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BELGOROD - Uma grande explosão atingiu uma rua na cidade russa de Belgorod, que fica do outro lado da fronteira com a Ucrânia, mas não houve relatos iniciais de feridos, disseram autoridades locais.

O governador da região de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, anunciou a imposição de estado de emergência e disse no Telegram que havia uma cratera medindo 20 metros de diâmetro em uma das principais ruas da cidade. Ele não disse qual era a causa.

Imagens de vídeo do local mostraram pilhas de concreto na rua, vários carros danificados e um prédio com janelas quebradas. Uma foto mostrou o que parecia ser um carro de cabeça para baixo no telhado de uma loja.

Belgorod é uma das várias regiões do sul da Rússia onde alvos como depósitos de combustível e munição foram abalados por explosões desde o início do que Moscou chama de sua "operação militar especial" na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.

 

 

 

Reportagem de David Ljunggren / REUTERS

UCRÂNIA - Esgotamento dos estoques de mísseis leva Moscou a utilizar cada vez mais as perigosas bombas aéreas teleguiadas. Caças modernos como os F-16 americanos são a melhor defesa para esses ataques, dizem especialistas.

Anteriormente, as bombas aéreas teleguiadas eram utilizadas esporadicamente, mas agora, isso ocorre todos os dias. No início de abril, a Força Aérea ucraniana informou que a Rússia disparava até 20 dessas bombas por dia ao longo de toda a fronteira.

"Os russos lançam mais e mais dessas bombas por que seus estoques de mísseis já estão se esgotando. Restam alguns poucos, por isso, passaram a usar as bombas aéreas, que são mais baratas", afirmou à DW Yuriy Ihnat, porta-voz das Forças Aéreas ucranianas.

 

O que são bombas aéreas teleguiadas?

Especialistas ucranianos explicam que há dois tipos de bombas teleguiadas russas. O primeiro destes são as UPAB-1500B, que incluem um sistema de navegação inercial por satélite.

A bomba é projetada para atacar, em particular, alvos sólidos em terra ou na água, como casamatas de concreto reforçado, postos de comando, pontes ferroviárias e navios de guerra ou de transportes. Esses artefatos, criados por engenheiros russos, são de fabricação recente, mas, segundo especialistas, não é possível utilizá-las massivamente devido aos altos custos de produção.

O Exército russo, no entanto, usa atualmente na Ucrânia, na maioria dos casos, bombas antigas altamente explosivas e originalmente não teleguiadas do tipo FAB, que pesam 500, 1000 quilos ou 1,5 tonelada.

Os peritos avaliam que esses projéteis podem ser convertidos em bombas teleguiadas com o simples acréscimo de asas e de um sistema de navegação GPS, que as tornam um armamento de alta precisão.

Oleh Katkov, editor-chefe do jornal ucraniano de comércio Defense Express, avalia que essa conversão é de baixo custo e não requer muito tempo.

Essa informação foi confirmada pelo especialista militar do Centro ucraniano Dmytro Tymchuk para Estudos de Segurança, Oleksandr Kovalenko. "Pode-se produzir com rapidez esse tipo de bombas, das quais ainda existem muitas em estoque", afirmou.

Segundo Kovalenko, a Rússia ainda será capaz de atacar a Ucrânia com essas antigas bombas soviéticas por muito tempo. O especialista ressalta que esses artefatos são de baixa qualidade, uma vez que as asas são simplesmente soldadas a um pedaço de ferro velho.

 

Sistemas de mísseis antiaéreos não bastam

As aeronaves capazes de transporta as bombas teleguiadas são os aviões de combate Su-30, Su-35, Su-24, Su-34 e alguns helicópteros de ataque. Segundo Yuriy Ihnat, as aeronaves russas deixaram de voar sobre o território ucraniano um mês após o início da invasão ao país vizinho, em fevereiro do ano passado.

Os russos se limitam a lançar essas bombas teleguiadas de dentro de seu território, próximo a fronteira ucraniana, ou das áreas sob domínio russo ao longo das frentes de batalha.

"Os aviões russos conseguem lançar essas bombas 50 a 70 quilômetros dentro do território ucraniano. A distância depende da altitude e da velocidade da aeronave e do quanto eles estão próximos das fronteiras ou das frentes de batalha", explicou.

"Mas, esses aviões não voam além da fronteira porque sabem que podem ser abatidos. Quanto mais alto um avião voa, maior a possibilidade de ser detectado por nossas estações de radar", diz o porta-voz da Força Aérea ucraniana.

