ARARAQUARA/SP - O prefeito de Araraquara, Edinho Silva, em entrevista concedida ao Jornal da Morada na manhã desta sexta-feira (19), relatou a grave situação que o município vive durante a pandemia.
Com recorde de amostras positivadas nos últimos dias, Edinho disse que, mesmo com todos os esforços, o número de pessoas doentes não diminuiu: “Abrimos novos leitos em caráter emergencial. Ontem 12 pessoas aguardavam internação. Hoje tem 6 pacientes esperando e não temos leitos para ofertar. O que tem ficar claro para a população é que esse número de hoje, 171 positivados, numa parte dessas pessoas a doença irá evoluir, isso é científico. E uma parte dessa evolução vai precisar de leitos de UTI e nós não temos. ”
Na quinta-feira (18), profissionais da Organização Mundial da Saúde e do Instituto Butantan estiveram com o Comitê de Contingência e com o prefeito.
“Pudemos debater sobre a situação da cidade, curvas de contaminação e óbitos, e conseguimos encaminhar várias parcerias, entre essas, o Butantan vai auxiliar com vários programas de alta tecnologia, para que possamos monitorar a doença”, diz. Diante da cepa de Manaus, o prefeito Edinho acredita que é importante testar a eficiência da vacina, pois a nova cepa tem aumentado a contaminação em diversas regiões do estado. “O que nós apresentamos de proposta é que poderia sim ser feita uma experiência de vacinação em Araraquara. Precisamos da vacinação em massa.Eu havia tratado isso com o secretário estadual da saúde, Jean Gorinchteyn, e não depende apenas dele, mas sim do Ministério da Saúde.
Nesta sexta-feira, com 171 casos positivados, sendo 153 exames entregues pelos laboratórios da Unesp e 34 resultados da rede particular, o município registra 12.989 casos totais. Até ontem, 219 pessoas estavam internadas e 1230 cumpriam quarentena.
Profissionais da saúde que trabalharam em Manaus também conversaram com o prefeito e o comitê sobre os números do município. “A conclusão é uma só: ou nós mudamos a curva de contágio, ou poderemos viver a mesma situação que Manaus viveu”, afirma Edinho.
Diante da gravidade da situação enfrentada em Araraquara, Edinho relatou as dificuldades para ampliar o atendimento aos contaminados: “Nós estamos desesperados no mercado tentando ampliar a capacidade da usina de geração de oxigênio do Hospital de Campanha, para que a gente abra novos leitos. Estamos desesperados atrás de profissionais da saúde. Já contratamos 200 novos profissionais, precisamos de mais 52 e não achamos médicos no mercado de trabalho. Temos muitos profissionais afastados judicialmente pois são pessoas acima dos 60 anos. A situação é grave”.
Na primeira semana de endurecimento das regras da fase vermelha na cidade, o prefeito Edinho e o Comitê de Contingência estão sendo pressionados a flexibilizar o decreto, porém ele é categórico: “Estamos vivendo como se estivéssemos numa tempestade e o único farol que pode nos guiar é a ciência. Eu entendo a situação dos empresários. Quando a curva de contaminação cair, vamos voltar com as atividades econômicas, o prefeito é o mais interessado nisso. A arrecadação cai, são mais desempregados, é mais pressão na assistência social. Eu quero que a cidade volte à normalidade, que a economia cresça, mas não podemos ser irresponsáveis nesse momento”.
Os índices de isolamento social no município continuam baixos, em torno de 40%, o que preocupa as autoridades de saúde devido a alta transmissão: “Não estamos entendendo a gravidade da situação. Se o número de contaminados continuar crescendo, na semana que vem poderemos viver algo parecido com Manaus. Teremos que escolher quem será internado. Repito: é uma curva ascendente de contaminação, de pessoas que demandarão leitos hospitalares. Eu não quero que Araraquara viva o que Manaus viveu. Estou trabalhando como um desesperado e faço um apelo ao povo de Araraquara, para fazer o isolamento social.”, desabafa o prefeito, diante das perspectivas para a próxima semana, constatadas pela Organização Mundial da Saúde.
