fbpx

Acesse sua conta de usuário

Nome de usuário *
Senha *
Lembrar de mim
 

BRASÍLIA/DF - A produção industrial brasileira teve um recuo de 1,4% em julho na comparação com o mês de junho deste ano, quando houve crescimento de 4,3% da atividade, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o mês de julho do ano passado, o desempenho da indústria cresceu 6,1% e no acumulado de janeiro a julho, a produção industrial cresceu 3,2%.

Segundo o IBGE, o crescimento de 6,1% entre julho deste ano e julho do ano passado foi decorrente dos resultados positivos em quatro das quatro grandes categorias econômicas, 21 dos 25 ramos, 60 dos 80 grupos e 67,3% dos 789 produtos pesquisados. Entre as atividades, as influências positivas foram registradas por veículos automotores, reboques e carrocerias, com crescimento nesse período de 26,8%.

Produtos químicos cresceram 10,5%, impulsionados, em grande medida, pela maior produção dos itens automóveis, caminhão-trator para reboques e semirreboques e veículos para o transporte de mercadorias e caminhões. Também tiveram desempenho positivo a produção da indústria de fungicidas para uso na agricultura, tintas e vernizes para construção, desinfetantes, herbicidas para plantas, fertilizantes químicos das fórmulas NPK (Nitrogênio, Potássio e Fósforo), inseticidas para uso na agricultura e polietileno.

Também são destaques da produção industrial na comparação de julho de 2024 com julho de 2023, os produtos de metal com alta de 13,9%, equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, com alta de 24,4%, produtos de borracha e material plástico, com alta de 11,6% e máquinas e equipamentos, 10,8%. Contribuíram positivamente, ainda, a produção de móveis, com alta de 26,9%; artefatos de couro, artigos para viagem e calçados, com alta de 14,3% e produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com 7,2%.

 

Avaliação

Segundo a Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), a redução da produção industrial em julho, em 1,4%, foi registrada após um forte crescimento verificado em junho. Portanto, houve uma acomodação. Na avaliação por categorias, o destaque foi a continuidade do processo de recuperação do grupo de bens de capital e bens de consumo duráveis.

A primeira categoria, segundo a Fiesp, tem se beneficiado da recuperação da confiança empresarial e do aumento da capacidade instalada da indústria, enquanto na segunda categoria, de bens de consumo, a expansão da renda das famílias contribuiu para o bom desempenho industrial.  A Fiesp mantém a projeção de crescimento de 2,2% para a produção industrial em 2024.

 

 

AGÊNCIA BRASIL

BRASÍLIA/DF - A taxa sobre compras pela internet de produtos de até 50 dólares, que entrou em vigor em agosto, deverá arrecadar cerca de R$ 700 milhões em 2024. A estimativa foi confirmada por Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, durante uma entrevista coletiva para detalhar a proposta do Orçamento de 2025.

“O Remessa Conforme já foi aprovado. Não tem esforço legislativo, mas vai permitir cerca de R$ 700 milhões a mais neste ano que pode entrar nesta conta”, disse Durigan. O secretário acrescentou que esse número foi usado pelo Senado para aprovar o pacote de medidas que compensam a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia e para pequenos municípios.

Para 2025, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, disse que o governo ainda não tem uma estimativa. Segundo ele, o governo aguarda o desempenho do Programa Remessa Conforme nos próximos meses para fazer um cálculo mais preciso para o próximo ano.

“Estamos bem conservadores na projeção do ano que vem, exatamente porque não temos histórico. O mês de agosto foi o primeiro de arrecadação. A partir do resultado de agosto, podemos ter algum elemento, mas provavelmente daqui a uns dois ou três meses para termos um histórico razoável”, justificou Barreirinhas.

Em junho deste ano, o Congresso aprovou a alíquota de 20% nas compras de produtos importados de até US$ 50 em sites que aderiram ao Programa Remessa Conforme. Os produtos com valores entre US$ 50,01 e US$ 3 mil terão taxação de 60%, com uma dedução fixa de US$ 20 no valor total do imposto. Para as compras nos sites que não fazem parte do Remessa Conforme, o Imposto de Importação corresponde a 60%, caso seja comprovada transação comercial.

Após um ano de isenção, a cobrança de Imposto de Importação para as compras de até US$ 50 foi retomada em agosto. Além da taxa de importação, as compras em sites do exterior pagam, desde julho do ano passado, 17% de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), imposto arrecadado pelos estados.

 

 

Por Wellton Máximo - Repórter da Agência Brasil

SÃO PAULO/SP - O estado de São Paulo registrou a menor taxa de desemprego em 12 anos no segundo trimestre deste ano: 6,4%. Trata-se da menor taxa de desocupação da série histórica, iniciada pelo instituto em 2012.

Os dados foram disponibilizados pelo IBGE e divulgados pela Fundação Seade. O levantamento mostra ainda que o desemprego paulista foi menor que a média nacional (6,9%) e da região Sudeste (6,6%).  Além disso, a taxa de desemprego do estado de SP no segundo trimestre ficou menor tanto em relação ao trimestre anterior (7,4%) quanto ao mesmo trimestre do ano passado (7,8%).

São Paulo teve ainda o maior contingente de empregados com carteira assinada no segundo trimestre de 2024 (11,4 milhões) entre os demais estados. Em relação ao mesmo período do ano passado, houve aumento de 4,2% entre os empregados formais.