Para se defender das bombas teleguiadas, a Ucrânia utiliza sistemas de mísseis antiaéreos da era soviética, em particular, os modelos Buk ou S-300. Esses sistemas, porém, têm pouca eficácia, uma vez que é bastante difícil interceptar bombas aéreas com a utilização de mísseis.

"Os mísseis antiaéreos não atingem diretamente os alvos, mas explodem próximo a eles e os perfuram com fragmentos. Isso normalmente não funciona no caso de uma bomba aérea", enfatizou Ihnat. Ele diz que a Ucrânia precisa de sistemas de defesa modernos, especialmente os Patriot e os SAMP-T para destruir essas bombas.

A Ucrânia, porém, não possui sistemas antiaéreos suficientes para cobrir toda a extensão das frentes de batalha ou de suas fronteiras com a Rússia e o Belarus. Além disso, esses sistemas modernos não devem ser colocados próximos da zona de combates, uma vez que as forças russas tentariam imediatamente destruí-los, mesmo que somente por questões propagandísticas, diz Oleg Katkov.

"Este seria o objetivo número um dos russos. Eles utilizariam tudo o que têm contra os sistemas Patriot", observou. Katkov acredita que os russos estariam até dispostos a sacrificar seus caças apenas para infligir perdas significativas na Ucrânia.

 

Ucrânia precisa de aviões de combate

Segundo os especialistas, a melhor proteção para a Ucrânia das bombas teleguiadas seriam os modernos caças americanos F-16. "As bombas são difíceis de serem atingidas, dessa forma, seria mais fácil destruir seus transportes, ou seja, os aviões russos", diz Oleksandr Kovalenko.

"Para conseguir combatê-los, a Ucrânia precisa de caças de quarta geração com alcance de mais de 100 quilômetros, como os F-16 ou os aviões de combate polivalentes Eurofighter Typhoon e Rafale", explica o especialista.

Ele se diz convencido de que é impossível proteger as regiões de fronteira e as frentes de batalha das bombas teleguiadas russas, a não ser que a Ucrânia possa utilizar os aviões de combate adequados.

 

 

Autor: Lilia Rzheutska / DW

UCRÂNIA - O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, visitou na terça-feira (18) a cidade de Avdiivka, um dos principais pontos da frente leste da batalha, anunciou a assessoria de imprensa do governo.

"Tenho a honra de estar aqui hoje, agradecê-los por seu serviço, pela defesa de nossa terra", afirmou Zelensky aos militares em Avdiivka, segundo a presidência.

A assessoria de Zelensky publicou fotografias e um vídeo da visita, pouco depois do anúncio feito pelo Kremlin de uma visita surpresa de Vladimir Putin às zonas ocupadas da Ucrânia.

As imagens mostram o presidente ucraniano com um um moletom preto, sem colete à prova de balas ou capacete, primeiro a céu aberto com os militares e depois em um hangar industrial onde entregou condecorações do Estado aos soldados.

O vídeo também mostra veículos, possivelmente do comboio presidencial, circulando pelas ruas entre prédios destruídos ou danificados.

"Eu desejo a vocês apenas a vitória, o que desejo a todos os ucranianos", afirmou Zelensky aos militares. "Com pessoas tão fortes, após a vitória, tenho certeza de que juntos vamos reconstruir a Ucrânia", acrescentou.

A cidade de Avdíivka, perto de Donetsk, capital regional ocupada, está há meses entre os pontos de maior tensão da região de mesmo nome, que o exército russo deseja controlar por completo.

 

 

por AFP

KREMLIN - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez uma visita surpresa a duas regiões da Ucrânia ocupadas pelas tropas de Moscou, anunciou o Kremlin nesta terça-feira (18), no momento em que as forças de Kiev preparam uma grande ofensiva.

Durante as visitas, que não tiveram as datas reveladas, Putin se reuniu com os comandantes militares na região de Kherson (sul) e em Lugansk (leste).

Moscou reivindica a anexação das duas regiões, embora suas tropas não controlem as áreas por completo. O exército russo, inclusive, sofreu um duro revés e foi obrigado a abandonar cidade de Kherson, capital da região de mesmo nome, no fim do ano passado.

A presidência ucraniana denunciou a visita e acusou o presidente russo de comparecer à cena de seus "crimes".