Com o colapso do sistema de saúde de Araraquara, leitos estão sendo improvisados no centro de estabilização do Melhado. Os médicos e especialistas afirmam que a curva de contaminação tem que diminuir para que o município não viva “uma tragédia”. O prefeito Edinho Silva concluiu dizendo que “é preciso que a população de Araraquara tenha consciência, pelo amor de Deus”.
*Por: Adriana Nagazako / PORTAL MORADA
Estudo científico apontou que pacientes com esta condição tem três vezes mais chances de precisar de um leito de UTI
SÃO CARLOS/SP - A higiene bucal se mostra não apenas um elemento de manutenção da arcada dentária, como um fator que pode comprometer a saúde de todo o organismo. Em um contexto de pandemia, porém, a importância desse hábito se mostra ainda mais trivial. Um estudo de colaboração internacional publicado no Medical Xpress constatou que pacientes com Covid-19 que possuem doenças gengivais apresentam risco de complicações de três a quatro vezes maiores que os demais.
A pesquisa analisou 568 pacientes que contraíram o SARS-CoV-2 entre fevereiro e julho de 2029, deste 45% possuía alguma doença gengival, além de considerar fatores como idade, peso, histórico de saúde a hábitos. O resulto da amostra apontou que paciente que convivem com a condição apresentam 3,5% a mais de chances de precisarem de uma UTI, elevando assim a possibilidade de morte.
A odontologista Dra. Patrícia Bertges aponta que esse fator não chega a ser uma surpresa, visto que problemas relacionados à saúde dentária e gengival costumam condicionar o organismo a um estado mais inflamatório. “A boca é um dos principais canais de entrada do vírus no organismo. Quando esse ambiente apresenta cáries e periodontites, por exemplo, a presença dos microrganismos causadores dessas condições tende a afetar toda a imunidade do indivíduo, o que diminui a resistência do corpo as infecções”, elucida.
Desta forma, quando o paciente com problemas gengivais contrai o vírus, a resposta inflamatória ao SARS-CoV-2 tende a ser mais agressiva — visto que além do fato do indivíduo nunca ter tido contato com o patógeno, o que por si só já diminui a ação do sistema imunológico, a proteção do organismo encontrasse debilitada pela ação das doenças bucais.
“O estudo apenas destacou o quanto uma higiene bucal bem cuidada contribui para um corpo mais saudável. Quando mais baixa for a carga bacteriana bucal, menores são os riscos de aspiração para o trato respiratório, assim como a resposta inflamatória. Por isso, escovar bem os dentes após as refeições, fazer uso de fio dental e enxaguante, assim como manter acompanhamento com o dentista são primordiais para evitar contrair o vírus, assim como suas complicações”, recomenda Dra. Patrícia Bertges.
Marco Vinholi, de Desenvolvimento Regional do Estado, e Jean Gorinchteyn, da Saúde, comunicaram envio de R$ 2,5 milhões por três meses para custeio da unidade
JAÚ/SP - O Centro de Combate à COVID-19, do Hospital Amaral Carvalho (HAC), recebeu na terça-feira (16/fev) a visita dos secretários estaduais de São Paulo Jean Gorinchteyn, da Saúde, e Marco Vinholi, do Desenvolvimento Regional.
Eles aprovaram a estrutura, que deve iniciar o atendimento aos pacientes ainda esse mês, e anunciaram o investimento de R$ 2,5 milhões para o custeio dos pacientes no local. Os secretários estavam acompanhados do Prefeito, Ivan Cassaro, o vice, Tuco Bauab, e outras autoridades.
O secretário da Saúde do Estado, Jean Gorinchteyn, comentou sobre o agravamento dos casos de Jaú. "Fizemos questão de estar aqui para consolidar o nosso apoio à região. Muito importante a abertura dos leitos para garantir que toda a população seja devidamente acolhida quando assim precisar", afirma.
Vinholi ressaltou a situação delicada enfrentada pela cidade por conta do aumento das mortes causadas pela COVID-19. "Serão R$ 840 mil investidos por mês nesse Centro, durante três meses, pelo Governo do Estado de São Paulo. Com isso, teremos um grande aumento no número de leitos aqui para o Município para o combate do Coronavírus".
