Docente da UFSCar responsável pelo canal diz que público é formado por graduandos, pós-graduandos e profissionais
SÃO CARLOS/SP - Em 2017, Edenir Rodrigues Pereira Filho, docente do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), lançou pela EdUFSCar o livro "Planejamento fatorial em Química: maximizando a obtenção de resultados". Para apresentar exemplos de aplicação dos conteúdos abordados, o pesquisador criou um canal no YouTube, que, desde então, multiplicou playlists e temas abordados, com foco em estudantes de graduação e pós-graduação na área e, também, profissionais de Química e Engenharia para alguns assuntos.
Com quase dois mil inscritos, o canal reúne hoje 23 playlists e mais de 200 vídeos, com participação também de egressos do Programa de Pós-Graduação em Química (PPGQ) da UFSCar e do grupo de pesquisa em Análise Instrumental Aplicada (GAIA), coordenado por Pereira Filho junto com outros pesquisadores. Além disso, são disponibilizados e-books gratuitos sobre alguns dos temas abordados.
Na Química Analítica, além do planejamento fatorial, há conteúdos sobre análise de componentes principais (PCA) e técnicas de análise direta de amostras sólidas, como LIBS. Também há apresentações e tutoriais sobre ferramentas de apoio como o Solver do Excel e outros softwares, como Octave e Matlab. Mas o espectro é variado, com materiais sobre análise bibliométrica de dados, interação universidade-empresa e resíduos eletroeletrônicos, dentre outros.
Gratuito, evento on-line promove a experimentação dos cursos técnicos por meio de atividades práticas e conectadas com o mundo do trabalho
SÃO CARLODS/SP - O Senac São Paulo promove entre os dias 25 de janeiro e 4 de fevereiro a terceira edição do Experimente o Senac. Gratuito, o evento on-line possibilita aos interessados a oportunidade de vivenciar atividades dos cursos técnicos ofertados pela instituição, além de conhecer e aprender sobre o Jeito Senac de Educar de forma dinâmica e divertida. Para participar é necessário fazer uma inscrição por meio do site https://eventos.sp.senac.br/evento/experimente-o-senac/.
Durante os encontros virtuais, renomados docentes do Senac São Paulo e profissionais contam suas experiências no mundo do trabalho e promovem diversas atividades, inspiradas em aulas práticas dos cursos técnicos em diferentes áreas.
O Experimente o Senac é uma oportunidade para quem busca informações sobre uma qualificação profissional ou deseja tirar dúvidas sobre uma determinada carreira com profissionais atuantes no mercado. Quem ainda tem dúvidas sobre qual área investir, poderá participar de atividades de gastronomia e alimentação, turismo e hospitalidade, saúde e bem-estar, beleza e estética, comunicação, gestão e negócios, meio ambiente, entre outras.
Conheça a programação e os temas das atividades da terceira edição do Experimente o Senac:
Para participar, basta possuir um celular, tablet ou computador com acesso à internet. A plataforma usada para as atividades é a Microsoft Teams.
Cursos Técnicos do Senac São Paulo a R$ 99 mensais
Desde o início da pandemia de Covid-19, o Senac São Paulo entende que ampliar o aprendizado técnico é o caminho ideal para quem visa uma oportunidade para traçar novas rotas na carreira, se especializar em uma área de interesse ou até mesmo conseguir uma recolocação profissional.
Preocupada com essa situação, a instituição adotou novas políticas de descontos institucionais, para que mais pessoas tenham acesso a esse tipo de curso. Desde de julho de 2021, todas as mensalidades dos cursos técnicos foram fixadas a R$ 99, inclusive, para alunos já matriculados. Mais informações, acesse: www.sp.senac.br/cursostecnicos.
UFSCar oferece curso de aperfeiçoamento para gerência de obras. Inscrições estão abertas
A indústria da construção civil, de extrema importância para a economia de qualquer país, consome grande parte dos recursos naturais do planeta e também gera uma quantidade enorme de resíduos. Considerando essa realidade, especialistas têm apontado a necessidade de melhorias de gestão na cadeia produtiva do setor. Dentre os desafios, estão aprimorar o nível de precisão dos orçamentos, otimizar o uso de recursos, reciclar os resíduos e controlar a produtividade da mão de obra.
