas têm uma clara obrigação de proteger as missões diplomáticas e os funcionários conforme a Convenção de Viena", reforçou Billström. “É óbvio que as autoridades iraquianas falharam seriamente nas suas responsabilidades”, acrescentou.
Embaixadora é expulsa do Iraque
O primeiro-ministro iraquiano ordenou a expulsão da embaixadora sueca em Bagdá. Mohamed Chia al-Soudani, "pediu à embaixadora sueca para deixar o território iraquiano", informou seu gabinete em um comunicado, acrescentando que o encarregado de negócios iraquiano em Estocolmo havia sido chamado de volta.
Esta decisão surge na sequência dos "repetidos incidentes de profanação do Alcorão Sagrado" com autorização do governo sueco, "insultos a santuários islâmicos e queima da bandeira iraquiana", segundo a mesma fonte.
Além disso, o presidente da Autoridade Iraquiana de Mídia e Telecomunicações, Ali Al-Mouayad, "suspendeu a licença de exploração da empresa sueca Ericsson em território iraquiano", segundo um comunicado de imprensa, justificando esta decisão com a "permissão dada pelo governo sueco de queimar o Alcorão e a bandeira iraquiana".
(Com AFP)
por RFI
SUÉCIA - As autoridades turcas adiaram "indefinidamente" uma reunião trilateral com a Suécia e a Finlândia para discutir a adesão à NATO para ambos os países, após uma série de protestos em Estocolmo em que foram queimadas efígies do Presidente turco Recep Tayyip Erdogan e mesmo cópias do Corão.
A Turquia solicitou o cancelamento deste mecanismo trilateral, que se destina a impulsionar a adesão dos dois países à Aliança Atlântica. As conversações, que datam de Agosto de 2022, estavam previstas para Fevereiro, de acordo com o Daily Sabah.
As tensões aumentaram nas últimas semanas à medida que a Turquia condenou a Suécia por permitir a realização de protestos fora da embaixada turca no país, e continuou a acusar Estocolmo de permitir que apoiantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) - que Ancara considera uma organização terrorista - realizassem protestos contra a Turquia.
Desde que apresentaram o seu pedido oficial de adesão em Maio de 2022 no auge da invasão russa da Ucrânia, a Suécia e a Finlândia têm procurado a aprovação turca para aderir ao bloco. No entanto, Ancara solicitou uma série de garantias, especialmente da Suécia, relacionadas precisamente com dissidentes e alegados membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). Acusou o país de "abrigar terroristas".
No entanto, durante o mês passado, o apoio público aos grupos curdos que a Turquia considera terroristas aumentou, levando a um aumento da tensão entre os dois países, o que parece estar a comprometer as conversações.
A situação levou mesmo o governo finlandês a colocar sobre a mesa a possibilidade de avançar com o processo de adesão sem a Suécia. Na terça-feira, o Ministro dos Negócios Estrangeiros finlandês Pekka Haavisto reconheceu pela primeira vez que os dois países deveriam repensar a estratégia de avançar em conjunto, se necessário. "Temos de estar preparados para reavaliar a situação", disse ele.
A Suécia sustenta ter cumprido todos os seus compromissos ao abrigo do pacto, mas Erdogan advertiu que, na situação atual, o governo sueco não pode "esperar" por um endosso final da adesão da Suécia.
Fonte: (EUROPA PRESS)
por Pedro Santos / NEWS 360
SUÉCIA - Os três partidos de direita da Suécia chegaram a um acordo para formar um governo de coalizão, que terá o apoio no Parlamento da formação de extrema-direita Democratas da Suécia, anunciou nesta sexta-feira (14) o candidato a primeiro-ministro Ulf Kristersson.
"Os Moderados (conservadores), os Democrata-Cristãos e os Liberais formarão o governo e colaborarão com os Democratas da Suécia no Parlamento", declarou o líder do partido Moderados em uma entrevista coletiva.
A votação para a designação de Kristersson como primeiro-ministro acontecerá na segunda-feira.
Pouco depois do anúncio, a líder dos democrata-cristãos, Ebba Busch, informou que o país construirá novos reatores nucleares em resposta às crescentes necessidades de energia elétrica.
Nos últimos anos, a Suécia fechou seis de seus 12 reatores. Os que permanecem abertos geram quase 30% da energia elétrica usada no país.