O Centro está sendo montado pelo HAC desde o dia 1º de fevereiro na Unidade Ana Maria Ferraz, às margens da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros. No local, funcionarão 39 leitos, sendo 29 de enfermaria e dez para tratamento semi-intensivo, preenchidos pela Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (CROSS).
Na terça-feira (16/fev), começaram a ser colocadas as placas de identificação correta do paciente nos leitos e entrada e saída da unidade. Funcionários do setor de Tecnologia da Informação (TI) do HAC finalizaram a rede de computadores da unidade que interliga à rede do hospital, para que os funcionários possam ter acesso ao sistema de gestão e prontuário do paciente.
Do lado de fora, equipe de pintura ainda trabalha no local para o término da pintura refletiva no telhado. Terminada esta etapa, a unidade começa a ser equipada para o início das atividades.
SÃO CARLOS/SP - Será realizada nesta quinta-feira (18), às 16h, na sala das sessões da Câmara Municipal (foto) a primeira reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada pela Casa para apurar possíveis irregularidades na gestão da secretaria municipal de Saúde.
Na reunião inicial será definido o rito dos trabalhos da CPI, em especial quanto à requisição de documentos, realização das oitivas e assessoramento jurídico.
A “CPI da Saúde” é presidida pelo vereador Marquinho Amaral , com Elton Carvalho na relatoria e Azuaite França, Bruno Zanqueta e Dé Alvim como membros. O prazo de conclusão dos trabalhos é de 90 dias.
SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal de Saúde, por meio do Departamento de Vigilância em Saúde, comunica que a vacinação dos idosos continua sendo realizada normalmente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS’s), Unidades de Saúde da Família (USF’s), para idosos cadastrados já no Programa de Saúde de Saúde e no posto volante com sistema drive thru na Fundação Educacional São Carlos (FESC), na Vila Nery.
A Vigilância Epidemiológica reforça essa informação já que alguns municípios estão divulgando a paralisação da vacinação por falta de doses de vacinas contra a COVID-19, situação que por enquanto não reflete a realidade de São Carlos.
No total o município recebeu até o momento 16.929 doses, sendo três remessas da vacina CORONAVAC (3.960 na primeira remessa, 4.200 na segunda e semana passada mais 5.719 doses) e uma única remessa da ASTRAZENECA/OXFORD com 3.050 doses.
Até a última terça-feira (16/02) São Carlos já tinha imunizado 12.389 pessoas, 9.366 profissionais da saúde (1.130 também já receberam a segunda dose) e 3.023 idosos, incluindo os de 90 anos ou mais e agora de 89 a 85 anos, vacinação que continua até sexta-feira (19/02). Na próxima semana começa a vacinação de pessoas entre 84 e 80 anos.
“Ainda temos mais de 4 mil doses na câmara fria, já descontando as que enviamos nessa quarta-feira (17/02) para as unidades, porém acreditamos que até a próxima semana vamos receber mais imunizantes para continuar o plano de imunização, lembrando que também estamos aplicando a segunda nos profissionais da saúde”, disse Crislaine Mestre, diretora de Vigilância em Saúde.
Para imunizar todas as pessoas que fazem parte do grupo prioritário com a primeira dose, o que inclui profissionais da saúde e idosos de 90 anos ou mais até a faixa etária dos 60 anos, a cidade precisa no total de 43 mil doses da vacina contra a COVID-19, portanto ainda falta receber mais de 26 mil doses para finalizar a primeira etapa.
SÃO CARLOS/SP - A Câmara Municipal de São Carlos aprovou na sessão desta terça-feira (16) a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar possíveis irregularidades na gestão da Secretaria Municipal de Saúde. O plenário acatou, nesse sentido, requerimento do vereador Marquinho Amaral, que presidirá a CPI, com prazo de 90 dias para apresentar o relatório final. Integrarão a comissão os vereadores Elton Carvalho (relator), Azuaite França, Bruno Zancheta e Dé Alvim (membros).
