Dados do município são apresentados em palestra no Paço Municipal. De acordo com o Conselho Tutelar no 1º trimestre de 2023 foram registrados 10 casos de estupro de vulnerável
SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal Especial de Infância e Juventude (SMEIJ), desenvolveu uma programação destinada ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, data que foi lembrada nesta quinta-feira (18/05), movimentando projetos sociais e conscientizando a população sobre o tema.
Pela manhã, alunos da banda Doces Flautistas e do Projeto Guri se apresentaram em um palco montado na Praça do Mercado Municipal, reunindo sucessos musicais de variados gêneros e interagindo com os munícipes que circulavam no local. Além disso, servidores da SMEIJ realizaram uma panfletagem com os pedestres e condutores de veículos nas proximidades, distribuindo material contendo informações como a importância de proteger as crianças e adolescentes e como denunciar eventuais casos de abuso e exploração sexual.
Depois, no período da tarde, o auditório do Paço Municipal recebeu um evento formativo destinado aos gestores públicos municipais. Na ocasião, a palestrante Marina Castro apresentou dados do município sobre violência contra crianças e adolescentes na perspectiva do Conselho Tutelar e da Escuta Especializada, proporcionando um debate sobre ações que a Prefeitura já realiza e exemplos de políticas públicas efetuadas com sucesso em outros municípios.
Segundo o diretor do Departamento de Apoio ao Controle e Participação Social, Giovani Astolpho, apesar da programação especial para o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, a SMEIJ tem realizado atividades sobre o assunto durante todo o mês de maio. “Juntamente com o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), a Secretaria tem executado esta campanha com o principal objetivo de conscientizar nossa sociedade sobre os direitos da criança e do adolescente. Neste sentido, as ações envolvem a mobilização da sociedade através de panfletagem e entrega de adesivos, entrega de cartilhas para todas as escolas da rede municipal de ensino, formações para pais, responsáveis, profissionais da educação e diversas outras ações que colaboram com a campanha”, ressalta Giovani.
A secretária municipal de Infância e Juventude, Ana Paula Vaz, lembra que a data alusiva ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes não foi por acaso. “Nesta data, em 1973, uma criança de apenas oito anos de idade foi sequestrada, dopada, espancada, estuprada e morta por membros de uma tradicional família capixaba. Sendo assim, a data não foi escolhida aleatoriamente, mas dá visibilidade a um crime bárbaro, que chocou o Brasil. Esperamos que essa data seja lembrada todos os dias e que tenhamos a consciência do quanto somos importantes na vida das crianças e adolescentes”, comenta Ana Paula.
NÚMEROS - A Dra. Marina Castro, psicóloga e supervisora do Projeto de Escuta Especializada de Crianças e Adolescentes Vítimas ou Testemunhas de Violência de São Carlos, apresentou números da Escuta Especializada. A partir de novembro de 2022, quando foi implantada a escuta, 107 casos foram atendidos, alguns permanecem em atendimento, realizadas 304 entrevistas com adultos, 166 supervisões de caso, 105 atendimentos de crianças ou adolescentes, 15 contações de história da Tartarina, 13 aplicações do NICHD, realizadas 74 articulações com a rede, emitidos 27 relatórios e realizados outros 69 procedimentos.
Entre os casos de violência atendidos em combinação com outras notificações, 20 foram física, 18 psicológica, 70 sexual, além de registros de bullying, institucional, patrimonial, exploração e testemunho de violência.
Os relatórios da Escuta Especializada apontam ainda que a maior parte das vítimas são meninas, o principal ambiente de violência contra crianças e adolescentes é a própria casa e a maioria dos abusadores é da própria família.
Larissa Camargo, conselheira do Conselho Tutelar, apresentou informações sobre as funções do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), atribuições do Conselho Tutelar, eixos do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGDA) e também detalhou os dados municipais de violência contra crianças e adolescentes registrados pelos atendimentos do Conselho Tutelar.
Os dados registraram que os atendimentos realizados pelo Conselho Tutelar no 1º trimestre de 2022, apontam 2 casos de exploração sexual, 4 suspeitas de exploração sexual, 10 estupros de vulnerável, 44 suspeitas de estupro de vulnerável, 12 de violência sexual e 53 suspeitas de violência sexual, totalizando 125 atendimentos.
Já os atendimentos de violência sexual no 1º trimestre de 2023 registraram 10 casos de estupro de vulnerável, 20 suspeitas de estupro de vulnerável, 10 de violência sexual e 16 suspeitas de violência sexual, totalizando 56 atendimentos.
