Tradicionalmente realizado em dezembro, em 2021 o Festival aconteceu de forma digital em fevereiro, mas ganha lançamento em canal do YouTube no próximo dia 8.12. A próxima edição está prevista para dezembro de 2022, tendo grande parte das atividades em sistema presencial com o esperado encerramento na Praça XV
SÃO CARLOS/SP - Ao longo dos últimos 17 anos, o Festival Internacional de Música Instrumental ChorandoSemParar, realizado em São Carlos pelo Projeto Contribuinte da Cultura, se consolidou como um dos principais espaços de divulgação da música instrumental brasileira. É considerado pela crítica especializada como o maior encontro de instrumentistas do país e estrangeiros em homenagem ao Choro Brasileiro e gêneros afins.
Durante quase duas décadas, renomados músicos como Hermeto Paschoal, Paulo Moura, Zé Menezes, Altamiro Carrilho, Hamilton de Holanda, Guinga, Turíbio Santos, Naná Vasconcelos, Renato Borghetti, Pepeu Gomes, Yamandu Costa, Paulo Bellinati, entre outros grandes instrumentistas, passaram pelo palco da Praça “Doutor Christiano Altenfelder Silva”, a Praça XV, em São Carlos, SP. É também destaque a qualidade dos instrumentistas da cidade e região que participam do Festival.
Após uma semana de programação gratuita, que inclui arte-educação em escolas públicas e outras atividades formativas, é na Praça XV que acontece o encerramento do Festival, com 12 horas ininterruptas de apresentações musicais.
Tradicionalmente realizada na primeira quinzena de dezembro, a edição 2020 aconteceu em fevereiro 2021 em versão digital e foi transmitida ao vivo devido às restrições causadas pela pandemia. A 17ª edição do Festival ChorandoSemParar foi uma homenagem em memória ao violonista Raphael Rabello, com a participação de 55 artistas brasileiros e estrangeiros e entre eles o convidado homenageado, o também violonista Maurício Carilho. Todo o conteúdo das 12 horas de programação, transmitida ao vivo no domingo de encerramento e também as atividades formativas realizadas conjuntamente com o Sesc São Carlos, estarão disponíveis no canal do “Festival Chorando Sem Parar”, no YouTube, a partir da próxima quarta-feira (8).
Fátima Camargo, presidente do Instituto Mário de Andrade (IMA), atual gestor do Projeto Contribuinte da Cultura, destaca que o ChorandoSemParar é um evento popular e, ao mesmo tempo, de alta qualidade artística. “O lançamento do vídeo marca a presença do Festival no mês de dezembro e possibilita que mais pessoas possam acompanhar ou rever as apresentações e as atividades formativas que aconteceram ao vivo em fevereiro”.
Apesar de digital, essa versão do ChorandoSemParar seguiu a mesma estrutura de oficinas, espaços de discussão e apresentações musicais, culminando com as 12 horas de programação online. “Foi uma grande celebração da música instrumental brasileira em toda sua riqueza e diversidade, agora disponível pelo YouTube. Para 2022 esperamos conseguir voltar com o Festival presencial ou em formato híbrido. O ano de 2022 será muito especial porque teremos o centenário da Semana de Arte Moderna. Já estamos preparando algumas atividades para essa comemoração que deverá ocorrer no fim de junho. E, por essa razão, o ChorandoSemParar de 2022 poderá nos surpreender com alguns toques modernistas”, adiantou Fátima Camargo.
17° ChorandoSemParar Raphael Rabello 2021 no YouTube
A versão digital editada da 17ª versão ChorandoSemParar, em homenagem a Raphael Rabello, pode ser vista no canal do “Festival Chorando Sem Parar” no YouTube a partir de 8 de dezembro.
Raphael Rabello (1962- 1995) é considerado um dos maiores violonistas do mundo que, em 32 anos de vida, revolucionou a forma de tocar violão, especialmente o de sete cordas. Sua inventividade como músico se revelava na capacidade de tirar do instrumento um furacão de sons e solos. É dele a frase: “O violão é um instrumento de doido, obriga a uma interiorização solitária e uma descoordenação motora brutal. Em cada mão, em cada dedo você toca uma coisa, isso só pode enlouquecer a pessoa”.
Sua morte prematura, em 1995, foi um choque no meio musical brasileiro. Deixou um grande legado com quase 600 gravações e 19 álbuns em vida, além de registros que se tornaram seis discos póstumos.