No Brasil, o número de empregados com carteira de trabalho no setor privado foi de 38,4 milhões de pessoas, ou seja, São Paulo respondeu por cerca de 30% dos trabalhadores com carteira assinada no país.

Além disso, enquanto no Brasil o percentual de empregados do setor privado com carteira assinada foi de 73,6%, em São Paulo ficou em 80,5%, terceiro maior do país.

Já a taxa de informalidade foi de 31,2% da população ocupada em São Paulo, a terceira menor entre os estados e também abaixo do índice nacional de 38,6%.

Os dados estão dentro das diretrizes do programa São Paulo na Direção Certa, que apontam o caminho a ser seguido para tornar o Estado mais eficiente, com maior capacidade de atração de investimentos e geração de oportunidades.

 

Ocupados e desocupados

O total de pessoas ocupadas (incluindo trabalhadores do setor privado e público com e sem carteira assinada, domésticos, informais e por conta própria com CNPJ) era de 24,580 milhões – alta de 1,5% em relação ao trimestre anterior e de 2,7% ante o mesmo trimestre do ano passado. No país, eram 101,830 milhões.

Em relação aos desocupados, houve queda de 17,6% no número em relação ao ano passado e de 13,3% ante o primeiro trimestre. Enquanto no segundo trimestre de 2023 ficou em 2,032 milhões e de janeiro a março deste ano em 1,931 milhão, no segundo trimestre de 2024 eram 1,674 milhão.

 

Rendimento

Enquanto no Brasil o rendimento médio foi de R$ 3.214 no segundo trimestre, no estado de São Paulo ficou em R$ 3.898 – alta de 0,9% em relação ao primeiro trimestre (R$ 3.863) e de 6% ante o segundo trimestre de 2023 (R$ 3.676).

O rendimento de São Paulo é maior que a média do Sudeste (R$ 3.627) e que dos estados que compõem a região: Rio de Janeiro (R$ 3.748), Espírito Santo (R$ 3.197) e Minas Gerais (R$ 3.004).

 

Setores que geraram vagas

Os setores que mais geraram vagas no estado entre as pessoas ocupadas no segundo trimestre foram Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas e Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas. Veja abaixo:

 

  • Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas: 4,428 milhões
  • Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas: 4,338 milhões
  • Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais: 3,890 milhões
  • Indústria geral: 3,703 milhões
  • Transporte, armazenagem e correio: 1,661 milhão
  • Construção: 1,631 milhão
  • Alojamento e alimentação: 1,401 milhão
  • Outros serviços: 1,448 milhão
  • Serviços domésticos: 1,406 milhão
  • Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura: 672 mil

Veja as taxas de desemprego registradas ano a ano

 

2024

1º tri: 7,4%

2º tri: 6,4%

 

2023

1º tri: 8,5%

2º tri: 7,8%

3º tri: 7,1%

4º tri: 6,9%

 

2022

2º tri: 9,2%

3º tri: 8,6%

4º tri: 7,7%

 

2020

1º tri: 12,3%

 

2019

1º tri: 13,6%

2º tri: 12,9%

3º tri: 12,1%

4º tri: 11,6%

 

2018

1º tri: 14,1%

2º tri: 13,8%

3º tri: 13,3%

4º tri: 12,6%

 

2017

1º tri: 14,4%

2º tri: 13,6%

3º tri: 13,3%

4º tri: 12,8%

 

2016

1º tri: 12,2%

2º tri: 12,2%

3º tri: 12,9%

4º tri: 12,5%

 

2015

1º tri: 8,6%

2º tri: 9,2%

3º tri: 9,8%

4º tri: 10,3%

 

2014

1º tri: 7,3%

2º tri: 7,1%

3º tri: 7,3%

4º tri: 7,2%

 

2013

1º tri: 7,8%

2º tri: 7,5%

3º tri: 7,4%

4º tri: 6,6%

 

2012

1º tri: 7,8%

2º tri: 7,5%

3º tri: 7%

4º tri: 6,8%

 

São Paulo na Direção Certa

O Governo de São Paulo lançou em maio o São Paulo na Direção Certa, um plano que reúne ações voltadas à modernização da máquina pública, visando dar maior eficiência ao gasto público, como redução de despesas e aumento da arrecadação, gerando maior capacidade de investimento ao Estado. O plano é dividido nos eixos Expansão dos Investimentos, Melhoria e Efetividade do Gasto e Redução das Despesas, além da Modernização da Administração Pública.

Crescimento de trocas de pontos por produtos na região já chega a 58,5% em 2023, se comparado ao ano anterior; Estudos indicam que 63% das pessoas sentem os impactos das mudanças econômicas e procuram soluções para superar dificuldades financeiras no dia a dia;

 

RIBEIRÃO PRETO/SP - Uma pesquisa da Genial/Quaest revelou que o poder de compra dos brasileiros diminuiu 63% em comparação com 2023. Além disso, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou 708,01% de julho de 1994 a maio de 2024, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Diante dessa realidade, em que atualmente são necessários R$ 100 para adquirir o que R$ 12,38 compravam há três décadas, na época da criação do real, surge a questão: existem maneiras de aumentar o poder de compra?