Esta viagem "é um 'passeio especial' do autor dos assassinatos em massa nos territórios ocupados", afirmou no Twitter Mikhaylo Podoliak, conselheiro da presidência ucraniana.

Pouco depois do anúncio da visita de Putin, Kiev informou que um bombardeio russo deixou seis feridos na cidade de Kherson.

Esta foi a segunda viagem do chefe de Estado russo em um mês a uma área ucraniana ocupada por Moscou.

"O comandante supremo das Forças Armadas da Federação da Rússia visitou o quartel-general da unidade militar 'Dnieper'", na região de Kherson, afirmou o Kremlin em um comunicado.

Putin se reuniu com o comandante das forças aerotransportadas russas, general Mikhail Teplinskiy, e outros altos oficiais militares para discutir a situação nas regiões de Kherson e Zaporizhzhia, áreas que Moscou anunciou ter anexado em setembro.

De acordo com analistas, esta zona pode ser o cenário de uma ofensiva das forças ucranianas na primavera (hemisfério norte, outono no Brasil), para tentar retomar dos russos os territórios ocupados.

O local é particularmente estratégico, já que os territórios conquistados por Moscou nas regiões de Zaporizhzhia e Kherson formam uma continuidade terrestre entre a Rússia e a península da Crimeia, anexada em 2014. A ruptura desta ligação terrestre seria um grande revés para Moscou.

 

- Preparativos ucranianos -

De acordo com a presidência, Putin felicitou os militares por ocasião da festa ortodoxa da Páscoa, celebrada no domingo.

"É importante ouvir a opinião de vocês sobre a situação, escutá-los, trocar informações", declarou Putin, segundo um vídeo divulgado pelo Kremlin.

O exército russo abandonou a cidade de Kherson em novembro de 2022 para recuar até o outro lado do rio Dnieper.

Em Luhansk, Putin se reuniu com membros da Guarda Nacional russa, anunciou o Kremlin.

Em março, o presidente russo fez visitas surpresa à Crimeia, península anexada pela Rússia em 2014, e a Mariupol, cidade portuária ucraniana cercada durante meses e tomada pelas forças russas em maio de 2022.

A Rússia sofreu consideráveis derrotas militares no ano passado, em particular nas proximidades de Kiev, e teve que retirar suas tropas não apenas da cidade de Kherson, mas também de toda a região de Kharkiv (nordeste).

Atualmente os combates mais violentos acontecem em Bakhmut (leste), epicentro do conflito e a batalha mais longa e sangrenta desde o início da ofensiva russa, em fevereiro de 2022.

Após quase nove meses de confrontos, dois terços da cidade estão sob controle russo.

As forças ucranianas, que recentemente receberam tanques pesados e canhões de longo alcance de seus aliados ocidentais, prometem há semanas uma nova contraofensiva, quando as condições climáticas permitirem as ações.

A Ucrânia afirma que formou brigadas de ataque e armazenou munição com este objetivo.

Kiev não divulgou números, mas o fundador do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigozhin, que tem seus combatentes na linha de frente no leste da Ucrânia, advertiu que Moscou deve se preparar para enfrentar uma força ucraniana de entre 200.000 e 400.000 homens.

 

 

AFP

UCRÂNIA - O Estado-Maior General das Forças Armadas Ucranianas denunciou no domingo "dezenas" de ataques russos a posições ucranianas no leste do país que resultaram em pesadas perdas para os atacantes.

Em particular, disse que 45 ataques russos foram repelidos em torno de Bakhmut e Marinka, onde a linha da frente não mudou. O inimigo está a sofrer pesadas baixas, mas mantém o seu plano de ocupação do território ucraniano", disse ele.

Em outras partes do país também houve ataques apesar das férias da Páscoa ortodoxa, como em Mykolaiv, onde dois adolescentes foram mortos, segundo o governador militar, Vitali Kim.

Em Zaporíjia, o governador militar, Yuri Malashko, relatou um "grande ataque" que danificou uma igreja, forçando o cancelamento das celebrações religiosas. Eles não respeitam nada, nem mesmo a noite da ressurreição de Cristo", lamentou ele.

 

 

Fonte: (EUROPA PRESS)

por Pedro Santos / NEWS 360

ALEMANHA - A ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, pediu na sexta-feira (14) que a China peça para o "agressor russo" que pare a guerra na Ucrânia e disse que "nenhum outro país tem mais influência sobre a Rússia".