Porém, de acordo o professor Itamar Lorenzon, do Departamento de Engenharia Civil (DECiv) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), poucos profissionais estão preparados para lidar com essas mudanças e todos os níveis de planejamento de uma obra. "Apesar de ser um conteúdo obrigatório para os cursos na área de Construção Civil, a maioria deles não oferece informações sobre os níveis de planejamento, nem aulas práticas com programas gerenciadores de projetos", afirma o docente.
Segundo Lorenzon, o controle da produção - saber se a obra está no ritmo esperado, se os recursos estão sendo otimizados, se a mão de obra tem uma produtividade adequada - é um dos aspectos menos trabalhados nos cursos de graduação da área. "O controle é fundamental para quem quer fazer uma gestão plena. Com a medição do desempenho, você consegue estabelecer metas e objetivos a serem atingidos, comparar com obras de referência e economizar recursos", aponta o professor da UFSCar.
Também de acordo com ele, a gestão da qualidade é uma estratégia antiga, utilizada por várias indústrias, mas ainda incipiente na maioria das construtoras. Para Lorenzon, todo profissional da construção civil precisa saber determinar quanto uma obra vai custar, como obter custos unitários e os preços dos insumos que serão contemplados no orçamento. "Nesse contexto, as empresas do setor estão demandando, cada vez mais, profissionais que entendam de planejamento, orçamento, produtividade e sustentabilidade", diz o docente.
Para capacitar esses profissionais, desde 2013, a UFSCar oferece curso de aperfeiçoamento em Gestão de Obras, promovido pelo Departamento de Engenharia Civil (DECiv) da Instituição, na modalidade de ensino a distância. "A capacitação foi idealizada para atender a demanda do mercado por profissionais mais bem preparados na condução de empreendimentos da construção civil. Ensinamos as principais estratégias utilizadas no mercado, bem como as boas práticas existentes, abordando produtividade no uso dos recursos físicos, orçamento, planejamento e controle, qualidade e resíduos, dentre outros assuntos, e isso traz um diferencial significativo para o profissional", garante o professor, que coordena a pós-graduação.
Tecnologia desenvolvida por pesquisador da UFSCar otimiza uso já feito por agricultores para diminuir custos
SÃO CARLOS/SP - Não é de hoje que agricultores brasileiros usam óleos vegetais - inclusive óleo de soja comprado no supermercado - em motores de tratores e máquinas agrícolas, substituindo o diesel derivado do petróleo, insumo que representa parte significativa dos custos desses produtores. No entanto, a solução não é recomendada pelos especialistas, porque resíduos gerados na combustão do óleo vegetal, dentre outros fatores, danificam esses motores construídos para uso do diesel.
Agora, um motor modificado e correspondente adequação de combustível desenvolvidos por pesquisador do Departamento de Engenharia Mecânica (DEMec) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) podem significar a viabilidade dessa alternativa. O motor, alimentado por óleo de soja aquecido e etanol altamente hidratado - etanol misturado com água -, representaria não só a possibilidade de autossuficiência do produtor rural, mas também uma alternativa ambientalmente mais adequada, por ser de fonte renovável e, também, pela reabsorção de gás carbônico gerado na combustão pela safra seguinte, via fotossíntese.
A tecnologia está inserida em um programa de pesquisa que busca também outras alternativas bioenergéticas para substituição dos combustíveis fósseis, como, por exemplo, a produção de querosene de aviação renovável. Liderada por Márcio Turra de Ávila, docente no DEMec, a pesquisa que resultou no motor movido a óleo de soja foi desenvolvida durante seu estágio de pós-doutorado na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP).
Uma das possibilidades de substituição do diesel derivado do petróleo é o biodiesel. No entanto, seu processo de produção também tem alto custo. Os óleos vegetais, apesar de mais baratos, apresentam dificuldades técnicas derivadas de sua viscosidade que, na solução desenvolvida pelo pesquisador da UFSCar, foi abaixada pelo aquecimento a partir da rejeição de calor pelo motor. Essa modificação, associada ao uso do etanol misturado com água, resultou, nos testes realizados, em eficiência semelhante à do motor movido a diesel de petróleo, com bom nível de combustão e redução na emissão de quase todos os poluentes.