Em Ribeirão Preto, a população tem apostado em programas de fidelidade para conseguir comprar mais, com menos. Atualmente, já são cerca de 234 mil clientes realizando alguma transação na plataforma Dotz e ganhando benefícios. Com o acúmulo, passam a trocar por diversos produtos, viagens e até compras no supermercado que ajudam na cesta de compras da casa.. Analisando apenas os clientes que trocam, observa-se um crescimento de 39% de trocas em 2023, se comparado ao ano anterior. Isso é um reflexo econômico que mostra que à medida que o poder de compra cai, a proposta de valor e de negócio acabam ganhando mais relevância entre os consumidores. 

Esse movimento também tem propiciado o fortalecimento da economia local. Com mais de 18 estabelecimentos parceiros na região de Ribeirão Preto, a procura de clientes por estabelecimentos com o programa de fidelidade Dotz aumentou cerca de 155 mil no último ano na região.

Segundo Otávio Araújo, CEO da Dotz, ecossistema de negócios que conta com Loyalty por Coalizão, SuperApp e Techfin, esse é um grande diferencial dos serviços financeiros e dos programas de benefícios, uma vez que oferecem soluções inteligentes não somente para os consumidores, mas para toda a comunidade. "São estratégias que impulsionam a economia direta e promovem hábitos financeiros mais saudáveis. Empresas de cartão de crédito e varejistas permitem que os consumidores acumulem pontos ao realizar compras básicas, que podem ser convertidos em descontos, produtos ou serviços gratuitos, além de oferecerem cashback, onde uma porcentagem do valor gasto retorna ao consumidor", explica.

Confira outras estratégias que podem potencializar o poder de compra, tendo mais com o mesmo valor:

 

  • Crédito na hora da compra: 

 

A estratégia "buy now, pay later", ou "compre agora e pague depois" pode aumentar o poder de compra dos brasileiros ao permitir que os consumidores façam aquisições imediatas sem a necessidade de desembolsar o valor total à vista. Essa modalidade facilita o acesso a produtos e serviços essenciais, distribuindo o pagamento em parcelas que cabem no orçamento mensal. Assim, os brasileiros podem atender suas necessidades de consumo sem comprometer sua saúde financeira. 

Em um serviço desenvolvido pela Dotz com esse tipo de pagamento, o cliente final do varejista parceiro poderá contratar crédito diretamente no momento da compra por meio do aplicativo Dotz, por exemplo. Em um processo rápido, o pagamento acontece de forma simplificada e o consumidor tem sete dias sem juros ou até 6x para pagamento do valor. Essa tecnologia também está acoplada na integração já existente de acúmulo e troca de Dotz, isso significa que o cliente pode usar pontos para pagar suas compras e também contar com uma ajuda no empréstimo, além de escalar sua pontuação por toda a operação e utilizar em outras compras e trocas do ecossistema.

 

  • Comprar ganhando pontos e cashback:

 

Ao realizar as compras no varejo, seja físico ou online, buscar empresas que devolvem parte do dinheiro gasto em benefícios como pontos ou cashback. Com isto, no mesmo valor gasto pelo consumidor, ele obtém uma vantagem extra para utilizar em outras oportunidades.

Os programas de coalizão ajudam muito nesta direção, pois o cliente pode ganhar a mesma pontuação em diversas lojas e acumular mais rápido para conseguir trocar pelo benefício muito mais rápido. A dotz oferece uma coalizão de lojas físicas em Ribeirão Preto e uma diversidade de lojas online para o cliente ganhar benefícios fazendo as compras do dia-a-dia

 

  • Comparar preços e buscar ofertas de bônus, inclusive em períodos próximos a promoções:

 

Comparar preços, especialmente em períodos próximos a promoções, também é essencial para maximizar o poder de compra e garantir que o consumidor obtenha o melhor valor pelo seu dinheiro. Ao pesquisar diferentes lojas e plataformas, é possível identificar variações significativas nos preços de um mesmo produto, além de descobrir ofertas que podem não ser imediatamente visíveis. E isso vale não apenas para os comércios que não trabalham com pontos, mas também para aqueles que possuem programas de fidelidade que, em muitos momentos, promovem promoções via acúmulo ou maximização de pontos. Ficar atento aos bônus de compra também é bem importante, por vezes um lojista oferece benefício ao cliente que está voltando à loja, prêmios em primeiras compras, destaques em produtos especiais, usando toda a inteligência que ele tem sobre o comportamento do cliente para mantê-lo fiel a sua marca. 

“Ao integrar estratégias de fidelidade, cashback, descontos e benefícios financeiros gerais com uma abordagem disciplinada de educação financeira, os consumidores têm a oportunidade não apenas de ampliar seu poder de compra, mas também de reforçar sua segurança financeira e qualidade de vida - desfrutando de lazer e entretenimento sem comprometer suas finanças básicas.” O executivo ainda complementa que "estudar os programas disponíveis pode representar um passo crucial para enfrentar os desafios econômicos atuais e alcançar uma maior estabilidade financeira no Brasil. Na Dotz, por exemplo, temos parcerias com mais de 200 estabelecimentos, possibilitando a troca de pontos por passagens aéreas, vouchers ou até mesmo a conversão direta em dinheiro, que faz com que o dinheiro da população possa valer ainda mais no dia a dia".

EUA - A Apple já anunciou o lançamento da próxima geração de seus smartphones, a série iPhone 16, para o dia 9 de setembro. Se você está pensando em adquirir um novo iPhone, pode ser interessante considerar a espera pelo modelo que será lançado em 2025.

