SÃO CARLOS/SP - O coordenador de projetos da Fundação Getulio Vargas (FGV), professor Manoel de Andrade e Silva Reis, apresentou na manhã de sexta-feira (11/03), no auditório do Paço Municipal, para o prefeito Airton Garcia e representantes de entidades e associações, o trabalho da metodologia que será utilizada para a elaboração do Plano de Mobilidade Urbana de São Carlos.
Manoel de Andrade e Silva Reis apresentou as cinco etapas do plano que incluem o reconhecimento do município; definição de prioridades, objetivos e metas; detalhamento do plano de trabalho; elaboração do plano de mobilidade e aprovação do plano.
“Estamos na fase de entendimento sobre a mobilidade urbana e identificação de formadores de opinião e grupo de interesses, considerando visões políticas, econômicas e sociais. Também já definimos um plano de comunicação visando a transparência e engajamento da população durante todo o processo de desenvolvimento do Plano”, explicou o Coordenador da FGV, garantindo que as cinco etapas devem ser concluídas até o final de setembro.
O coordenador ressaltou que o prazo estipulado pelo Governo Federal para finalização do Plano é abril de 2023. “São Carlos está dentro do prazo para que tenha a compreensão da sua realidade e as necessidades desta área”.
Já o representante da Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de São Carlos (AEASC), engenheiro Douglas Barreto, falou sobre os benefícios que irão ser oferecidos à população com a implementação do Plano de Mobilidade. “Acessibilidade, sustentabilidade, segurança, qualidade no deslocamento, além da melhoria da mobilidade das pessoas. A cidade que quer incorporar um deslocamento saudável e sustentável, precisa de um plano de mobilidade. Vamos participar de todas as etapas e a comunidade em geral também poderá participar das três audiências públicas e opinar pelo site”, finalizou o diretor da AEASC.
Segundo o secretário de Transporte e Trânsito, Paulo Luciano, o município já dispõe de um banco de dados. “Agora vamos iniciar a segunda etapa quando serão coletadas sugestões, através de entrevistas com os principais formadores de opinião do município. Os resultados servirão de base para a elaboração das prioridades, objetivos e metas que nortearão o Plano de Mobilidade Urbana de São Carlos. Depois já iniciaremos a pesquisa de origem e destino que será feita por meio das antenas de celulares. Na sequência serão estudados todos os modais de transporte que existem na cidade”, garantiu o secretário.
SÃO CARLOS/SP - Na tarde de segunda-feira (17), o vereador Bira (PSD) esteve no bairro Jardim Itamarati acompanhado pelo morador Fabiano Antônio Ferri, que procurou o parlamentar para solicitar a instalação de uma rampa de acesso para cadeirantes na calçada da rua Erasmo Lopes Osores.
O morador, que é cadeirante, destacou que no local não existe nenhum acesso desse tipo, o que dificulta muito o deslocamento de cadeirantes que precisam fazer uso do transporte público. Fabiano ressaltou ainda a necessidade de uma cobertura para o ponto de ônibus.
Na ocasião, o vereador Bira esteve acompanhado do diretor da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Matheus da Silva Giolo, para fazer a avaliação da solicitação.
O vereador destacou que o artigo 46 da Lei Federal nº 13.146 de 2015, que regulamentou a NBR 9050 (norma referente à acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos), garante o direito ao transporte e à mobilidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida com igualdade de oportunidades às demais pessoas, por meio de identificação e de eliminação de todos os obstáculos e barreiras ao seu acesso.
Na Câmara Municipal, Bira é secretário da Comissão da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida. Além disso, o vereador sempre lutou pelos direitos dos deficientes mesmo antes de assumir um mandato.
Resultados do estudo permitem o diagnóstico precoce em relação à mobilidade de idosos, possibilitando o desenvolvimento de estratégias para sua manutenção
SÃO CARLOS/SP - A identificação precoce de limitação da mobilidade em pessoas idosas é um importante alerta para incidência de incapacidade física, quedas, hospitalização, necessidade de institucionalização precoce e, até mesmo, risco de morte.
Essa identificação pode ser feita por meio de teste que mede o tempo necessário para a pessoa percorrer uma determinada distância. Por desempenhar papel importante na velocidade de caminhada, a força muscular vem sendo apontada como a melhor forma de discriminar quem tem ou não limitação da mobilidade.