A tecnologia foi patenteada, e ainda serão necessários os testes em campo, com máquinas em operação por alguns milhares de horas, para comprovação da sua plena viabilidade. No entanto, nos últimos anos, flutuações no mercado internacional associadas às intempéries climáticas e, principalmente, à pandemia, elevaram muito o preço do óleo de soja no Brasil, afastando possíveis parceiros para a realização desses testes. "Além da questão ambiental, da economia e da questão estratégica de dominarmos a produção de energia no próprio país, há também um aspecto social importante, pelos empregos gerados na cadeia agrícola. Por isso, seguimos confiantes no valor da tecnologia", afirma Ávila.
Inscrições estão abertas e devem ser feitas pela Internet
SÃO CARLOS/SP - O Programa de Pós-Graduação em Conservação da Fauna (PPGCFau) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em parceira com a Fundação Parque Zoológico de São Paulo, divulgou o edital do processo seletivo de alunos regulares para o curso de mestrado profissional, com ingresso no primeiro semestre de 2022. As inscrições podem ser realizadas até 1º de fevereiro.
Todo o processo será realizado de forma remota. São ofertadas 10 vagas em diferentes temáticas, distribuídas nas duas linhas de pesquisa do Programa: "Biologia e Genética da Conservação" e "Gestão e Manejo in situ e ex situ". O processo seletivo terá três etapas: prova de Língua Inglesa; prova de conhecimentos específicos (Conservação da Fauna); e análise do currículo.
Todo o processo seletivo será feito de maneira remota
SÃO CARLOS/SP - O Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGL) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) divulgou os editais do processo seletivo de alunos regulares para os cursos de mestrado e doutorado, com ingresso em agosto de 2022. As inscrições poderão ser feitas de 4 a 15 de abril. Todo o processo será realizado de forma remota.
São ofertadas 42 vagas de mestrado e 22 de doutorado, distribuídas nas três linhas de pesquisa do Programa: "Descrição, Análise e Processamento automático de línguas naturais"; "Ensino e Aprendizagem de Línguas"; e "Linguagem e Discurso". Dessas vagas, 25% são destinadas a candidatos a vagas de Ações Afirmativas.
O processo seletivo do mestrado e doutorado terá três etapas: avaliação do projeto de pesquisa (eliminatória); arguição do projeto de pesquisa e entrevista acadêmica (eliminatória); avaliação da súmula curricular (classificatória).
SÃO CARLOS/SP - O prefeito Airton Garcia acompanhou na manhã desta terça-feira (18/01) a visita do secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, que deu início a vacinação de crianças de 5 a 11 anos na Escola Estadual Atília Prado Margarido, unidade escolar que passa por reforma com recursos do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE).
Acompanhados da diretora regional de Ensino, Débora Costa Blanco, e da secretária municipal de Educação, Wanda Hoffmann, o secretário estadual e o prefeito acompanharam a vacinação de crianças indígenas e com comorbidades.
Pietro (9 anos), Kaila (11 anos), Nicoli (11 anos) e Julieli (6 anos) foram imunizados pela equipe da Unidade Básica de Saúde do Santa Felícia, porém a primeira criança vacinada em São Carlos nesta terça-feira (18/01) foi Jean César, 10 anos, na UBS da Vila São José.
“É muito bom ver essas crianças recebendo a vacina contra a COVID-19, espero que todos os pais tenham a consciência da importância dessa proteção para os seus filhos. A imunização é indispensável para reduzirmos a transmissão, em particular por enfrentarmos o surgimento de uma nova variante”, disse o prefeito Airton Garcia.
Na sequência, o secretário Rossieli Soares recebeu a imprensa no Paço Municipal quando fez anúncios do PAINSP (Plano de Ações Integradas do Estado de São Paulo), novo formato de parceria com os municípios, que tornou a transferência de recursos técnicos, materiais e financeiros mais ágil e desburocratizada.