De acordo com uma publicação na rede social chinesa Weibo, a Apple deve aumentar a memória RAM com o lançamento do iPhone do próximo ano. Enquanto a série iPhone 16 terá um máximo de 8 GB de RAM, como a série iPhone 15, o “iPhone 17” pode ter até 12 GB de RAM.

Se você está interessado em um iPhone com mais recursos de Inteligência Artificial (IA), o iPhone 17 de 2025 pode ser uma boa opção. Segundo uma postagem compartilhada pelo site 9to5mac, “A memória interna do iPhone 17 será de 12 GB e o dispositivo contará com mais aplicativos de IA”.

 

 

POR NOTÍCIAS AO MINUTO BRASIL

BRASÍLIA, DF - O Ministério da Fazenda vai propor ajustes no projeto de lei que busca ampliar o Auxílio-Gás dos Brasileiros após especialistas apontarem drible nas regras do arcabouço fiscal, como mostrou a Folha de S.Paulo.

Segundo um integrante da pasta, a medida será alterada para garantir que quaisquer despesas ou renúncias de receitas ligadas ao programa sejam registradas no Orçamento, com as devidas compensações e sem triangulação de recursos.

O diagnóstico da equipe econômica é que a proposta gerou ruído, mas o envio como projeto de lei permite aperfeiçoamentos antes que qualquer mudança entre em vigor.

A percepção de drible fiscal no projeto de lei contribuiu para a deterioração dos mercados nos últimos dias, o que inclui a alta do dólar, num indicativo de como a medida foi mal recebida. O temor dos investidores é que a manobra abra a porteira para outras iniciativas do mesmo teor, levando à piora das contas públicas.

Diante disso, a equipe econômica sinalizou que a injeção de recursos adicionais no Auxílio-Gás vai depender de um bloqueio na mesma magnitude em outras despesas dentro do Orçamento, ou de uma renúncia de receitas acompanhada de compensação.

Segundo um integrante da Fazenda, a medida "vai ter que respeitar o arcabouço fiscal", e se houver qualquer dúvida ou entendimento de que há risco de triangulação de recursos, isso "tem que acabar". A preocupação da equipe é afastar qualquer carimbo de criatividade que possa manchar a credibilidade das regras fiscais.

O projeto original, assinado pelos ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Fernando Haddad (Fazenda), prevê um repasse direto de verbas ligadas ao pré-sal para a Caixa Econômica Federal sem passar pelo Orçamento, em uma operação questionada por técnicos e economistas.

O dinheiro financiaria uma nova modalidade dentro do Auxílio-Gás, com concessão de descontos às famílias na compra do botijão. Os recursos seriam repassados aos revendedores para subsidiar parte do preço de venda.

Hoje, o Auxílio-Gás é pago em forma de transferência direta às famílias. O repasse é previsto no Orçamento e é contabilizado dentro do limite de gastos do arcabouço fiscal. Ampliar a despesa com o programa demandaria cortar de outros lugares, o que seria difícil num contexto em que o governo já precisa rever outras despesas para acomodar a alta em políticas obrigatórias, como a Previdência.

Diante desse obstáculo, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs criar uma nova modalidade e financiá-la a partir de uma triangulação dos recursos. O projeto de lei foi protocolado na terça-feira (27) após aprovação no CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), com a presença de Lula.

Hoje, a União vende sua fatia no óleo excedente do pré-sal e recebe a verba por meio do Fundo Social, idealizado para financiar projetos de combate à pobreza e desenvolvimento de projetos em áreas como saúde e educação.

Pelo projeto, a Petrobras ou empresas privadas comprariam o óleo da União, mas efetuariam parte do pagamento à Caixa, que usaria o dinheiro para bancar os descontos no botijão de gás. O valor repassado ao banco seria deduzido daquilo que a companhia precisa efetivamente recolher ao Fundo Social.

Sob esse desenho, a intenção de Silveira é quadruplicar o Auxílio-Gás, que hoje conta com R$ 3,4 bilhões no Orçamento. A promessa do ministro é chegar a um valor de R$ 13,6 bilhões quando a ampliação estiver plenamente implementada em 2026, ano eleitoral.

Técnicos do governo que participaram da elaboração da medida já reconheciam que ela gera perda de receitas da União, já que os recursos deixam de entrar no caixa do Tesouro Nacional. O projeto, porém, não trouxe nenhuma estimativa de impacto.

O argumento era o de que o texto é apenas autorizativo, e a perda de arrecadação dependerá da regulamentação e da adesão dos revendedores. Havia uma expectativa, porém, de incluir as renúncias no PLOA (projeto de Lei Orçamentária Anual) de 2025 e até mesmo liberar espaço nas despesas com maior uso da modalidade de descontos.

O envio do projeto de lei não foi unanimidade dentro do próprio Executivo. Outra ala avaliou como arriscada a decisão de propor uma medida que não só gera renúncia, mas também permite a execução de uma política pública fora do Orçamento. Essa foi também a crítica de técnicos fora do governo e de especialistas, que viram um drible nas regras fiscais.

Na noite de quinta-feira (29), a Fazenda emitiu nota dizendo que a dotação do programa no Orçamento de 2025 será mantida e que a concessão de descontos "trata-se de previsão genérica que demandará atos infralegais posteriores para sua operacionalização".

