UCRÂNIA - O Estado-Maior General das Forças Armadas Ucranianas denunciou no domingo "dezenas" de ataques russos a posições ucranianas no leste do país que resultaram em pesadas perdas para os atacantes.
Em particular, disse que 45 ataques russos foram repelidos em torno de Bakhmut e Marinka, onde a linha da frente não mudou. O inimigo está a sofrer pesadas baixas, mas mantém o seu plano de ocupação do território ucraniano", disse ele.
Em outras partes do país também houve ataques apesar das férias da Páscoa ortodoxa, como em Mykolaiv, onde dois adolescentes foram mortos, segundo o governador militar, Vitali Kim.
Em Zaporíjia, o governador militar, Yuri Malashko, relatou um "grande ataque" que danificou uma igreja, forçando o cancelamento das celebrações religiosas. Eles não respeitam nada, nem mesmo a noite da ressurreição de Cristo", lamentou ele.
Fonte: (EUROPA PRESS)
por Pedro Santos / NEWS 360
ALEMANHA - A ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, pediu na sexta-feira (14) que a China peça para o "agressor russo" que pare a guerra na Ucrânia e disse que "nenhum outro país tem mais influência sobre a Rússia".
"Eu me pergunto por que até agora a China não incluiu um pedido ao agressor russo para parar a guerra", disse a chefe da diplomacia alemã em Pequim, em uma coletiva de imprensa ao lado do ministro chinês das Relações Exteriores, Qin Gang.
Segundo Baerbock, a recente visita do presidente chinês Xi Jinping a Moscou demonstra "que nenhum outro país tem mais influência sobre a Rússia que a China e que a decisão de usar essa influência afeta diretamente os interesses essenciais da Europa".
Em sua primeira visita ao gigante asiático, a ministra acredita que assim como o país trabalhou com sucesso para um equilíbrio pacífico entre o Irã e a Arábia Saudita, "queremos que a China pressione a Rússia para pôr fim de uma vez por todas a sua ofensiva e se engaje em uma solução pacífica para o conflito".
A China anunciou após a reunião que seu ministro da Defesa, Li Shangfu, viajará à Rússia no domingo (16) e ficará até o dia 18 de abril. Ele se reunirá com seu homólogo russo, Serguei Shoigú, para abordar "a cooperação bilateral no âmbito da defesa, assim como questões de segurança global e regional", segundo o Ministério da Defesa da Rússia.
A visita de Annalena Baerbock acontece uma semana depois do presidente francês, Emmanuel Macron, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também pedirem para que Pequim desempenhe um papel a favor da paz na Ucrânia.
A pressão internacional aumentou nas últimas semanas, a ponto da China intervir e levar a Rússia para a mesa de negociações.
Pequim se declara oficialmente neutra desde o início do conflito, sem nunca ter condenado a ofensiva russa nem adotado sanções contra Moscou.
Qin Gang afirmou na sexta-feira (14) que a "China sempre acreditou que a única maneira de resolver a crise ucraniana é promover a paz e as negociações"
A ministra alemã também foi firme no debate sobre Taiwan, onde as tensões aumentaram nas últimas semanas.
"Uma escalada militar no Estreito de Taiwan, por onde passa 50% do comércio mundial, seria um cenário catastrófico para o mundo inteiro", disse Baerbock. Qin Gang respondeu que "Taiwan pertence à China".
por AFP
UCRÂNIA - As tropas ucranianas foram forçadas a se retirar de algumas partes de Bakhmut diante de novos ataques russos à cidade arruinada, disse o Reino Unido nesta sexta-feira, com Moscou pressionando para obter uma vitória antes da esperada contraofensiva da Ucrânia.
Autoridades ucranianas dizem que a Rússia está retirando tropas de outras áreas do front para uma grande investida contra Bakhmut, que Moscou tenta capturar há nove meses para revigorar a invasão que lançou há mais de um ano.
No passado, os países ocidentais apontavam a relação complicada entre o Ministério da Defesa russo e a principal força mercenária do país, Wagner, como uma grande fraqueza russa.
"A Rússia reenergizou seu ataque à cidade de Bakhmut, em Donetsk Oblast, enquanto as forças do Ministério da Defesa russo e do Grupo Wagner melhoraram a cooperação", disseram os militares britânicos em nota diária.
"As forças ucranianas enfrentam problemas significativos de reabastecimento, mas fizeram retiradas ordenadas das posições que foram forçadas a ceder."