É a seguinte a íntegra do requerimento aprovado pelos vereadores:
“REQUERIMENTO
SOLICITA ABERTURA DE UMA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO
CONSIDERANDO que a SAÚDE PÚBLICA passa por SÉRIAS DIFICULDADES e que o secretário da PASTA tem feito afirmações desencontradas e não tem demonstrado transparência em muitos atos administrativos que envolvem VIDAS HUMANAS;
CONSIDERANDO que a população não está tendo um atendimento humano, digno e eficaz na ÁREA DA SAUDE;
CONSIDERANDO que o secretário da importante pasta, senhor MARCOS PALERMO, denuncia, só nos bastidores e sem provas, a interferência de vereadores nas decisões da SECRETARIA de SAÚDE e não fornece detalhes e documentos;
CONSIDERANDO, ainda que a CAMPANHA DA VACINAÇÃO, está confusa e sem norte e diretrizes SÉRIAS, sendo uma VERDADEIRA CAIXA PRETA;
CONSIDERANDO que cabe aos vereadores, democraticamente eleitos pelo povo, FISCALIZAR OS ATOS, hoje obscuros e confusos, do DESPREPARADO secretário de SAÚDE, é que:
REQUEIRO, após as formalidades regimentais e da LEI ORGÂNICA DO MUNICIPIO, a instauração de uma COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO, pelo prazo de 90 dias, prorrogáveis por igual período, para apurar possíveis irregularidades na gestão da secretaria de saúde com relação aos seguintes fatos:
1 – cirurgias eletivas realizadas no Município de São Carlos, no período de janeiro de 2017 a fevereiro de 2021;
2 - repasses feitos à SANTA CASA, no período de janeiro de 2017 a fevereiro de 2021;
3 – efetiva e regular destinação dos recursos oriundos de emendas parlamentares dos vereadores para a SECRETARIA DE SAÚDE e para SANTA CASA, todos os recursos recebidos e gastos dos governos ESTADUAL E FEDERAL para o COMBATE DO CORONAVÍRUS, bem como os recursos municipais aplicados ao combate da Covid19;
4 – a contratação, execução e pagamentos pela secretaria de PRÒTESES, APARELHOS DE SURDEZ, CADEIRAS DE RODAS e BOMBAS DE OXIGÊNIO, no período de 2017 a 2020;
5 - listagem das pessoas que receberam as VACINAS contra o CORONAVÍRUS.
Ademais, requeiro tudo quanto necessário para o assessoramento desta CPI, conforme art. 95,§6º do Regimento Interno.
Sala das Sessões, 12 de fevereiro de 2021.
MARQUINHO AMARAL
Vereador – PSDB”
COVID-19: Professores do Ensino Fundamental são essenciais e deveriam pelo menos ter sido lembrados
SÃO CARLOS/SP - Há praticamente um ano vivenciamos esta situação de pandemia, que tem nos obrigado a mudar a rotina de nossa vida, a nossa forma de trabalhar e de nos relacionarmos. Em uma pandemia de escala mundial não temos escolha senão obedecer às regras sanitárias impostas para podermos sobreviver, enquanto as soluções vão sendo criadas pelo desenvolvimento científico e tecnológico, em uma corrida contra o relógio.
Muitos setores da sociedade precisaram continuar suas atividades. Somos gratos a todos esses anônimos que arriscaram e continuam a arriscar suas vidas para que se possa contornar esta situação dramática. A despeito de atitudes e mensagens muitas vezes incoerentes por parte das autoridades, parcela significativa da população vem tentando fazer o que está ao seu alcance para reduzir a propagação da epidemia.
A vacina é a grande esperança de todos nós para superar esta situação. Obviamente, é essencial proteger a todos, começando pelos mais vulneráveis. A decisão de priorizar a aplicação da vacina em determinados grupos parece correta e embute, inclusive, uma componente de justiça social, além da solidariedade que deveria ser inerente ao ser humano. Sem teto, idosos em lares de longa permanência, indígenas, bem como os profissionais de saúde, cuja atuação tem sido essencial, precisam estar nas primeiras filas do processo de vacinação.