"Cabe frisar que não está previsto, neste momento, a utilização de todas as modalidades de financiamento do programa", disse a pasta. A nota fiz ainda que a proposta "não possui impacto fiscal" e que será preservada a necessidade de previsão orçamentária no caso de "eventual redução de receita em função da implementação da segunda modalidade de custeio [descontos]".

 

POR FOLHAPRESS

BRASÍLIA/DF - A população estimada do Brasil chegou a 212,6 milhões de habitantes, na data de referência de 1º de julho de 2024. O dado, divulgado na quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), faz parte do estudo Estimativas da População 2024, um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para o cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios, além de referência para indicadores sociais, econômicos e demográficos.

Dos 15 municípios com mais de 1 milhão de pessoas, 13 são capitais. “Ao todo, 42,7 milhões de habitantes estão nessas cidades, representando 20,1% do total do país”, informou o IBGE.

Com 11,9 milhões de habitantes, São Paulo permanece como a cidade mais populosa do país. Na sequência vêm o Rio de Janeiro, com 6,7 milhões, Brasília, com 3 milhões, Fortaleza com 2,6 milhões e Salvador, com 2, 6 milhões de habitantes.

Os únicos municípios não capitais que aparecem na lista são Guarulhos (1,3 milhão) e Campinas (1,2 milhão), os dois em São Paulo. “Eles também são os municípios mais populosos entre os 26 municípios com mais de 500 mil habitantes que não são capitais. São Gonçalo (RJ) é o terceiro, com 961 mil”, informou o IBGE.

O censo mostra que 26 municípios têm menos de 1.500 habitantes. O menos populoso é Serra da Saudade (MG), com 854 habitantes. Anhanguera (GO) com 921 e Borá (SP), com 928, também são municípios que têm menos de 1 mil habitantes.

Nos estados com mais habitantes, 21,6% da população está em São Paulo, com 46 milhões, seguido de Minas Gerais, com 10% (21,3 milhões) e Rio de Janeiro, com 8,1% (17,2 milhões). As cinco unidades da federação com menos de 1% da população do país são Rondônia (0,8%), Tocantins (0,7%), Acre (0,4%), Amapá (0,4%) e Roraima (0,3%).

Na análise da população das regiões metropolitanas e regiões integradas de Desenvolvimento e Aglomerações Urbanas, o estudo mostrou que há 30 municípios com mais de 1 milhão de habitantes, concentrando mais de 100 milhões de pessoas. Mais uma vez a liderança é de São Paulo com 21,5 milhões. Na sequência ficaram Rio de Janeiro (12,9 milhões), Belo Horizonte (6 milhões), Distrito Federal e Entorno (GO/MG - 4,7 milhões), Fortaleza (4,2 milhões) e Porto Alegre (4,1 milhões).

A distribuição da população brasileira e dos municípios, conforme as classes de tamanho da população apontou que 65,7 milhões de pessoas, ou 30,9% do total, estão em 48 municípios com população maior que 500 mil habitantes, ou 0,9% dos municípios brasileiros. Cerca de 58 milhões (27,3%), estão nos 339 municípios com população entre 100 mil e 500 mil habitantes. O número representa 6,1% do total de municípios.

Para o gerente de Projeções e Estimativas Populacionais do IBGE, Marcio Minamiguchi, esse fenômeno reflete o processo de distribuição da população no território. “Embora atualmente os maiores centros urbanos já não apresentem o grande crescimento do passado, eles ainda possuem o peso demográfico que vem de um processo de concentração de algumas décadas. E ao longo dos anos, vários municípios acabaram superando a marca dos 500 mil habitantes”, explicou.

Já os municípios menos populosos, com até 5 mil habitantes, equivalem a 23,1% (1.288) das 5.570 cidades e concentram somente 2% da população (4,3 milhões).

 

Estudo

De acordo com o IBGE, o estudo Estimativas da População foi calculado com base nas Projeções da População do Brasil e Unidades da Federação, Revisão 2024, e nos totais populacionais dos municípios enumerados pelos censos demográficos 2010 e 2022.

Segundo Minamiguchi, houve um ajuste nas populações que passaram pelos dois últimos censos realizados pelo IBGE, e a cada ano as alterações de limites geográficos que ocorram entre os municípios são incorporadas nas estimativas municipais de população.

“As populações recenseadas nos municípios nos dois últimos censos foram ajustadas e serviram de base para o estabelecimento da tendência de crescimento da população para as Estimativas da População até a data de referência, em 1º de julho de 2024”, explicou.

 

 

Por Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil

BRASÍLIA/DF - O setor de serviços não financeiros alcançou, em 2022, um contingente de 14,2 milhões de pessoas ocupadas. Isso significa um recorde no volume de mão de obra dentro da série histórica que começou em 2007 e um patamar 13,9% maior do que ocorreu em 2013. A evolução na comparação com o ano de 2021 é de 5,8%, o que corresponde a 773,1 mil pessoas a mais ocupadas. No acumulado entre 2019, ano imediatamente anterior à pandemia, e 2022, o volume de mão de obra avançou 10,3%.

Entre as 34 atividades analisadas, cinco concentraram 47,3% das pessoas ocupadas do setor: Serviços de alimentação (11,6%); Serviços técnico-profissionais (11,4%); Transporte rodoviário de cargas (8,4%); Serviços para edifícios e atividades paisagísticas (8,2%); e Serviços de escritório e apoio administrativo (7,7%).