Perto de Bakhmut, soldados de uma unidade de artilharia ucraniana estavam carregando projéteis em um obus da era soviética e atirando em direção à linha de frente, onde disseram que a Rússia havia concentrado seus soldados de infantaria.
"Nosso alvo nessa direção é principalmente a infantaria. Há uma grande concentração do 'fator humano' da Federação Russa", disse Dmytro, comandante da unidade de artilharia.
Bakhmut, que tinha cerca de 70 mil pessoas antes da guerra, tem sido o principal alvo da Rússia em uma grande ofensiva de inverno que até agora rendeu poucos ganhos, apesar do combate terrestre de infantaria de uma intensidade não vista na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
A vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Maliar, disse que os comandantes russos redirecionaram tropas de outras áreas para Bakhmut.
"O inimigo está usando suas unidades mais profissionais lá e recorrendo a uma quantidade significativa de artilharia e aviação", escreveu ela no aplicativo de mensagens Telegram.
"Todos os dias, o inimigo realiza em Bakhmut de 40 a 50 operações de ataque e 500 episódios de bombardeio."
A atualização britânica informou que os ucranianos ainda controlam os distritos ocidentais da cidade, mas foram submetidos a um intenso fogo de artilharia russa nas últimas 48 horas.
Unidades de mercenários de Wagner agora se concentram em avançar no centro de Bakhmut, enquanto paraquedistas russos os substituem em ataques nos flancos da cidade, disse.
Capturar a cidade seria a primeira vitória substancial da Rússia em oito meses. Moscou diz que abriria uma rota para capturar mais território na região de Donbas, no leste da Ucrânia, um importante objetivo de guerra.
Por Kai Pfaffenbach e Manuel Ausloos / REUTERS
KIEV - Forças russas bombardearam cidades da linha de frente no leste da Ucrânia com ataques aéreos e de artilharia, enquanto autoridades dos Estados Unidos intensificavam os esforços para localizar a fonte de um vazamento de documentos norte-americanos sigilosos, incluindo os de planos de contraofensiva ucranianos.
Os russos continuavam sua ofensiva na região de Donetsk, onde várias cidades e vilas foram bombardeadas de forma intensa, disse o Estado-Maior da Ucrânia nesta terça-feira.
As forças ucranianas repeliram vários ataques, afirmou o órgão, conforme os militares russos mantinham seus esforços para assumir o controle de Bakhmut.
Um alto comandante ucraniano acusou Moscou de usar táticas de "terra arrasada".
"O inimigo mudou para as chamadas táticas de terra arrasada da Síria. Ele está destruindo edifícios e posições com ataques aéreos e fogo de artilharia", disse o coronel general Oleksandr Syrskyi, comandante das forças terrestres da Ucrânia, sobre Bakhmut.
A batalha pela pequena e agora em grande parte arruinada cidade à beira de um pedaço do território controlado pela Rússia em Donetsk tem sido a mais sangrenta da guerra de 13 meses, enquanto Moscou tenta injetar força em sua campanha após recentes reveses.
Ambos os lados sofreram pesadas baixas nos combates de Bakhmut, mas Syrskyi declarou: "A situação é difícil, mas controlável".
O chefe da parte de Donetsk controlada por Moscou, Denis Pushilin, disse que as forças russas agora controlam 75% da cidade, embora tenha alertado que é muito cedo para falar sobre a queda de Bakhmut.
Os militares de Moscou também visam a cidade de Avdiivka.
"Os russos transformaram Avdiivka em uma ruína total", disse Pavlo Kyrylenko, governador regional de Donetsk, descrevendo um ataque aéreo na segunda-feira que destruiu um prédio de vários andares.
"No total, cerca de 1.800 pessoas permanecem em Avdiivka, todas arriscando suas vidas todos os dias."
À medida que as batalhas avançam, a emissora norte-americana CNN disse que a Ucrânia foi forçada a alterar alguns planos militares antes de sua tão esperada contraofensiva por causa do vazamento de dezenas de documentos secretos.
Autoridades norte-americanas estão tentando rastrear a fonte do vazamento, revisando como eles compartilham segredos internamente e lidando com as consequências diplomáticas.
Os documentos detalham tópicos como informações sobre o conflito na Ucrânia, no qual Washington tem fornecido a Kiev grandes quantidades de armas e liderado a condenação internacional da invasão de Moscou.