SÃO CARLOS/SP - O vereador Bruno Zancheta visitou esta semana o Parque Ecológico Municipal Doutor Antônio Teixeira Vianna para verificar pessoalmente o resultado da melhoria na acessibilidade no local, promovida mediante recursos enviados pelo parlamentar através de emendas. Foram realizadas obras na acessibilidade prioritariamente no Centro de Educação Ambiental.
Durante a visita, o vereador foi recebido por Samanta Campos, Chefe da Seção Administrativa do Parque. Na oportunidade, Bruno Zancheta destacou que o Parque Ecológico é um ponto turístico muito visitado no município e precisa estar adequado para receber toda população. “Fui procurado para que pudéssemos auxiliar com recursos para melhoria da acessibilidade do parque, e de pronto atendi ao pedido e enviei o recurso e agora, comemoramos juntos, essa melhoria”, declarou.
O Centro de Educação Ambiental ganhou uma nova rampa de acesso e um novo corrimão para que pessoas com deficiência possam acessar o local com mais facilidade. “Agora todos terão acesso ao Centro de Educação para absorver conhecimentos. Gostaria de parabenizar toda equipe do parque em nome do Diretor de Gestão do Parque Ecológico do Fernando Magnani pelo excelente trabalho realizado”, acrescentou o parlamentar.
Bruno integra a Comissão de Direitos da Pessoa com deficiência da Câmara Municipal neste biênio (2023-2024) e presidiu essa mesma comissão no biênio 2021-2022.
ALEMANHA - A coalizão de governo da Alemanha concluiu um acordo para reformar a atual lei de cidadania no país, de acordo com a mídia alemã. O projeto de lei costurado pela ministra alemã do Interior, Nancy Faeser, visa simplificar e agilizar significativamente o processo de obtenção do passaporte alemão.
Segundo reportagem do jornal Süddeutsche Zeitung, o prazo mínimo para que migrantes que vivem no país tenha direito a pedir cidadania deve ser reduzido dos atuais oito anos para cinco anos.
"Queremos que as pessoas que se tornaram parte de nossa sociedade também possam ajudar a moldar democraticamente nosso país", disse Faeser ao periódico. "Isto é também crucial para atrair os trabalhadores qualificados de que precisamos urgentemente", acrescentou.
Em casos comprovados de "desempenho excepcional" de integração ao país, como bons conhecimentos linguísticos, prestação de serviços voluntários para a sociedade ou performance destacada no trabalho, a naturalização será possível já após três anos de moradia na Alemanha.
Filhos de pais estrangeiros nascidos na Alemanha também deverão poder se tornar alemães mais rapidamente. A condição: que um dos pais viva há cinco anos legalmente no país. Atualmente, isso só é possível após oito anos.
De acordo com o periódico alemão, idosos com mais de 67 anos serão isentos do teste escrito de comprovação de domínio do idioma alemão durante o processo para obtenção do passaporte. Em vez disso, poderão ter o domínio da língua atestado por meio de prova oral.
Possibilidade de dupla cidadania
Uma das principais mudanças previstas é o fim da exigência da renúncia da cidadania anterior para se obter o passaporte alemão. De acordo com o Süddeutsche Zeitung, o texto do projeto de lei constata que esse princípio legal não corresponde mais à prática cotidiana, já que há anos a maioria das naturalizações ocorre atualmente sem que as pessoas precisem abrir mão de outras nacionalidades, devido a uma série de exceções à regra.
O líder da bancada parlamentar do Partido Social-Democrata (SPD), Dirk Wiese, disse ao jornal Rheinische Post que um acordo está próximo. "Detalhes importantes já foram praticamente esclarecidos", afirmou. Segundo ele, devem ser excluídas do direito de naturalização pessoas que comprovadamente cometeram crimes antissemitas, racistas, xenófobos ou desumanos. "Só pode obter a cidadania quem respeita o nosso sistema de valores", disse o deputado, especialista em política interna.
A reforma da lei de cidadania está prevista no contrato de coalizão firmado no final de 2021 pelos partidos que integram a atual aliança de governo, formada por social-democratas, verdes e liberais.
md/bl (DPA, EPD, AFP)
BRASÍLIA/DF - O STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria para condenar o ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, na quinta-feira (18).
A dosimetria pena ainda será definida pelos ministros.