As crianças no Ensino Fundamental
Nesse cenário, as autoridades decretaram a retomada das aulas presenciais, principalmente para as crianças do Ensino Fundamental, medida esta que tem apoio de parte da população, e é rejeitada por outra parte. Apesar do desencontro de opiniões, os ensinos público e privado estão retomando as aulas presenciais com base no entendimento de que o dano potencial sobre as crianças provocado pelo afastamento da rotina escolar é extremamente grave e tem implicações que vão muito além de conteúdos não aprendidos. O isolamento produz impactos psicológicos e na saúde emocional de crianças e familiares, amplia a desigualdade e os riscos de evasão escolar, com consequências danosas para as crianças e altos custos sociais.
Não podemos esquecer os professores do Ensino Fundamental
Entretanto, os professores dessas crianças, docentes do Ensino Fundamental, já sacrificados de várias formas, são neste momento novamente desvalorizados ao não serem incluídos como prioritários no processo de vacinação. Assim como a atuação dos profissionais de saúde é fundamental para preservar vidas, a atuação dos professores do ensino fundamental é fundamental para preservar a saúde e o futuro de nossas crianças e da nossa sociedade.
O Conselho Gestor do Campus da USP de São Carlos quer se manifestar, através deste texto, pedindo que as autoridades no mínimo valorizem os professores, que são essenciais, e como tal deveriam ter sido ao menos lembrados no difícil momento que estamos atravessando.
Não ter vacina em quantidade suficiente para imunizar toda a população, como seria esperado, é um grande problema, mas ignorar os pilares de nossa sociedade é um erro e uma injustiça.
Prof. Vanderlei Salvador Bagnato
Presidente do Conselho Gestor do Campus USP de São Carlos
Doações caíram mais de 50% nos últimos dois meses; hematologista esclarece quem pode doar e faz apelo à população
JAÚ/SP - Há pouco mais de um ano, a pandemia do novo Coronavírus mudou o cotidiano das pessoas no mundo todo: no trabalho, nos estudos ou no lazer. Na área da saúde, a situação é ainda mais alarmante e os bancos de sangue estão sofrendo bastante com essa realidade.
Com medo da contaminação ou por terem sido acometidos pela COVID-19, muitos doadores deixaram de comparecer aos hemocentros e as coletas reduziram drasticamente. De acordo com o hematologista Marcos Augusto Mauad, responsável pelo Hemonúcleo Regional de Jaú, do Hospital Amaral Carvalho (HAC), o serviço que abastece 11 hospitais da região teve uma queda de mais de 50% no estoque de bolsas de sangue e plaquetas nos últimos dois meses.
O médico explica que, no início da pandemia, a população atendeu aos apelos do serviço e foi possível manter a média de 30 por dia.
"No entanto, com o avanço da doença e o aumento no número de casos, especialmente na nossa região, pacientes jovens, que são a maioria dos doadores, acabaram contraindo a COVID-19, mesmo que de forma mais branda, o que impactou nas doações, já que é necessário esperar 30 dias após o término dos sintomas para doar e 14 dias sem contato com alguém infectado".
Outro fator relevante, de acordo com Mauad, é a imunização contra o novo Coronavírus, que impede a doação por determinado período. "Quem tomou a CoronaVac, deve aguardar 48 horas para doar. Quem recebeu a vacina Oxford, deve esperar uma semana", orienta.
O hematologista afirma que o Hemonúcleo do HAC está seguindo todas as recomendações de precaução contra a COVID-19, portanto é seguro vir até a unidade. "Temos uma entrada exclusiva para doadores, separada dos pacientes, respeitamos o distanciamento na sala de espera, ofertamos álcool em gel para higienização das mãos e todos os profissionais usam os Equipamentos de Proteção Individual".
É possível agendar a doação previamente pelo telefone (14) 3602-1355 ou 3602-1356: são dez doadores a cada hora, no máximo, para reduzir o número de pessoas no local e evitar aglomerações.