Questionado sobre o relatório, o assessor presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak disse que os planos estratégicos de Kiev permanecem inalterados, mas que táticas específicas sempre estão sujeitas a mudanças.
Alguns especialistas em segurança nacional e autoridades dos EUA disseram suspeitar que o responsável pelo vazamento possa ser norte-americano, mas não descartaram atores pró-Rússia.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, se recusou a comentar o vazamento, mas afirmou: "Na verdade, há uma tendência de sempre culpar a Rússia por tudo. É, em geral, uma doença".
Por Pavel Polityuk
Reportagem adicional de Ron Popeski, Nick Starko e Tom Balmforth / REUTERS
KIEV – Forças russas estão realizando ataques na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, concentrando-se em duas cidades e atacando posições ucranianas com incursões aéreas e barragens de artilharia, disse Kiev na segunda-feira.
O comandante das forças terrestres da Ucrânia afirmou que os russos estão destruindo edifícios e posições na sitiada Bakhmut no que chamou de táticas de “terra arrasada”.
O ataque da Rússia a Bakhmut, uma pequena cidade em Donetsk no limite de um trecho do território controlado pela Rússia, tem sido por meses o foco da maior batalha da guerra, agora em seu segundo ano.
O Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia disse no domingo que os combates foram mais intensos ao longo das proximidades ocidentais de Bakhmut. Os russos também tinham como alvo a cidade de Avdiivka, afirmou.
Nesta segunda-feira, o comandante das forças terrestres, coronel general Oleksandr Syrskyi, disse que a defesa de Bakhmut continua.
“A situação é difícil, mas controlável”, declarou ele, segundo o Centro Militar de Mídia da Ucrânia.
Moscou está enviando forças especiais e unidades aerotransportadas para ajudar no ataque, já que os membros do grupo mercenário privado russo Wagner estão exaustos, disse Syrskyi. Os mercenários de Wagner têm liderado o ataque russo a Bakhmut, que está em grande parte em ruínas.
“O inimigo mudou para a chamada tática de terra arrasada da Síria. Ele está destruindo edifícios e posições com ataques aéreos e fogo de artilharia”, disse Syrskyi.
A Reuters não pôde verificar os relatos do campo de batalha.
O Estado-Maior da Ucrânia afirmou que as forças russas fizeram avanços malsucedidos em áreas a oeste de Bakhmut e que pelo menos 10 cidades e vilarejos foram bombardeados pela Rússia. Os russos também não avançaram nos ataques a Avdiivka, acrescentou.
Donetsk é uma das quatro províncias no leste e sul da Ucrânia que a Rússia declarou anexada no ano passado e está tentando ocupar totalmente no que parece ser uma mudança em seus objetivos de guerra, depois de não conseguir tomar o país logo após sua invasão em fevereiro de 2022.
Analistas ocidentais dizem que ambos os lados têm perdido um grande número de soldados na batalha por Bakhmut, um centro regional de transporte e logística antes da guerra.
O controle de Bakhmut pode permitir que a Rússia atinja diretamente as linhas defensivas ucranianas em Chasiv Yar, no leste, e abra caminho para que suas forças avancem sobre duas cidades maiores na região de Donetsk – Kramatorsk e Sloviansk.
Embora a Ucrânia tenha dito que deseja infligir o maior número possível de baixas às forças russas enquanto prepara sua própria contraofensiva, o presidente Volodymyr Zelenskiy reconheceu na semana passada que, se as tropas estiverem em risco de serem cercadas, poderiam se retirar.
O analista militar ucraniano Oleh Zhdanov disse que as forças russas controlavam o centro de Bakhmut, com grande parte de seu ataque agora concentrado na estação ferroviária.
“Há combates intensos no centro da cidade e o inimigo está se movendo gradualmente em direção à periferia oeste”, declarou Zhdanov.
O Ministério da Defesa britânico disse que, nos últimos sete dias, a Rússia também parece ter aumentado seus ataques blindados ao redor da cidade de Marinka, também na província de Donetsk.
“A Rússia continua dando alta prioridade às operações de recursos no setor mais amplo de Donetsk, incluindo as áreas de Marinka e Avdiivka, gastando recursos significativos para ganhos mínimos”, afirmou.
Por Pavel Polityuk / REUTERS
UCRÂNIA - O que significam as dezenas de documentos confidenciais do Departamento de Defesa americano — mapas, gráficos e fotografias — que agora circulam na internet?