Os são dados da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) 2022, divulgada nesta quarta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o analista da PAS, Marcelo Miranda, as 14,2 milhões de pessoas ocupadas receberam R$ 518 bilhões em salários e remunerações, trabalhavam em aproximadamente 1,6 milhão de empresas que geraram de receita operacional líquida R$ 2,7 trilhões e de valor adicionado bruto, R$ 1,5 trilhão. “O que mostra um pouco a importância do setor de serviços dentro do país”, comentou em videoconferência.

Apesar da alta de 10,3% no volume de mão de obra no acumulado entre 2019 e 2022, o segmento dos Serviços prestados, principalmente, às famílias, registrou redução de 3,2% ou 92,4 mil empregos a menos. A explicação neste caso foi o período da pandemia, quando grande parte da população passava por isolamento e não usava este tipo de atividade. No entanto, depois desse período vem registrando recuperação.

“Esse segmento possui atividades muito intensas em presenciais como restaurantes, hotelaria e isso explica um pouco essa perda de participação, mas a gente percebe que após 2020, em 2021 e 2022 vem se recuperando e ganhando mais participação ao longo dos últimos dois anos”, indicou.

Também considerando o volume de pessoas ocupadas, o maior avanço no emprego em 2022 foi na atividade de Serviços técnico-profissionais, que teve crescimento de 166,1 mil pessoas, ficando em um patamar mais elevado, se comparado a 2021, e também em relação ao período pré -pandemia. No acumulado de 2019 a 2022 foram 353,8 mil pessoas a mais ocupadas.

 

Pesquisa

A Pesquisa Anual de Serviços analisa a atividade nos segmentos de Serviços prestados principalmente às famílias; Serviços de informação e comunicação; Serviços profissionais, administrativos e complementares; Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio; Atividades imobiliárias; Serviços de manutenção e reparação; e Outras atividades de serviços.

“O objetivo da PAS, diferente das pesquisas conjunturais, é ver as mudanças estruturais e grandes alterações que ocorreram ao longo de um prazo, mas também algumas análises relevantes que a gente acha a partir de 2019 que é o ano pré pandemia. A gente achou que algumas comparações referentes a 2019 são importantes”, disse o analista.

As variáveis analisadas são Emprego e salários; Receita de prestação de serviços; Custos e despesas; e Regionalização de receita de serviços, empregos e salários.

“A pesquisa não tem nos seus questionamentos efeitos de causalidade, o porquê de determinada coisa acontecer. A gente não faz este tipo de pergunta. Temos apenas perguntas objetivas e numéricas e a gente apresenta as variáveis”, apontou Miranda.

Ao todo, 128 664 entidades empresariais do setor de serviços não financeiros participam da PAS. Para responder à pesquisa, a empresa precisa ter como atividade principal a de prestação de serviços não financeiros; ter situação ativa no Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) do IBGE; e ser sediada em território nacional. Na Região Norte, se estende a apenas municípios das capitais, com exceção do Pará, onde é realizada nos municípios da Região Metropolitana de Belém.

 

Salários médios

Em 2022, o trabalhador médio do setor de serviços recebeu cerca de 2,3 salários-mínimos (s.m) mensais. O segmento de Serviços prestados principalmente às famílias foi o que pagou os menores salários (1,4 s.m.). Já os maiores ficaram no segmento de Serviços de informação e comunicação (4,8 s.m.). São Paulo foi a unidade da federação que pagou a maior remuneração média (2,9 s.m.), ao contrário, Roraima e Piauí tiveram os menores salários médios (1,3 s.m.). No período de 10 anos, a remuneração média do setor ficou estável em cerca de 2,3 s.m.

 

Receita Operacional Líquida

O segmento de Serviços de informação e comunicação foi o que mais perdeu participação nos 10 anos. A retração ficou em 5,6 pontos percentuais (p.p.)., enquanto o segmento Outras atividades de serviços foi o que mais avançou, com alta de 3,4 p.p. no período.

O segmento mais representativo em 2022 foi o de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que respondeu por 29,8% da receita operacional líquida do setor de serviços, o que representou um incremento de 1,2 p.p. em 10 anos. Em movimento contrário, o segmento de Serviços de informação e comunicação apresentou a maior redução de importância dentro do setor de serviços, com retração de 5,6 p.p.. A contribuição para este resultado negativo partiu da atividade de Telecomunicações, que diminuiu a sua representatividade em 6,7 p.p..

 

Receita Operacional Líquida Atividades

A atividade de Telecomunicações foi a que teve maior redução de participação (6,7 p.p.), entre 2013 e 2022. Com isso, saiu da primeira para a quinta maior atividade em receita operacional líquida. Já a de maior aumento de participação foi Tecnologia de informação, com crescimento de 3,4 p.p.. Também no período, Transporte rodoviário de cargas subiu 2,5 p.p.. “Dentre as 34 atividades [pesquisadas dentro dos segmentos] é que mais gerou receita operacional líquida com 13,1% do total das receitas do setor de serviços do país”, acrescentou.