"Eu me pergunto por que até agora a China não incluiu um pedido ao agressor russo para parar a guerra", disse a chefe da diplomacia alemã em Pequim, em uma coletiva de imprensa ao lado do ministro chinês das Relações Exteriores, Qin Gang.

Segundo Baerbock, a recente visita do presidente chinês Xi Jinping a Moscou demonstra "que nenhum outro país tem mais influência sobre a Rússia que a China e que a decisão de usar essa influência afeta diretamente os interesses essenciais da Europa".

Em sua primeira visita ao gigante asiático, a ministra acredita que assim como o país trabalhou com sucesso para um equilíbrio pacífico entre o Irã e a Arábia Saudita, "queremos que a China pressione a Rússia para pôr fim de uma vez por todas a sua ofensiva e se engaje em uma solução pacífica para o conflito".

A China anunciou após a reunião que seu ministro da Defesa, Li Shangfu, viajará à Rússia no domingo (16) e ficará até o dia 18 de abril. Ele se reunirá com seu homólogo russo, Serguei Shoigú, para abordar "a cooperação bilateral no âmbito da defesa, assim como questões de segurança global e regional", segundo o Ministério da Defesa da Rússia.

A visita de Annalena Baerbock acontece uma semana depois do presidente francês, Emmanuel Macron, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também pedirem para que Pequim desempenhe um papel a favor da paz na Ucrânia.

A pressão internacional aumentou nas últimas semanas, a ponto da China intervir e levar a Rússia para a mesa de negociações.

Pequim se declara oficialmente neutra desde o início do conflito, sem nunca ter condenado a ofensiva russa nem adotado sanções contra Moscou.

Qin Gang afirmou na sexta-feira (14) que a "China sempre acreditou que a única maneira de resolver a crise ucraniana é promover a paz e as negociações"

A ministra alemã também foi firme no debate sobre Taiwan, onde as tensões aumentaram nas últimas semanas.

"Uma escalada militar no Estreito de Taiwan, por onde passa 50% do comércio mundial, seria um cenário catastrófico para o mundo inteiro", disse Baerbock. Qin Gang respondeu que "Taiwan pertence à China".

 

 

por AFP

UCRÂNIA - As tropas ucranianas foram forçadas a se retirar de algumas partes de Bakhmut diante de novos ataques russos à cidade arruinada, disse o Reino Unido nesta sexta-feira, com Moscou pressionando para obter uma vitória antes da esperada contraofensiva da Ucrânia.

Autoridades ucranianas dizem que a Rússia está retirando tropas de outras áreas do front para uma grande investida contra Bakhmut, que Moscou tenta capturar há nove meses para revigorar a invasão que lançou há mais de um ano.

No passado, os países ocidentais apontavam a relação complicada entre o Ministério da Defesa russo e a principal força mercenária do país, Wagner, como uma grande fraqueza russa.

"A Rússia reenergizou seu ataque à cidade de Bakhmut, em Donetsk Oblast, enquanto as forças do Ministério da Defesa russo e do Grupo Wagner melhoraram a cooperação", disseram os militares britânicos em nota diária.

"As forças ucranianas enfrentam problemas significativos de reabastecimento, mas fizeram retiradas ordenadas das posições que foram forçadas a ceder."

Perto de Bakhmut, soldados de uma unidade de artilharia ucraniana estavam carregando projéteis em um obus da era soviética e atirando em direção à linha de frente, onde disseram que a Rússia havia concentrado seus soldados de infantaria.

"Nosso alvo nessa direção é principalmente a infantaria. Há uma grande concentração do 'fator humano' da Federação Russa", disse Dmytro, comandante da unidade de artilharia.

Bakhmut, que tinha cerca de 70 mil pessoas antes da guerra, tem sido o principal alvo da Rússia em uma grande ofensiva de inverno que até agora rendeu poucos ganhos, apesar do combate terrestre de infantaria de uma intensidade não vista na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

A vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Maliar, disse que os comandantes russos redirecionaram tropas de outras áreas para Bakhmut.

"O inimigo está usando suas unidades mais profissionais lá e recorrendo a uma quantidade significativa de artilharia e aviação", escreveu ela no aplicativo de mensagens Telegram.

"Todos os dias, o inimigo realiza em Bakhmut de 40 a 50 operações de ataque e 500 episódios de bombardeio."