Repletos de cronogramas e dezenas de acrônimos militares incompreensíveis, os documentos, alguns deles marcados como "ultrassecretos", oferecem um retrato detalhado da guerra na Ucrânia.
Eles relatam as baixas sofridas em ambos os lados, as vulnerabilidades militares de cada um e, essencialmente, quais tendem a ser seus respectivos pontos fortes quando a Ucrânia decidir lançar sua tão esperada ofensiva de primavera.
Quão reais são essas páginas impressas, desdobradas e fotografadas, possivelmente na mesa da sala de jantar de alguém? E o que elas dizem para a gente, ou para o Kremlin, que ainda não sabíamos?
Antes de mais nada, este é o maior vazamento de informações secretas americanas sobre a guerra na Ucrânia desde a invasão em grande escala da Rússia há 14 meses. Alguns dos documentos têm até seis semanas, mas as implicações são enormes.
Autoridades do Pentágono são citadas como tendo dito que os documentos são reais.
As informações em pelo menos um deles parecem ter sido grosseiramente alteradas em uma nova versão, mas em meio a uma enxurrada de até 100 documentos, parece um detalhe relativamente menor.
A BBC teve acesso a mais de 20 dos documentos. Eles incluem relatos detalhados do treinamento e dos equipamentos que estão sendo fornecidos à Ucrânia à medida que o país reúne uma dúzia de novas brigadas para uma ofensiva que pode começar em questão de semanas.
Dizem ainda quando as brigadas estarão prontas e lista todos os tanques, veículos blindados e peças de artilharia que estão sendo fornecidos pelos aliados ocidentais da Ucrânia.
Mas observa que "os prazos de entrega dos equipamentos vão afetar o treinamento e a prontidão".
Um mapa inclui um "cronograma da lama do solo congelado", avaliando as condições do terreno no leste da Ucrânia à medida que a primavera avança.
Depois de um inverno que testou as defesas aéreas da Ucrânia ao limite, há também uma análise preocupante da diminuição da capacidade de defesa aérea de Kiev, que busca equilibrar seus recursos limitados para proteger civis, infraestrutura crítica e tropas na linha de frente.
Quanto é novidade?
Muitos detalhes aqui são familiares. Só há muito mais, e tudo em um só lugar.
É o caso do número de vítimas, por exemplo. Não surpreende saber que os EUA estimam que entre 189,5 mil e 223 mil soldados russos foram mortos ou feridos.
As respectivas baixas na Ucrânia — entre 124,5 mil e 131 mil — também estão de acordo com os números estimados que foram divulgados aos jornalistas nas últimas semanas.
Em ambos os casos, o Pentágono diz ter "pouca confiança" nos números, devido a lacunas de informação, segurança operacional e tentativas deliberadas, provavelmente de ambos os lados, de mascarar dados.
É revelador que esta tenha sido a única área em que foram feitas tentativas de alterar os documentos para fazer parecer que a Ucrânia está sofrendo as piores baixas.
Uma versão que apareceu em um canal pró-Rússia do Telegram pegou o número de ucranianos "mortos em ação" ("16 mil -17,5 mil") e botou na contabilidade russa, enquanto inverteu os números no lado ucraniano para "61 mil - 71,5 mil".
Tudo isso nos leva à questão sobre quem vazou os documentos — e por quê?
Como os documentos foram vazados
A história de como os documentos saíram da plataforma de bate-papo Discord, para o 4Chan e o Telegram, já foi contada por Aric Toler, do grupo investigativo de inteligência de código aberto Bellingcat.
Toler diz que ainda não foi possível descobrir a fonte original dos vazamentos, mas mapeou sua aparição na plataforma popular entre jogadores de games no início de março.
Em 4 de março, após uma discussão sobre a guerra na Ucrânia em um servidor do Discord frequentado por jogadores do game Minecraft, um usuário escreveu: "aqui, tenho alguns documentos vazados", antes de postar 10 deles.
É uma forma incomum de vazamento, mas dificilmente única.
Em 2019, antes das eleições gerais do Reino Unido, documentos relacionados às relações comerciais do país com os EUA apareceram no Reddit, 4Chan e outros sites.
Na época, o Reddit disse que o vazamento dos documentos em sua versão integral teria partido da Rússia.