 

Empresas

Outro ponto revelado pela PAS é que entre 2013 e 2022, a concentração de mercado nas oito maiores empresas do setor de serviços, chamada de R8, caiu de 9,5% para 6,8% em toda a receita operacional líquida do setor. Foi determinante para o resultado os recuos, nesses 10 anos, de 5,1 pontos percentuais (p.p.) do segmento de Serviços de informação e comunicação e de 3,3 p.p. em Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio. “Há uma queda dessa concentração ao longo dos anos, mas, ainda assim, as oito maiores empresas representam em 2022, 30,8% do total da receita gerada por este segmento dentro do setor de serviços”, observou.

 

Regiões

Nas regiões do país, junto à menor participação dos Serviços de informação e comunicação na receita do setor, houve o aumento da representatividade dos Serviços profissionais, administrativos e complementares no ranking das Regiões Nordeste (31%), Sudeste (27,7%), Norte (27,2%) e Sul (25,9%). No Centro-Oeste, no entanto, a liderança ficou com o Transporte rodoviário (26%).

Ainda nas regiões, em 2022, o Sudeste concentrou 65,4% da receita bruta de serviços gerada no país. O Transporte rodoviário, que inclui o de passageiros e o de cargas, ficou na frente, no nível desagregado das atividades, em Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e Rio Grande do Sul, mas nas outras unidades da federação quem liderou foi a prestação de Serviços profissionais, administrativos e complementares.

A Região Nordeste se manteve com os menores salários médios na série da pesquisa, enquanto o Sudeste apresentou remuneração acima da média nacional.

 

Comércio x Serviços

Para explicar a diferença entre comércio e serviços, o IBGE deu como exemplo a compra de um refrigerante em um supermercado que será consumido em casa, o que significa que o estabelecimento praticou uma atividade comercial. Já a serviço ocorre quando o consumo deste produto é em uma lanchonete.

 

Economia

No entendimento do IBGE, o setor de prestação de serviços não financeiros refletiu o desempenho dos principais indicadores macroeconômicos em 2022, principalmente, a diminuição do desemprego, que terminou o ano em 7,9%. Além disso, sofreu influência do crescimento de 3% do PIB, tendo como destaque o avanço de 4,1% no consumo das famílias.

Para os pesquisadores, a intensificação da volta da atividade econômica depois do auge da pandemia de covid-19 pode estar associada à parte considerável do resultado do setor de serviços, como também, o impulso em setores com forte integração com outras áreas da economia.

“Os resultados da PAS 2022 estão inseridos nesse contexto de plena retomada das atividades produtivas e intensificação de setores-chave na vida de cidadãos e empresas, como é o caso de Transportes e Tecnologia da Informação”, destacou o IBGE.

O analista da pesquisa disse que os efeitos da chuva no Rio Grande do Sul não entraram nos cálculos porque essa PAS analisa números até 2022. “O que aconteceu no Rio Grande do Sul agora em 2024 a gente ainda não consegue verificar nesta pesquisa porque a gente está trabalhando com dados até 2022. Só vai ter essa percepção do que ocorreu e da influência do que ocorreu na região sul por causa dos alagamentos, dentro do setor de serviços, na pesquisa com dados de 2024, daqui a dois anos”, informou.

 

 

Por Cristina Índio do Brasil - Repórter da Agência Brasil

BRASÍLIA/DF - Sete em cada dez trabalhadores brasileiros autônomos desejam um emprego com carteira assinada depois de sete anos da reforma trabalhista, que incentivou a informalidade do mercado de trabalho com a promessa de criar 6 milhões de empregos. É o que mostra pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV-Ibre).

Aprovada em julho de 2017, a reforma trabalhista alterou a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) em mais de cem pontos. A reforma decidiu, por exemplo, que os acordos entre patrões e empregados prevalecem sobre a lei.

Ela impôs obstáculos para o trabalhador processar empresas, permitiu que direitos como férias fossem parcelados e enfraqueceu os sindicatos ao acabar com a contribuição obrigatória –mudança retificada pelo STF.

A promessa era frear o desemprego, que crescia desde a crise político-econômica de 2015. Na época, o então ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que 6 milhões de empregos seriam gerados em dez anos. Seriam dois milhões já nos dois primeiros anos, segundo Ronaldo Nogueira, então ministro do Trabalho.

Apesar da reforma, o desemprego se manteve alto. A taxa de desocupação, que estava em 6,6% em 2014, disparou após a crise de 2015, chegando a 12,9% em julho de 2017, quando a reforma foi aprovada. A taxa patinou no mesmo patamar nos anos seguintes até atingir o pico de 14,9% em março de 2021, agravada pela pandemia.

"O que fizemos foi flexibilizar o contrato de trabalho, porque na minha cabeça estava o seguinte: é melhor você arrumar trabalho flexível do que não ter emprego", afirmou Michel Temer, em 2020.

 

70% DOS AUTÔNOMOS QUEREM CLT

Sete anos depois da reforma, 67,7% dos autônomos sonham em trabalhar com carteira assinada. Pelos critérios do FGV-Ibre, o Brasil tem 25,4 milhões de autônomos, enquanto a população total ocupada era de 100,2 milhões em março de 2024. A pesquisa do instituto consultou 5.321 pessoas e tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos.

O desejo da CLT é maior entre os autônomos mais pobres: 75,6% dos informais com renda de até um salário mínimo (R$ 1.412) preferem um trabalho com carteira assinada. Entre aqueles com renda entre um e três mínimos, esse nível chega 70,8%, enquanto essa proporção cai.