A atualização britânica informou que os ucranianos ainda controlam os distritos ocidentais da cidade, mas foram submetidos a um intenso fogo de artilharia russa nas últimas 48 horas.

Unidades de mercenários de Wagner agora se concentram em avançar no centro de Bakhmut, enquanto paraquedistas russos os substituem em ataques nos flancos da cidade, disse.

Capturar a cidade seria a primeira vitória substancial da Rússia em oito meses. Moscou diz que abriria uma rota para capturar mais território na região de Donbas, no leste da Ucrânia, um importante objetivo de guerra.

 

 

Por Kai Pfaffenbach e Manuel Ausloos / REUTERS

KIEV - Forças russas bombardearam cidades da linha de frente no leste da Ucrânia com ataques aéreos e de artilharia, enquanto autoridades dos Estados Unidos intensificavam os esforços para localizar a fonte de um vazamento de documentos norte-americanos sigilosos, incluindo os de planos de contraofensiva ucranianos.

Os russos continuavam sua ofensiva na região de Donetsk, onde várias cidades e vilas foram bombardeadas de forma intensa, disse o Estado-Maior da Ucrânia nesta terça-feira.

As forças ucranianas repeliram vários ataques, afirmou o órgão, conforme os militares russos mantinham seus esforços para assumir o controle de Bakhmut.

Um alto comandante ucraniano acusou Moscou de usar táticas de "terra arrasada".

"O inimigo mudou para as chamadas táticas de terra arrasada da Síria. Ele está destruindo edifícios e posições com ataques aéreos e fogo de artilharia", disse o coronel general Oleksandr Syrskyi, comandante das forças terrestres da Ucrânia, sobre Bakhmut.

A batalha pela pequena e agora em grande parte arruinada cidade à beira de um pedaço do território controlado pela Rússia em Donetsk tem sido a mais sangrenta da guerra de 13 meses, enquanto Moscou tenta injetar força em sua campanha após recentes reveses.

Ambos os lados sofreram pesadas baixas nos combates de Bakhmut, mas Syrskyi declarou: "A situação é difícil, mas controlável".

O chefe da parte de Donetsk controlada por Moscou, Denis Pushilin, disse que as forças russas agora controlam 75% da cidade, embora tenha alertado que é muito cedo para falar sobre a queda de Bakhmut.

Os militares de Moscou também visam a cidade de Avdiivka.

"Os russos transformaram Avdiivka em uma ruína total", disse Pavlo Kyrylenko, governador regional de Donetsk, descrevendo um ataque aéreo na segunda-feira que destruiu um prédio de vários andares.

"No total, cerca de 1.800 pessoas permanecem em Avdiivka, todas arriscando suas vidas todos os dias."

À medida que as batalhas avançam, a emissora norte-americana CNN disse que a Ucrânia foi forçada a alterar alguns planos militares antes de sua tão esperada contraofensiva por causa do vazamento de dezenas de documentos secretos.

Autoridades norte-americanas estão tentando rastrear a fonte do vazamento, revisando como eles compartilham segredos internamente e lidando com as consequências diplomáticas.

Os documentos detalham tópicos como informações sobre o conflito na Ucrânia, no qual Washington tem fornecido a Kiev grandes quantidades de armas e liderado a condenação internacional da invasão de Moscou.

Questionado sobre o relatório, o assessor presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak disse que os planos estratégicos de Kiev permanecem inalterados, mas que táticas específicas sempre estão sujeitas a mudanças.

Alguns especialistas em segurança nacional e autoridades dos EUA disseram suspeitar que o responsável pelo vazamento possa ser norte-americano, mas não descartaram atores pró-Rússia.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, se recusou a comentar o vazamento, mas afirmou: "Na verdade, há uma tendência de sempre culpar a Rússia por tudo. É, em geral, uma doença".

 

 

 

Por Pavel Polityuk

Reportagem adicional de Ron Popeski, Nick Starko e Tom Balmforth / REUTERS

KIEV – Forças russas estão realizando ataques na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, concentrando-se em duas cidades e atacando posições ucranianas com incursões aéreas e barragens de artilharia, disse Kiev na segunda-feira.

O comandante das forças terrestres da Ucrânia afirmou que os russos estão destruindo edifícios e posições na sitiada Bakhmut no que chamou de táticas de “terra arrasada”.

O ataque da Rússia a Bakhmut, uma pequena cidade em Donetsk no limite de um trecho do território controlado pela Rússia, tem sido por meses o foco da maior batalha da guerra, agora em seu segundo ano.

O Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia disse no domingo que os combates foram mais intensos ao longo das proximidades ocidentais de Bakhmut. Os russos também tinham como alvo a cidade de Avdiivka, afirmou.

Nesta segunda-feira, o comandante das forças terrestres, coronel general Oleksandr Syrskyi, disse que a defesa de Bakhmut continua.

“A situação é difícil, mas controlável”, declarou ele, segundo o Centro Militar de Mídia da Ucrânia.

Moscou está enviando forças especiais e unidades aerotransportadas para ajudar no ataque, já que os membros do grupo mercenário privado russo Wagner estão exaustos, disse Syrskyi. Os mercenários de Wagner têm liderado o ataque russo a Bakhmut, que está em grande parte em ruínas.

“O inimigo mudou para a chamada tática de terra arrasada da Síria. Ele está destruindo edifícios e posições com ataques aéreos e fogo de artilharia”, disse Syrskyi.

A Reuters não pôde verificar os relatos do campo de batalha.

O Estado-Maior da Ucrânia afirmou que as forças russas fizeram avanços malsucedidos em áreas a oeste de Bakhmut e que pelo menos 10 cidades e vilarejos foram bombardeados pela Rússia. Os russos também não avançaram nos ataques a Avdiivka, acrescentou.

Donetsk é uma das quatro províncias no leste e sul da Ucrânia que a Rússia declarou anexada no ano passado e está tentando ocupar totalmente no que parece ser uma mudança em seus objetivos de guerra, depois de não conseguir tomar o país logo após sua invasão em fevereiro de 2022.

Analistas ocidentais dizem que ambos os lados têm perdido um grande número de soldados na batalha por Bakhmut, um centro regional de transporte e logística antes da guerra.

O controle de Bakhmut pode permitir que a Rússia atinja diretamente as linhas defensivas ucranianas em Chasiv Yar, no leste, e abra caminho para que suas forças avancem sobre duas cidades maiores na região de Donetsk – Kramatorsk e Sloviansk.

Embora a Ucrânia tenha dito que deseja infligir o maior número possível de baixas às forças russas enquanto prepara sua própria contraofensiva, o presidente Volodymyr Zelenskiy reconheceu na semana passada que, se as tropas estiverem em risco de serem cercadas, poderiam se retirar.

O analista militar ucraniano Oleh Zhdanov disse que as forças russas controlavam o centro de Bakhmut, com grande parte de seu ataque agora concentrado na estação ferroviária.

“Há combates intensos no centro da cidade e o inimigo está se movendo gradualmente em direção à periferia oeste”, declarou Zhdanov.

O Ministério da Defesa britânico disse que, nos últimos sete dias, a Rússia também parece ter aumentado seus ataques blindados ao redor da cidade de Marinka, também na província de Donetsk.

“A Rússia continua dando alta prioridade às operações de recursos no setor mais amplo de Donetsk, incluindo as áreas de Marinka e Avdiivka, gastando recursos significativos para ganhos mínimos”, afirmou.

 

 

Por Pavel Polityuk / REUTERS

UCRÂNIA - O que significam as dezenas de documentos confidenciais do Departamento de Defesa americano — mapas, gráficos e fotografias — que agora circulam na internet?

Repletos de cronogramas e dezenas de acrônimos militares incompreensíveis, os documentos, alguns deles marcados como "ultrassecretos", oferecem um retrato detalhado da guerra na Ucrânia.

Eles relatam as baixas sofridas em ambos os lados, as vulnerabilidades militares de cada um e, essencialmente, quais tendem a ser seus respectivos pontos fortes quando a Ucrânia decidir lançar sua tão esperada ofensiva de primavera.

Quão reais são essas páginas impressas, desdobradas e fotografadas, possivelmente na mesa da sala de jantar de alguém? E o que elas dizem para a gente, ou para o Kremlin, que ainda não sabíamos?

Antes de mais nada, este é o maior vazamento de informações secretas americanas sobre a guerra na Ucrânia desde a invasão em grande escala da Rússia há 14 meses. Alguns dos documentos têm até seis semanas, mas as implicações são enormes.

Autoridades do Pentágono são citadas como tendo dito que os documentos são reais.

As informações em pelo menos um deles parecem ter sido grosseiramente alteradas em uma nova versão, mas em meio a uma enxurrada de até 100 documentos, parece um detalhe relativamente menor.