Em Gerontologia, a medida da força da mão vem sendo amplamente utilizada como representante da força muscular geral, por ser uma medida segura e de fácil aplicação. Estudos têm proposto distintos pontos de corte da força da mão para identificar pessoas idosas com limitação da mobilidade, ou seja, o valor abaixo do qual é caracterizada a limitação. Os valores mais utilizados e aceitos até o momento da força de mão que identificam a limitação de mobilidade são menores que 26/27 quilos para homens e menores que 16 quilos para mulheres. Entretanto, esses pontos de corte têm sido considerados baixos para a prática clínica e apresentam limitações nas análises de acurácia, ou seja, nas propriedades que definem a capacidade de diferenciar indivíduos com ou sem limitação da mobilidade.
Dessa forma, um estudo realizado por pesquisadores vinculados ao Departamento de Gerontologia (DGero) e aos programas de pós-graduação em Gerontologia (PPGGero) e em Fisioterapia (PPGFt) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) comparou a precisão de todos os pontos de corte já registrados na literatura e revelou, por meio de testes de força, que valores menores que 32 quilos para homens e menores que 21 quilos para mulheres mostraram melhor acurácia. "Uma vez que esses valores foram testados dentre suas propriedades de acurácia (precisão), escolher valores mais altos, como os que apresentamos, implica em aumentar as chances de identificar os idosos que têm ou podem desenvolver limitação de mobilidade mais precocemente. Ao optar por valores mais baixos, como os já utilizados, essa identificação é tardia, ou seja, são grandes as chances de a mobilidade já estar comprometida para esses indivíduos. Por isso os valores mais altos que encontramos são mais interessantes à prática clínica e respectivas intervenções", explica Tiago da Silva Alexandre, docente do DGero.
O estudo é fruto da pesquisa de iniciação científica, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), realizada pelo bacharel em Gerontologia Maicon Luís Bicigo Delinocente, sob orientação de Alexandre. O docente também conta com financiamento do CNPq e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para suas atividades de pesquisa.
O projeto também inclui parceria com pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), da Escola de Enfermagem e da Faculdade de Saúde Pública, todas da Universidade de São Paulo (USP), e da University College London (da Inglaterra). Os resultados foram publicados no periódico Archives of Gerontology and Geriatrics (http://bit.ly/3q1kXuB).
A pesquisa foi realizada com uma amostra de 5.783 pessoas, com 60 anos ou mais, selecionadas pelo English Longitudinal Study of Ageing (Elsa - Estudo Longitudinal Inglês de Envelhecimento), em Londres, na Inglaterra, e pelo estudo Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (Sabe), no município de São Paulo. Alexandre é, também, coordenador do International Collaboration of Longitudinal Studies of Aging (InterCoLAging), um consórcio de estudos longitudinais que inclui dados epidemiológicos do Brasil e da Inglaterra.
"Por meio de um processo de amostragem probabilística, essas pessoas foram selecionadas e convidadas a responder ao questionário, que envolveu perguntas acerca de características sociodemográficas, hábitos comportamentais e condições clínicas. Além disso, realizaram testes antropométricos [de medida das dimensões corporais], medidas de desempenho físico e coletas de amostras de sangue. Essas pessoas foram contactadas com determinada periodicidade para reavaliação", detalha Alexandre.
Após a aplicação do estudo junto às pessoas voluntárias, os pesquisadores detectaram os melhores valores de força da mão para diferenciar pessoas com e sem limitação de mobilidade. O estudo mostrou que homens idosos com força da mão menor que o indicador identificado têm 88% mais chances de apresentar limitação de mobilidade, e as mulheres 89%.
Com o diagnóstico precoce, é possível desenvolver estratégias para a manutenção da força, ou até mesmo aumentá-la, reduzindo a chance de limitação de mobilidade.
"Dentre as intervenções mais comuns, bem aceitas e amplamente reportadas na literatura estão uma dieta balanceada e rica em proteínas e o treino resistido, conhecido como musculação. Só ressaltamos que toda e qualquer intervenção deve ser acompanhada por profissionais, respeitando as particularidades de cada idoso", alerta.
O projeto foi desenvolvido em parceria com a UFSCar e com o apoio do Rotary Club de São Carlos-Bandeirantes
SÃO CARLOS/SP - Fisioterapeutas do Serviço de Acompanhamento de Intervenções em Bebê de Alto Risco (SAIBE) da Santa Casa adaptaram um carrinho motorizado para bebês e crianças com dificuldades motoras.
“Nós adquirimos um carrinho elétrico convencional e fizemos adaptações na estrutura para que pudesse ser usado para favorecer a mobilidade das nossas crianças. O banco agora é regulável de acordo com o tamanho da criança. E em vez de usar o pedal, o carrinho pode ser ligado apertando um botão grande instalado no volante”, explica a fisioterapeuta do SAIBE, Carolina Corsi.