O secretário anunciou que das 6 escolas que serão construídas em São Carlos, 5 já foram empenhadas (etapa em que o governo reserva o dinheiro que será pago quando o serviço estiver concluído). “Já empenhamos R$ 9 milhões para a construção de uma escola no Jardim Ipanema com 8 salas e capacidade para atender 560 alunos; para a construção de escola com 12 salas no Jardim De Cresci com capacidade para 700 alunos e investimento de R$ 12,5 milhões; de uma unidade no Jardim Embaré com 16 salas, capacidade para mil alunos e investimento de R$ 14,5 milhões; da escola do Novo Mundo com 12 salas, capacidade para 800 alunos e investimento de R$ 12,5 milhões e da quinta escola que será construída no Jockey Clube também com 12 salas, capacidade para 800 alunos e custo de R$ 12,5 milhões”, relatou Rossieli Soares, lembrando que a sexta escola ainda não foi empenhada em virtude dos trâmites da doação da área, mas que em breve também será aprovada.
Quanto aos pedidos para ampliação de Centros Municipais de Educação Infantil (CEMEIS), o Governo do Estado também anunciou os empenhos para as obras do CEMEI Paulo Freire e do CEMEI Bento Prado de Almeida Ferraz Júnior.
“Também vamos esperar o município registrar no PAINSP a solicitação e o projeto da construção de uma creche no distrito de Santa Eudóxia para a liberação dos recursos”, disse Rossieli.
A diretora regional de Ensino, Débora Costa Blanco, afirmou que a próxima etapa inclui os processos licitatórios para a construção de cada escola. “Estado vai repassar os recursos, a Prefeitura vai licitar, executar as obras e nós vamos administrar as unidades escolares depois de prontas, ou seja, as escolas continuam sendo estaduais”, finaliza a diretora agradecendo a parceria da Prefeitura para que essas obras fossem aprovadas.
Débora comentou, ainda, que depois de prontas, cada uma das escolas deve contratar de 60 a 100 servidores para entrar em funcionamento.
Para a secretária de Educação, Wanda Hoffmann, que na coletiva representou o prefeito Airton Garcia, essa parceria com o Estado ajuda muito nas demandas do município no atendimento tanto às crianças do ensino infantil, quanto aos estudantes dos ensinos fundamental e médio. “Hoje avançamos mais uma etapa.
Agradecemos ao secretário Rossieli Soares pela confiança no nosso trabalho e também por atender as reivindicações da rede municipal de ensino”, disse a secretária municipal de Educação.
“Hoje é um dia que deve entrar para a história de São Carlos porque estamos efetivando uma parceria entre a Prefeitura e o Estado que irá viabilizar de pronto 5 novas escolas em bairros periféricos de São Carlos. Agradeço todo o empenho do secretário Rossieli e da sua equipe, em especial da Débora, pela atenção e agilidade nas liberações. É fundamental agradecer ainda todos os vereadores que se empenharam em aprovar esses convênios em uma sessão extraordinária na véspera do Natal”, ressaltou o presidente da Câmara Municipal, Roselei Françoso.
João Muller, secretário de Obras Públicas, garantiu que a documentação da sexta escola já foi disponibilizada no PAINSP e a escola será ser construída no Eduardo Abdelnur. “Já alimentamos o sistema e certamente a documentação será aprovada. Como é um volume muito grande de recursos e de obras, nos próximos dias vamos no FDE para entender exatamente como vai ser o processo, depois que o repasse de recursos ocorrer e também sobre os editais das licitações”.
SÃO PAULO/SP - Desde às 15 horas desta terça-feira (18), os candidatos que integram a primeira relação dos convocados do processo seletivo das Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs) para o primeiro semestre de 2022 podem conferir se sua matrícula foi aceita pelo Sistema Acadêmico das Fatecs. As exceções são as matrículas para as Fatecs São Paulo e Guaratinguetá que estarão nos sites Fatec SP e Fatec Online, respectivamente.
Caso a matrícula tenha sido indeferida, é possível reenviar a documentação corrigida nos próximos dias 19 e 20, pelas mesmas plataformas. O resultado do recurso será divulgado em 24 de janeiro, após análise.
Quem tiver dificuldade de acesso ao sistema de matrícula online, poderá utilizar um computador com acesso à internet que a Fatec vai disponibilizar, agendando dia e horário previamente. Para atendimento na unidade, será obrigatório o uso de máscara de proteção facial e também respeitar as demais medidas de proteção do Protocolo Sanitário Institucional do Centro Paula Souza (CPS).