Em outro caso, no ano passado, jogadores do game War Thunder postaram repetidamente documentos militares confidenciais, aparentemente em um esforço para ganhar discussões entre si.
O vazamento mais recente é mais sensível e potencialmente prejudicial.
A Ucrânia protege de forma zelosa sua "segurança operacional" e não pode estar feliz com o fato de um material tão sensível ter aparecido em um momento tão crítico.
A ofensiva de primavera da Ucrânia pode representar um momento decisivo para o governo do presidente Volodymyr Zelensky alterar a dinâmica no campo de batalha e estabelecer condições para negociações de paz mais adiante.
Em Kiev, as autoridades falaram sobre uma possível campanha de desinformação da Rússia.
Já blogueiros militares sugeriram o contrário: tudo isso faz parte de uma conspiração ocidental para confundir os comandantes russos.
Essencialmente, não há nada nos documentos vazados até agora que indique a direção ou a potência da contraofensiva da Ucrânia.
O Kremlin já deveria ter uma boa ideia do alcance dos preparativos da Ucrânia (embora as falhas de inteligência de Moscou tenham ficado bastante em evidência durante a guerra), mas Kiev precisa manter seu inimigo na dúvida sobre como a campanha vai se desenrolar, a fim de maximizar as chances de sucesso.
RÚSSIA - Uma menina russa que foi separada do pai por ter feito um desenho de apoio à Ucrânia na escola foi entregue pelas autoridades à mãe, com quem não convivia há vários anos.
No início de março, as autoridades russas separaram Maria (Masha) Moskaliova, de 13 anos, de seu pai, com quem ela morava sem a mãe, e a adolescente foi internada em um centro para menores.
O pai, Alexei Moskaliov, foi condenado a dois anos de prisão pela acusação de desacreditar o exército. Ele provocou grande comoção entre a opinião pública depois de fugir da prisão domiciliar.
Na semana passada, ele foi detido e nesta quinta-feira estava prevista uma audiência em um tribunal de Yefremov que decidirá sobre a retirada da custódia de sua filha.
As autoridades russas anunciaram na quarta-feira à noite que a mãe da jovem, Olga Sichikhina, que não mora com ela há anos, apareceu e assumiu a custódia da filha.
A comissária russa para os direitos das crianças, Maria Lvova-Belova, anunciou no Telegram que a menina está com a mãe.
"Como muitos de vocês sabem, ela não mora com a mãe há muitos anos e tinham pouco contato", escreveu Lvova-Belova.
"A princípio, Masha não queria ficar com ela", informou a comissária, antes de acrescentar que a menina mudou de opinião.
A história de Masha e seu pai chocou a opinião pública na Rússia e se tornou um caso emblemático da repressão contra aqueles que criticam a ofensiva militar do Kremlin na Ucrânia.
Uma petição que pede a devolução da menina ao pai recebeu mais de 145.000 assinaturas.
Alexei Moskaliov, 54 anos, foi acusado de "desacreditar" o exército por criticar nas redes sociais a operação militar na Ucrânia. Ele foi condenado no fim de março a dois anos de prisão.
A ONG russa OVD-Info publicou na quinta-feira uma breve carta de Moskaliov a sua filha, um documento transmitido aos ativistas pelo advogado do pai, Vladimir Bilienko.
"Mashenka (diminutivo carinhoso de Maria), é seu pai que te escreve. Por favor aguente. As pessoas estão procurando formas de te ajudar", afirma a nota escrita às pressas.
Na semana passada, uma carta da menina foi divulgada. No texto, ela expressava apoio ao pai.
"Eu te amo muito, você não é culpado de nada, sempre estarei ao seu lado", escreveu.
UCRÂNIA - Os primeiros seis tanques Leopard que Espanha destinou à Ucrânia deverão chegar ao país na segunda metade de abril, disse a ministra da Defesa espanhola.
“Temos um grupo de seis tanques que já foram tratados e o seu bom funcionamento está a ser avaliado. A ideia que temos é que na segunda quinzena de abril partam para a Ucrânia para se juntarem a um grupo de tanques fornecidos por outros países”, explicou Margarita Robles em declarações à RTVE.
Espanha comprometeu-se com o envio de dez tanques Leopard para a Ucrânia, numa coligação internacional que aprovou o envio dos equipamentos de fabrico alemão para ajudar os ucranianos a combater a invasão russa. "Espanha sempre atuou em total coordenação com outros países. O nosso compromisso com a Ucrânia é total e absoluto”, acrescentou a ministra.
