O objetivo é pedir ajuda devido ao subfinanciamento da tabela SUS
SÃO CARLOS/SP - A Santa Casa de São Carlos realizou na tarde de terça-feira (19) um abraço simbólico no hospital como parte da Campanha “Chega de Silêncio” da CMB (Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos).
Por ser uma campanha nacional, mais de 1.824 instituições de todo o Brasil se uniram neste ato com o objetivo de alertar a sociedade para a grave crise financeira da maior rede hospitalar do SUS e pedir ajuda para a sobrevivência dessas entidades filantrópicas.
Além de São Carlos, a Santa Casa de Araraquara e o Hospital Carlos Fernando Malzoni (HCFM) de Matão também aderiram ao abraço. “Os três são responsáveis por muitos atendimentos de média e alta complexidade de toda a região aos pacientes do SUS. Somente a Santa Casa de São Carlos atende cerca de 400 mil habitantes, não só de São Carlos, mas de outras cinco cidades: Porto Ferreira, Descalvado, Dourado, Ibaté e Ribeirão Bonito”, explicou o Diretor Administrativo e Operações, Mário Calderaro.
Funcionários da Santa Casa e acompanhantes de pacientes se reuniram em frente a provedoria do hospital e fizeram um longo cordão por mais de três quarteirões.
A Santa Casa de São Carlos decidiu não paralisar atividades nessa terça-feira (19) mas realizar um ato de conscientização, mais humano, simbolizado no abraço.
As funcionárias da Santa Casa, Alvanira Oliveira, oficial de provedoria, mais conhecida como Dona Nira, e a Supervisora da Central de Relacionamento, Cleonice Faria, destacaram a importância de abraçar o hospital.
“Esse abraço significa o nosso desejo de manter esse atendimento para a população, o que hoje não está sendo tão fácil”, disse a supervisora.
“A gente gosta muito da Santa Casa e faz de tudo para que, cada vez mais, a instituição progrida e continue a atender toda a comunidade são-carlense”, afirmou Dona Nira.
Desde o início do plano real, em 1994, a tabela SUS e seus incentivos foi reajustada, em 93,77%, enquanto o INPC (índice de preços ao consumidor) foi de 636,07%, o salário mínimo em 1.597,79%, o gás de cozinha em 2.415,94%.
“Os valores repassados, por procedimento para cálculo de repasse e financiamento dessas instituições, não sofrem atualização há pelo menos dez anos. Ou seja, todos esses hospitais, incluindo a Santa Casa de São Carlos, estão subfinanciados e pagando para trabalhar”, destacou o Vice-Diretor Técnico da Santa Casa, Drº Roberto Muniz Júnior.
Atualmente, a Santa Casa de São Carlos acumula um deficit econômico e financeiro nas suas operações SUS de aproximadamente 2 milhões de reais por mês. “Nós estamos buscando ao máximo a redução dos custos internos e de aquisição de materiais e medicamentos. Além da busca de novos recursos e projetos que possibilitem aumentar nossa arrecadação”, conclui o Diretor Administrativo e Operações, Mário Calderaro.