A Suécia enfrenta dificuldades para encontrar fontes de energia alternativas viáveis para substituir a energia nuclear, pois as energias renováveis ainda não suprem de maneira de maneira completa as suas necessidades.
O governo social-democrata que comandou o país nos últimos oito anos era tradicionalmente contrário à construção de novos reatores, mas admitiu este ano que a energia nuclear é crucial para o futuro próximo.
O grupo de energia sueco Vattenfall afirmou em junho que examinava a possibilidade de construir ao menos dois pequenos reatores nucleares modulares.
As eleições parlamentares de 11 de setembro, nas quais a coalizão conservadora conquistou maioria estreita, foram marcadas pelo avanço do Democratas da Suécia (SD), partido de extrema-direita criado em 1988.
O partido foi o segundo mais votado, com 20,5% dos votos. Os quatro partidos de direita somam 176 das 349 cadeiras do Parlamento.
SUÉCIA - A Suécia acordou na manhã desta segunda-feira (12/09) com a perspectiva de incerteza política depois que nenhum dos blocos do país conseguiu garantir uma clara maioria nas eleições gerais. Com 94% das urnas apuradas, os resultados indicam que a oposição de centro-direita tem uma pequena vantagem sobre os governantes social-democratas e seus aliados de centro-esquerda, liderados pela primeira-ministra Magdalena Andersson.
Os resultados preliminares indicam que o bloco liderado pelo conservador Partido Moderado, de Ulf Kristersson, deve conquistar 176 das 349 cadeiras do Parlamento sueco. Já o atual bloco governista teria 173 assentos. A diferença entre os dois grupos é de apenas 0,9 ponto percentual.
A apuração completa dos votos, no entanto, só deve terminar na quarta-feira, e até lá o resultado final permanece em aberto. O grande vencedor do pleito, porém, foi o partido de ultradireita Democratas Suecos, que garantiu 21% dos votos, ficando em segundo lugar – seu melhor resultado em eleições –, atrás apenas dos social-democratas, com 30,5%.
O partido anti-imigração tem suas raízes no movimento nacionalista branco e, apesar de ter expulsados alguns extremistas nos últimos anos, enfrentava resistência entre os suecos. Caso a liderança do bloco de direita se confirme, essa será a primeira vez que ultradireitistas farão parte do governo sueco.
Já o Partido Moderado, que lidera o bloco de direita, ficou em terceiro lugar, segundo os resultados preliminares, com 19% dos votos.
Os social-democratas de Andersson estão no poder há oito anos. A campanha teve a segurança como um dos temas de maior destaque, após uma onda de tiroteios envolvendo gangues, ao mesmo tempo que a alta da inflação e a crise energética que se seguiu à invasão da Ucrânia ocupam cada vez mais o centro das atenções.
Oito partidos concorreram nas eleições parlamentares suecas, e cada um pertence ao bloco de centro-esquerda ou ao bloco conservador.
Negociações podem ser complicadas
Um empate pode gerar complicadas negociações para formação de governo, provavelmente lideradas por Magdalena Andersson ou Ulf Kristersson, um veterano político que lidera o Partido Moderado, de centro-direita.
Andersson atualmente lidera um governo minoritário composto apenas por seus social-democratas. O partido conta com o apoio do liberal Partido do Centro, da Esquerda e dos Verdes.
Já Kristersson começou recentemente a alinhar seus interesses com o populista de direita Democratas Suecos, que saltaram para o segundo lugar nas pesquisas de opinião, atrás dos social-democratas, nas últimas semanas da campanha.
Prevê-se que o partido de ultradireita ultrapasse os moderados e ganhe mais de 20% dos votos. Isso lhes dará poder sem precedentes para moldar o governo.
O pediatra Erik George, 52 anos, acredita que a campanha eleitoral foi marcada por um aumento do populismo. "Eu penso que os tempos estão realmente tumultuados e as pessoas têm dificuldade em saber o que está acontecendo", disse ele do lado de fora do local de votação.
"Tenho medo da chegada de um governo muito repressivo, muito de direita", afirmou o agente de viagens Malin Ericsson, 53 anos, diante de um local de votação no centro de Estocolmo.
md,cn/lf (AP, Reuters)
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