A segunda lista de convocados será divulgada no dia 31 de janeiro, a partir das 15 horas, pelo site vestibularfatec.com.br. Se as vagas não forem preenchidas, novas convocações serão enviadas ao e-mail pessoal do candidato, cadastrado para o recebimento das notificações do Vestibular.
SÃO PAULO/SP - A vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19 começou na última sexta, 14, no Brasil. A aplicação de doses da Pfizer no público de 12 a 17 anos ocorreu ainda em 2021. Com o avanço da imunização dos menores de 18 anos, surge uma dúvida: escolas podem negar matrícula e frequência de estudantes não vacinados?
Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a vacinação é obrigatória nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias. Quem descumpre “os deveres inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou guarda” está sujeito a multa de três a 20 salários – pode haver, ainda, punições mais severas.
Especialistas destacam que para essa regra valer é preciso que a vacina conste no Plano Nacional de Imunização (PNI) – o que eles dizem não ter acontecido ainda. Vacinas BGC e a tríplice viral, por exemplo, são obrigatórias.
Quando o imunizante passa a integrar o PNI, as escolas podem exigir comprovante na matrícula. Negar a frequência do estudante, porém, é considerado “difícil”.
Segundo a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, apesar de não impedir a matrícula, uma vez que fere o direito à educação, a escola, por lei, é obrigada a informar o Conselho Tutelar da não apresentação do comprovante vacinal.
A Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) orienta as instituições privadas de ensino a não exigir o certificado de vacinação de alunos na retomada das aulas. O presidente da Fenep, Bruno Eizerik, disse ao Estadão, em 13 de janeiro, porém, que, por serem instituições privadas, as escolas têm autonomia para cobrar o passaporte vacinal.
A lei nº 13.979/2020, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, diz, no artigo 3, que o Estado pode determinar vacinação compulsória “para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus”. Em dezembro de 2020, após debater o tema, o Supremo Tribunal Federal (STF) teve entendimento de que a vacinação compulsória pode ser implementada pelo Estado e que isso pode ser feito por medidas indiretas, como a cobrança de passaporte vacinal para adentrar alguns espaços – porém, ninguém pode ser “vacinado à força”. O STF ainda definiu que pais são obrigados a vacinar filhos, independentemente de convicções.
“A questão da comprovação da vacina tem um amplo respaldo nos artigos 196 e 197 da Constituição, que asseguram o direito à saúde e que cabe ao poder público dispor sobre as suas regulamentações”, avalia Anna Helena Altenfelder, presidente do Conselho de Administração do Cenpec. Quanto à proibição de matrícula e frequência, Anna destaca que é “complicado”, pois o acesso à educação é um direito.
“Sabemos que esses dois anos de pandemia trouxeram graves prejuízos ao processo de aprendizagem dos alunos. Então eles ficariam ainda mais prejudicados se não pudessem ir à escola (devido à falta de vacina)”, avalia Anna.
Já a defensora pública do Estado do Rio de Janeiro Elisa Costa Cruz considera que a proibição de matrícula ao não vacinado é um “caso difícil”. “Porque a criança não pode ser prejudicada no seu direito à educação nem à saúde por um comportamento que é dos pais”, explica. “Mas numa reiteração do não cumprimento do dever de vacinar, e uma vez que a gente precisa levar isso em consideração como saúde pública, talvez se justifique.”
A advogada especialista em direito da família, Marília Golfieri Angella, por sua vez, pontua que não há “dispositivo legal” que permita essa proibição. Ela diz que podem ser aplicadas outras medidas, como imposição de multas em razão da violação de dever decorrente do poder familiar ou tutela e guarda. “Em casos extremos, até mesmo a perda da guarda por parte de pais que se recusem a vacinar os filhos, por exemplo, por posições políticas negacionistas”, pontua.
Alexandre Schneider, pesquisador do Centro de Estudos em Política e Economia do Setor Público da FGV, disse que “não há discussão em relação à obrigatoriedade da vacinação”, devido ao posicionamento do STF de 2020, sobre o tema. Quando houver imunizante disponível para todos, diz acreditar ser possível que escolas apliquem medidas para incentivar a vacinação.