Para fazer essas adaptações, a equipe do SAIBE contou com apoio de professores dos Departamentos de Engenharia de Produção e Fisioterapia da UFSCar. E o custo, somando o valor do carrinho e as adaptações, foi de R$ 2207,86. Esse valor foi doado pelo Rotary Club de São Carlos-Bandeirantes. “O nosso papel é tentar colaborar com a nossa comunidade. Soubemos desse projeto e decidimos investir no bem estar dessas crianças”, afirma o presidente do Rotary Club de São Carlos-Bandeirantes, Leandro D’Agostino.
O Serviço de Acompanhamento de Intervenções em Bebê de Alto Risco (SAIBE) da Santa Casa atende a 220 crianças, de 0 a 2 anos, que apresentam risco para o desenvolvimento como, por exemplo, crianças prematuras, com deficiência neurológica, paralisia cerebral, doença cardíaca ou com deficiência pulmonar. São pacientes encaminhados pela UTI Neonatal ou Unidade de Cuidados Intermediários (UCIN) da Maternidade da Santa Casa.
Arthur é um desses pacientes. Ele nasceu com síndrome de Down. A mãe e dona de casa, Giovana Rodrigues, elogia o cuidado que o filho recebe no SAIBE. “Depois que o Arthur começou a vir aqui no SAIBE, passou a sentar sozinho, a ficar em pé sozinho e a dar os primeiros passinhos. Ele melhorou muito por causa do atendimento excelente que a gente recebe aqui”.
“O trabalho da equipe de fisioterapia e de outros profissionais de saúde nessa fase da vida da criança faz toda diferença. Porque nesse momento de vida deles, tem todo um processo neurocomportamental e neurofisiológico que só acontece nessa faixa etária. Então, quanto antes é feita a intervenção, melhores são os resultados”, explica a Coordenadora Multiprofissional da Santa Casa, Luciana Luporini.
A Coordenadora Multiprofissional da Santa Casa ressalta ainda que, justamente por conta da importância desse trabalho nessa fase de vida, é que os atendimentos foram mantidos durante a pandemia e até aumentaram. “Em função da COVID-19, a APAE e a USE da UFSCar interromperam o serviço nos primeiros meses de quarentena. E, durante esse período, o SAIBE acabou absorvendo essa demanda, para que as crianças não perdessem esse ‘momento de ouro’”.
O carrinho elétrico adaptado é primeiro protótipo do projeto. A ideia é criar outros 10 carrinhos do mesmo modelo, para que as famílias possam dar continuidade ao tratamento em casa. “Nós entendemos que para que esse tipo de tratamento dê resultados ainda mais satisfatórios, o trabalho tem que ir além do que é feito nos centros de reabilitação. A gente deseja que a criança tenha a oportunidade de explorar o mundo para que possa se desenvolver fisicamente, socialmente e cognitivamente. Nesse sentido, o próximo passo do nosso estudo piloto é que elas possam levar os carrinhos para casa. Com isso, em vez de uma ou duas vezes por semana, elas vão ter várias horas de prática em casa, ampliando as chances de desenvolvimento”, comenta a professora do Departamento de Fisioterapia da UFSCar, Ana Carolina de Campos.
CADEIRINHA PARA LEVAR PARA CASA
O carrinho elétrico adaptado não é o único projeto desenvolvido no SAIBE. As profissionais do Serviço Acompanhamento de Intervenções em Bebê de Alto Risco da Santa Casa também adaptaram uma cadeirinha de papelão para que as crianças possam ficar bem posicionadas em casa. Para isso, usaram placas de papelão, fita crepe, cola quente, cola branca, tinta látex e tinta esmalte, para que possa ser higienizada.
“Nós percebemos que as crianças ficavam muito tempo deitadas ou sentadas de maneira inadequada em casa. Como os adaptadores posturais que existem hoje no mercado não saem por menos de R$ 1000 reais, ou seja, são inacessíveis para as famílias que atendemos, nós decidimos criar um adaptador próprio”, conta a fisioterapeuta do SAIBE, Carolina Corsi.
Cada adaptador custou R$ 50 reais. O valor foi desembolsado pelos profissionais do SAIBE e as cadeirinhas foram doadas às famílias dos pacientes. “O que nos motiva? As crianças. É permitir que elas tenham um futuro melhor, que elas não precisem de intervenções cirúrgicas. E no caso do carrinho elétrico adaptado, é ver o brilho no olho, o jeito que as crianças olham, é possibilitar que elas façam coisas que elas não fazem no dia a dia. É muito difícil para uma criança com deficiência ver um carrinho no shopping e não pode usar esse carrinho. Então, é motivador viabilizar um carrinho como esse e mostrar para as nossas crianças que elas podem tudo o que elas quiserem”, comenta Carolina Corsi.
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