O custo da reparação dos dez tanques é de 4,1 milhões de euros, segundo dados anteriormente publicados.
A Rússia iniciou uma invasão em grande escala da Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, espoletando um conflito armado que, segundo as Nações Unidas, já terá vitimado mais de 8.400 civis.
Os países do Ocidente têm criticado frequentemente as ações russas em território ucraniano, avançando com pacotes de apoio militar e financeiro a Kyiv. Destaca-se o envio de tanques Leopard, de fabrico alemão, que vários países - entre eles, Portugal - concordaram e coordenaram.
UCRÂNIA - 'Drones' russos atingiram hoje, 04, o porto ucraniano de Odessa, no mar Negro, e causaram danos, disseram as autoridades locais.
"O inimigo acaba de atingir Odessa e a área de Odessa com ataques de UAV [aparelhos aéreos não tripulados]", indicou a administração local na rede social Facebook.
"Há danos", referiu, sem acrescentar qualquer pormenor.
Odessa era um destino de férias para muitos ucranianos e russos antes do início da invasão da Ucrânia em 2022.
Desde o início do conflito, Odessa foi bombardeada várias vezes pelas forças russas.
Em janeiro, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) incluiu o centro histórico de Odessa na lista do património mundial em perigo.
LUSA
KIEV – As Forças Armadas da Ucrânia disseram que suas tropas travavam nesta segunda-feira combate com as forças russas em Bakhmut e rejeitaram alegações russas de que combatentes mercenários capturaram a cidade do leste após meses de lutas.
Um porta-voz ucraniano brincou que os russos levantaram bandeira da vitória não sobre a prefeitura da cidade, mas sobre “algum tipo de banheiro”.
Em Moscou, o Kremlin acusou a Ucrânia de estar por trás da explosão de uma bomba em um café em São Petersburgo no domingo que matou um importante blogueiro pró-guerra russo. A Rússia disse que prendeu uma mulher suspeita pela explosão.
A batalha por Bakhmut é uma das mais sangrentas da guerra, agora em seu segundo ano, com muitas baixas de ambos os lados e grande parte da cidade destruída por bombardeios. As linhas de frente têm mudado para frente e para trás em combates rua a rua.
O chefe da força mercenária Wagner, que lidera a campanha do Kremlin para cercar e capturar Bakhmut, disse no domingo que suas tropas hastearam uma bandeira russa no prédio da prefeitura, no centro da cidade.
Yevgeny Prigozhin reconheceu que as tropas ucranianas ainda mantinham algumas posições. Mas ele disse em vídeo publicado no Telegram: “Do ponto de vista legal, Bakhmut foi tomada. O inimigo está concentrado nas partes ocidentais.” Prigozhin já fez alegações prematuras antes.
Os militares ucranianos disseram nesta segunda-feira que os combates ainda estavam acontecendo em Bakhmut, assim como em várias outras cidades.
Serhiy Cherevatiy, porta-voz do comando militar do leste, afirmou que a alegação russa de ter capturado a cidade é falsa. Os confrontos estavam ocorrendo em torno do centro da cidade, disse ele.
“Bakhmut é ucraniana e eles não capturaram nada e estão muito longe de fazer isso, para dizer o mínimo”, declarou ele à Reuters.
“Eles levantaram a bandeira sobre algum tipo de banheiro. Eles prenderam sabe-se lá o quê, penduraram o trapo e disseram que haviam capturado a cidade. Muito bem, deixe-os pensar que a tomaram”, disse Cherevatyi por telefone.
Anteriormente, os militares ucranianos disseram que os russos estavam atacando a cidade, mas seus defensores estavam resistindo.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, agradeceu em discurso na noite de domingo aos soldados que lutam em Bakhmut, Avdiivka e Maryinka.
“Especialmente Bakhmut. É especialmente complicado lá”, afirmou ele.
O analista militar ucraniano Oleh Zhdanov disse que os combates tomaram conta do centro de Bakhmut. As forças ucranianas repeliram 25 ataques inimigos, mas as forças russas capturaram a aciaria AZOM, segundo ele.
“O inimigo está atacando o centro da cidade pelo norte, leste e sul e está tentando tomar a cidade sob seu controle total”, disse Zhdanov em um vídeo no YouTube.
A Reuters não pôde verificar os relatos do campo de batalha.
Por Pavel Polityuk / REUTERS
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