“O Supremo na decisão, inclusive, definiu que o Estado pode impor algumas obrigações indiretas como, por exemplo, vetar a presença de pessoas não vacinadas em determinados ambientes”, destaca Alexandre. “A escola pode adotar uma regra de obrigatoriedade da vacina para todos os estudantes que estejam frequentando a escola. Não é o caso de eventualmente negar a matrícula, mas de garantir com que a frequência à escola seja em aulas presenciais realizada apenas por crianças e adolescentes que estejam vacinados.”
SBIm e SBP destacam informação como melhor caminho
A vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, aponta que uma criança não pode ter o direito de frequentar a escola por não estar vacinada. Quando os pais se negam a imunizar os filhos, a orientação é acionar o Conselho Tutelar - o que que ela destaca não ser algo rotineiro para vacinas obrigatórias no País.
“No meu entender, hoje, essa discussão só aumenta o discurso dos contra vacina e as dúvidas dos pais”, fala. “A gente tem uma maioria de famílias que pretende vacinar seus filhos e temos uma parte importante, de pelo menos 20%, com dúvidas.” Para ela o importante é reforçar orientações sobre a vacinação infantil contra a covid, destacando que o imunizante é seguro e eficaz.
Pesquisa de iniciação científica realizada na UFSCar mostrou queda nas atividades físicas nos últimos anos da graduação
SÃO CARLOS/SP - Pesquisa de iniciação científica realizada por graduandos em Medicina da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) mostrou que 49,3% dos estudantes do curso eram sedentários, evidenciando que a falta de atividades físicas é mais grave entre aqueles cursando os últimos anos da formação. O estudo, orientado por Meliza Goi Roscani, docente do Departamento de Medicina (DMed), investigou possíveis relações entre o nível de atividade física e o perfil clínico, depressivo e fatores cardiovasculares em 85 dos 240 estudantes matriculados no curso de Medicina da UFSCar no momento da realização da pesquisa.
O trabalho é fundado na constatação de que, durante seu período de formação profissional, estudantes de Medicina são expostos a fatores estressantes e situações de alto grau de competitividade que podem aumentar sua vulnerabilidade a desenvolverem certos hábitos, como o consumo de bebidas alcoólicas e a própria redução da atividade física, levando a piora na qualidade de vida.
O consumo de álcool foi registrado por 40% do grupo participante da pesquisa. O uso de drogas ilícitas foi reportado por 9,5% das pessoas, e 7% foram classificadas com perfil depressivo segundo a escala utilizada, sendo 10 no grau leve, 6 no moderado e nenhum estudante com depressão grave. Apenas 3,5% apresentava fatores de risco para doença cardiovascular (como diabetes, hipertensão e obesidade), o que é esperado para a faixa etária do grupo. A pesquisa envolveu também a realização de testes eletrocardiográficos, nos quais 13% dos estudantes apresentaram alguma anormalidade, sem diferença significativa entre ativos e inativos.
A orientadora do estudo destaca a relevância do achado sobre redução da atividade física nos últimos anos da formação. "Os quinto e sexto anos foram os períodos em que eles menos realizaram atividades físicas, o que pode estar relacionado com o início das atividades práticas bastante intensas no ambiente hospitalar, no internato, com as quais acabam ficando muito envolvidos. Esta é uma indicação importante não só para a Medicina, mas também para as outras áreas da Saúde que ficam bastante no ambiente hospitalar", afirma Roscani. "Como sabemos, a atividade física tem ação na promoção de saúde e bem estar, e por isso é importante o estímulo à sua prática, e não apenas na Medicina, mas entre todos os estudantes", complementa.
Os resultados da pesquisa foram publicados na Revista de Medicina da USP, em artigo intitulado "Relação do nível da atividade física com o perfil clínico, eletrocardiográfico e depressivo de estudantes de medicina" (acesso via www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/185947). Assinam o trabalho, além de Roscani, os egressos do curso de Medicina da UFSCar Paula T. Fujioka, Vanessa T. Nagaoka, Ingo L. Heinritz e Getulio P. L. Ferraz, além de Lana Kummer, que segue em seu período de formação na Universidade.
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