Os trabalhadores autônomos ganham mal. Cerca de 44% deles recebem até um salário mínimo.

A maioria dos informais é homem e negro. 38% dos informais têm entre 45 e 65 anos, 66% são homens e 54,5% se declaram pretos e pardos.

A insegurança financeira é maior para esses trabalhadores. Enquanto apenas 45% deles conseguem prever sua renda para o próximo semestre, esse percentual chega a 67,5% entre funcionários com carteira assinada.

A renda dos autônomos também varia muito. O salário de 19,8% deles pode oscilar mais de 20% de um mês para o outro, enquanto o mesmo acontece com apenas 4,7% entre aqueles com CLT.

"A reforma contribuiu para o aumento do trabalho flexível, mas poucos ganham bem, e preferem a CLT", comenta Rodolpho Tobler, pesquisador da FGV Ibre.

"A pesquisa demonstra a insatisfação das pessoas com a reforma: os informais que ganham menos são os que mais querem carteira assinada. É uma opção menos pior. O emprego com carteira assinada não é bom, mas é melhor ter FGTS, férias, 13º e seguro-desemprego", avalia José Dari Krein, professor da Unicamp.

 

"POR NECESSIDADE, NÃO POR DESEJO"

A maioria das vagas que foram criadas desde a reforma foi precária. Entre julho de 2017 e junho deste ano, os autônomos passaram de 21,7 milhões para 25,4 milhões, crescimento de 17%. "A saída de crise foram essas pessoas que migraram para a informalidade por alguma necessidade, não por desejo", diz Rodolpho Tobler, pesquisador da FGV Ibre responsável pelo levantamento. "Esses autônomos com renda mais baixa preferem ter carteira assinada e benefícios sociais, o que o terceirizado não tem."

As empresas se beneficiaram. "Ao enfraquecer sindicatos, limitar o acesso à Justiça e permitir que os empregadores negociem sem os sindicatos, a reforma desequilibrou as forças e aprofundou a desorganização do mercado de trabalho", diz o professor de economia da Unicamp José Dari Krein, doutor em economia social do trabalho. "Em um mercado mais vulnerável, crescem os contratos de tempo parcial e o trabalho por conta própria."

A piora das vagas com CLT também empurrou mais gente para a informalidade. "Uma parte das pessoas vai trabalhar por conta porque os empregos com carteira pagam mal e a reforma ainda flexibilizou os direitos oferecidos por ela", diz o professor.

A produtividade também caiu, diz Tobler. "Muitos conseguiram voltar a trabalhar, mas a maioria não está na área para a qual se preparou, e não apresentam a produtividade que poderiam. As pessoas não estão na área que deveriam, estão por necessidade."

A promessa de sucesso no mercado informal, porém, frustra quem tenta ganhar dinheiro por conta. "O fundamento da reforma é a ideia de que cada trabalhador tem autonomia: ele não precisa de instituições de defesa porque teria poder de igualdade com o empregador", afirma Krein. "Nesse incentivo à individualização e competição, algumas pessoas vão se dar bem, mas a maioria, não."

Ainda em 2017, o Congresso aprovou a lei das terceirizações. Também com a promessa de mais empregos, a lei permitiu que as empresas terceirizassem até sua atividade principal. "A terceirização pode formalizar mais trabalhadores, mas paga ainda menos", diz Krein. Uma pesquisa de 2015 indicava que os terceirizados trabalhavam três horas a mais e ganhavam 25% menos no Brasil.

A taxa de desocupação só começou a cair depois da pandemia. Ela baixou a 7,9% em dezembro de 2022 até chegar ao índice mais baixo desde 2012: 6,9% na média de abril, maio e junho de 2024, segundo o IBGE.

Para Krein, a queda do desemprego não tem relação com a reforma trabalhista. "Tem muito mais a ver com a retomada do pós-pandemia e do aumento do salário mínimo, que amplia o consumo e melhora a atividade econômica, que gera empregos", disse.

"Nosso maior problema é mensurar a reforma trabalhista. Teve turbulência políticas no período, impeachment, recessão, mas a reforma facilitou a geração de empregos, facilitou as contratações e desburocratizou", afirma Tobler.

 

 

POR FOLHAPRESS

ALEMANHA - O Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha caiu 0,1% no segundo trimestre, na comparação trimestral, segundo dados finais divulgados nesta terça-feira, 27, pela Destatis, a agência de estatísticas do país. Não houve alteração em relação ao número preliminar, e o resultado veio em linha com a expectativa de analistas consultados pela FactSet.

No primeiro trimestre, houve alta de 0,2%, na mesma base de comparação. Ante o segundo trimestre do ano passado, o PIB alemão ficou estável. Neste caso, a projeção da FactSet era de recuo de 0,2%. *Com informações de Dow Jones Newswires.

 

 

ISTOÉ DINHEIRO.

Nosso Facebook

Calendário de Notícias

« Novembro 2024 »
Seg. Ter Qua Qui Sex Sáb. Dom
        1 2 3
4 5 6 7 8 9 10
11 12 13 14 15 16 17
18 19 20 21 22 23 24
25 26 27 28 29 30  
Aviso de Privacidade

Este site utiliza cookies para proporcionar aos usuários uma melhor experiência de navegação.
Ao aceitar e continuar com a navegação, consideraremos que você concorda com esta utilização nos termos de nossa Política de Privacidade.