Além de todas as precauções, o Hemonúcleo possui qualidade técnica e de insumos, estrutura adequada, equipamentos de ponta e uma equipe altamente qualificada para realização de todo o processo, desde a coleta até a disponibilização dos hemocomponentes. "No entanto, todo esse complexo não tem serventia se o elemento fundamental não existir, que é o doador de sangue", afirma Mauad e reforça: "Por isso, somos extremamente gratos à população que nunca deixou o Hemonúcleo ficar desabastecido. A cada pessoa que nos ajuda, muito obrigado".
"A doação de sangue é um ato solidário, especialmente agora, em meio ao caos que a pandemia causou. Por isso, a participação da sociedade para manter a quantidade e qualidade do estoque de bolsas de sangue e plaquetas, é imprescindível", destaca o médico.
Ele ressalta que a doação é também um ato de segurança social, pois não se sabe quem precisará de transfusões sanguíneas. "O processo para liberação dos hemocomponentes leva de dois a três dias, mas quando alguém precisa, não há esse tempo a esperar, portanto, temos que trabalhar com um estoque para disponibilizar imediatamente a quem precisa", completa.
ARARAQUARA/SP - A Prefeitura e o Governo do Estado anunciaram nesta última terça-feira (16) a abertura de mais 70 leitos para atendimento a pacientes com Covid-19 em Araraquara, devido ao colapso causado pela nova cepa do coronavírus no sistema de saúde.
O investimento foi anunciado em visita do secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, e do secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, que estiveram em Araraquara e verificaram a estrutura do Hospital da Solidariedade, hospital de campanha de enfrentamento ao coronavírus.
Desses 70 novos leitos, o hospital de campanha receberá 40 (30 UTIs de suporte ventilatório e 10 de enfermaria) e o Pronto-Socorro do Melhado terá mais 30 leitos de enfermaria.
Outros municípios da região também receberão reforço na estrutura, com mais 17 leitos de UTI e 8 de enfermaria na Santa Casa de São Carlos, além de mais 5 leitos de UTI no HEAB (Hospital Estadual de Américo Brasiliense). O investimento do Governo do Estado será de R$ 1,5 milhão ao mês.
“Neste momento da pandemia, é um avanço importante da assistência hospitalar aqui no município, em parceria com o prefeito Edinho Silva”, afirmou o secretário Marco Vinholi.
Para Gorinchteyn, o investimento nos novos leitos deve ser acompanhado pelo isolamento social rígido. “A ampliação do número de leitos, a melhora da qualidade da assistência, inclusive com respiradores e ventiladores emergenciais que já foram entregues e deverão ser implementados nas próximas semanas, darão a possibilidade de que nenhum munícipe deixe de ser acolhido quando procurar uma unidade de saúde. Em paralelo, as medidas estabelecidas pelo prefeito Edinho são importantes para a redução da circulação do vírus”, disse o secretário de Saúde do estado de São Paulo.
“A nova cepa traz uma atenção. Apesar de não termos documentação e trabalhos científicos, existe a sugestão de que a cepa tenha uma transmissão muito maior e o acometimento de pessoas mais jovens e com gravidade. Temos que fazer com que a população nos apoie [no isolamento]”, complementou Gorinchteyn.
O prefeito Edinho agradeceu ao governador João Doria (PSDB) e aos secretários estaduais pelo apoio à região de Araraquara e destacou o momento gravíssimo da pandemia.
“Agradeço ao Jean e Vinholi pelo gesto de solidariedade. Agradeço ao governador João Doria pela forma com que tem tratado os municípios no enfrentamento à pandemia de forma republicana, não enxergando coloração partidária, e sim os interesses da população do estado de São Paulo”, disse o prefeito.
“Hoje [terça], a cidade amanheceu tecnicamente com o sistema de saúde em colapso, porque nós tínhamos pacientes aguardando leitos e nenhum leito a ser ofertado. É uma situação de extrema gravidade e que exige o sacrifício do isolamento social para reduzir a contaminação e a pressão sobre leitos”, declarou.