A BBC teve acesso a mais de 20 dos documentos. Eles incluem relatos detalhados do treinamento e dos equipamentos que estão sendo fornecidos à Ucrânia à medida que o país reúne uma dúzia de novas brigadas para uma ofensiva que pode começar em questão de semanas.

Dizem ainda quando as brigadas estarão prontas e lista todos os tanques, veículos blindados e peças de artilharia que estão sendo fornecidos pelos aliados ocidentais da Ucrânia.

Mas observa que "os prazos de entrega dos equipamentos vão afetar o treinamento e a prontidão".

Um mapa inclui um "cronograma da lama do solo congelado", avaliando as condições do terreno no leste da Ucrânia à medida que a primavera avança.

Depois de um inverno que testou as defesas aéreas da Ucrânia ao limite, há também uma análise preocupante da diminuição da capacidade de defesa aérea de Kiev, que busca equilibrar seus recursos limitados para proteger civis, infraestrutura crítica e tropas na linha de frente.

 

Quanto é novidade?

Muitos detalhes aqui são familiares. Só há muito mais, e tudo em um só lugar.

É o caso do número de vítimas, por exemplo. Não surpreende saber que os EUA estimam que entre 189,5 mil e 223 mil soldados russos foram mortos ou feridos.

As respectivas baixas na Ucrânia — entre 124,5 mil e 131 mil — também estão de acordo com os números estimados que foram divulgados aos jornalistas nas últimas semanas.

Em ambos os casos, o Pentágono diz ter "pouca confiança" nos números, devido a lacunas de informação, segurança operacional e tentativas deliberadas, provavelmente de ambos os lados, de mascarar dados.

É revelador que esta tenha sido a única área em que foram feitas tentativas de alterar os documentos para fazer parecer que a Ucrânia está sofrendo as piores baixas.

Uma versão que apareceu em um canal pró-Rússia do Telegram pegou o número de ucranianos "mortos em ação" ("16 mil -17,5 mil") e botou na contabilidade russa, enquanto inverteu os números no lado ucraniano para "61 mil - 71,5 mil".

Tudo isso nos leva à questão sobre quem vazou os documentos — e por quê?

 

Como os documentos foram vazados

A história de como os documentos saíram da plataforma de bate-papo Discord, para o 4Chan e o Telegram, já foi contada por Aric Toler, do grupo investigativo de inteligência de código aberto Bellingcat.

Toler diz que ainda não foi possível descobrir a fonte original dos vazamentos, mas mapeou sua aparição na plataforma popular entre jogadores de games no início de março.

Em 4 de março, após uma discussão sobre a guerra na Ucrânia em um servidor do Discord frequentado por jogadores do game Minecraft, um usuário escreveu: "aqui, tenho alguns documentos vazados", antes de postar 10 deles.

É uma forma incomum de vazamento, mas dificilmente única.

Em 2019, antes das eleições gerais do Reino Unido, documentos relacionados às relações comerciais do país com os EUA apareceram no Reddit, 4Chan e outros sites.

Na época, o Reddit disse que o vazamento dos documentos em sua versão integral teria partido da Rússia.

Em outro caso, no ano passado, jogadores do game War Thunder postaram repetidamente documentos militares confidenciais, aparentemente em um esforço para ganhar discussões entre si.

O vazamento mais recente é mais sensível e potencialmente prejudicial.

A Ucrânia protege de forma zelosa sua "segurança operacional" e não pode estar feliz com o fato de um material tão sensível ter aparecido em um momento tão crítico.

A ofensiva de primavera da Ucrânia pode representar um momento decisivo para o governo do presidente Volodymyr Zelensky alterar a dinâmica no campo de batalha e estabelecer condições para negociações de paz mais adiante.

Em Kiev, as autoridades falaram sobre uma possível campanha de desinformação da Rússia.

Já blogueiros militares sugeriram o contrário: tudo isso faz parte de uma conspiração ocidental para confundir os comandantes russos.

Essencialmente, não há nada nos documentos vazados até agora que indique a direção ou a potência da contraofensiva da Ucrânia.

O Kremlin já deveria ter uma boa ideia do alcance dos preparativos da Ucrânia (embora as falhas de inteligência de Moscou tenham ficado bastante em evidência durante a guerra), mas Kiev precisa manter seu inimigo na dúvida sobre como a campanha vai se desenrolar, a fim de maximizar as chances de sucesso.

 

 

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