Edinho voltou a pedir a união de toda a população no cumprimento do ‘lockdown’ (ou seja, só sair de casa se for em caso de extrema necessidade). “Estamos diante de uma situação grave. E só a união, a união de todos, é que vai fazer com que a gente passe por esse período e saia mais forte. Estamos gerando leitos para não faltar assistência, mas a população precisa fazer sua parte.”
A secretária municipal de Saúde, Eliana Honain, também agradeceu o apoio na abertura dos novos leitos. “É extremamente importante a presença dos dois secretários estaduais em Araraquara. Eles viram o nosso esforço no enfrentamento da pandemia e aprovaram as nossas medidas de contenção da transmissão do vírus. Nossa gratidão ao Governo do Estado por nos oferecer ajuda neste momento tão importante”, afirmou Eliana.
A visita dos secretários ao hospital de campanha foi acompanhada pela vereadora e vice-presidente da Câmara, Thainara Faria (PT), pelo vereador João Clemente (PSDB) e pela diretora do Departamento Regional de Saúde (DRS 3), Sônia Regina Souza Silva.
*Por: PMA
Sintomas são parecidos com de várias outras enfermidades.Famílias com grande incidência de câncer ou doenças hereditárias podem fazer o aconselhamento genético pré-natal
SÃO PAULO/SP - O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que para 2021 sejam diagnosticados no Brasil 8.460 novos casos de câncer infanto-juvenis (4.310 em garotos e 4.150 em garotas). Esses valores correspondem a um risco estimado de 137,87 casos novos por milhão no sexo masculino e de 139,04 por milhão para o sexo feminino. O câncer infantojuvenil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo.
Para chamar a atenção ao assunto, em 2002 foi criado o Dia Internacional de Luta contra o Câncer Infantil, pela organização Childhood Cancer International e simboliza uma campanha global para conscientizar sobre o tema e expressar apoio às crianças e adolescentes e suas famílias.
Assim como nos países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Porém, em torno de 80% deles podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados, por isso a importância de que a família esteja atenta e busque tratamento adequado já no início.
Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afetam os glóbulos brancos), os que atingem o sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático). Também acometem crianças e jovens o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho), tumor germinativo (das células que originam os ovários e os testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).
Sintomas
Segundo o Inca, os sinais do câncer pediátrico, muitas vezes, são parecidos com os de doenças comuns entre crianças e adolescentes, então caso persistam, precisam ser investigados por profissionais de saúde o mais breve possível. Alguns sintomas são: palidez, manchas roxas, sangramento, dor na perna, caroços e inchaços indolores, perda de peso inexplicável, aumento da barriga, alterações nos olhos, dor de cabeça, fadiga, tontura, sonolência, vômitos pela manhã com piora ao longo do dia, tosse persistente, sudorese noturna e falta de ar.
Por isso, é importante o acompanhamento constante com um pediatra. Por serem predominantemente de natureza embrionária, tumores na criança e no adolescente são constituídos de células indiferenciadas, o que, geralmente, proporciona melhor resposta aos tratamentos atuais. Compreende três modalidades principais (quimioterapia, cirurgia e radioterapia), sendo aplicado de forma racional e individualizada para cada tumor específico e de acordo com a extensão da doença.
Prevenção
A hematologista e hemoterapeuta pelo Inca, Maria Cunha Ribeiro Amorelli (CRM 13.399), que atende na clínica AngioGyn, no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, explica que em núcleos familiares nos quais se percebe um aumento no número de casos de câncer ou tumores graves, raros ou consanguinidade entre os pais, isto é, sejam parentes, é possível fazer o aconselhamento genético pré-natal. “Nas famílias onde já se detectou uma síndrome de hereditariedade do câncer, doenças genéticas herdadas ou raras está indicado o aconselhamento pré-natal para que a família entenda e calcule os riscos de surgimento da doença no seu filho.”
Ela, que também é especialista em hereditariedade do câncer pelo Hospital Albert Einstein, salienta que já existe a possibilidade de seleção do embrião para as famílias submetidas a reprodução assistida. “A técnica é um sequenciamento de nova geração feito nos genes do embrião que permite selecionar embriões que não possuam a mutação hereditária”, revela Maria Amorelli.
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