O relator da ação, o ministro Edson Fachin votou nesta quarta-feira (17) para condenar Collor a uma pena de 33 anos, 10 meses e dez dias de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.
No mesmo dia, o ministro Alexandre de Moraes, revisor do processo, seguiu o voto do relator pela condenação do ex-presidente.
Os ministros André Mendonça, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Carmen Lucia foram pelo mesmo entendimento nesta quinta-feira (18). Kassio Nunes Marques votou pela absolvição de todos os réus do processo.
Na ação penal julgada pelo Supremo, derivada da Operação Lava Jato, o ex-presidente e ex-senador é acusado de receber propina de um esquema de corrupção na BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras. A ação foi levada à pauta do plenário do STF porque está próxima à prescrição.
Fachin votou por fixar regime fechado para o início do cumprimento da pena de Collor. Para o relator, ele não tem direito à substituição por medidas cautelares nem à suspensão condicional da pena.
Segundo a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), Collor teria recebido nesse esquema ao menos R$ 29 milhões de propina entre 2010 e 2014.
De acordo com a Procuradoria, o ex-senador solicitou e aceitou promessa para viabilizar irregularmente um contrato de troca de bandeira de postos de combustível celebrado entre a BR Distribuidora e a empresa DVBR (Derivados do Brasil), com ajuda de outros réus.
Fachin também sugeriu um valor mínimo indenizatório a título de danos morais coletivos de R$ 20 milhões, a serem pagos de forma solidária pelo ex-presidente e os empresários Luis Pereira Duarte de Amorim e Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos.
O primeiro é diretor do Instituto Arnon de Mello e administrador de empresas de Collor; o segundo é apontado como operador do ex-senador. De acordo com a denúncia, os dois ajudaram no esquema.
Fachin também votou pela perda, em favor da União, dos bens, direitos e valores objeto das lavagens em relação ao que os réus foram condenados, bem como a proibição de exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza.
por CONSTANÇA REZENDE / FOLHA de S.PAULO
SÃO CARLOS/SP - A denúncia formulada pelo vereador Elton Carvalho (Republicanos), sobre a existência de servidores públicos que apresentaram diplomas falsificados à Prefeitura Municipal de São Carlos, foi acatada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP).
Um inquérito para investigar a existência de dolo foi instaurado pelo Ministério Público, que já realizou uma série de questionamentos ao Poder Executivo. Em paralelo, a Prefeitura abriu uma sindicância, criando comissões para a validação e apuração da existência de certificados e diplomas falsos.
“Fico contente que o MP acatou nossa denúncia e vai investigar a fundo; acho muito importante que medidas exemplares sejam tomadas”, afirmou o parlamentar.
Ele acrescentou que outros municípios “levaram a sério denúncias semelhantes e exoneraram os envolvidos com as fraudes e, de forma competente, entenderam que as ações criminosas prejudicavam os cofres públicos, o erário”. “Inclusive, os servidores envolvidos precisaram ressarcir os cofres públicos”, destacou.
EQUADOR - O presidente do Equador, Guillermo Lasso, dissolveu na quarta-feira (17) a Assembleia Nacional, hoje controlada pela oposição, e convocou novas eleições presidenciais e legislativas para interromper um processo de impeachment contra ele, motivado por acusações de desvio de dinheiro.
A medida está prevista na Constituição do país, mas nunca havia sido utilizada antes. Ela permite que o presidente governe por decreto até que um novo pleito seja realizado, em até seis meses na prática, de acordo com analistas, esse prazo pode se estender a oito meses devido aos ritos eleitorais.
A ferramenta, chamada de "morte cruzada", pode ser acionada em três casos: se o Legislativo assumir funções que não lhe correspondam, se obstruir o governo "de forma reiterada e injustificada" ou devido a uma grave crise política e comoção interna. Lasso cita esse último motivo no decreto desta quarta.
"Notifique-se o Conselho Nacional Eleitoral para que convoque eleições dentro de sete dias", diz o documento, que também solicita a notificação do Parlamento, unicameral, ressaltando que não há direito a reparação ou indenização pela perda dos cargos.
"Equatorianas e equatorianos: esta é a melhor decisão para dar uma saída constitucional à crise política e comoção interna que o Equador está enfrentando e devolver ao povo equatoriano o poder de decidir seu futuro nas próximas eleições", publicou o presidente, um ex-banqueiro de direita de 67 anos, no Twitter.
Seu governo já vinha indicando a possibilidade de publicar o decreto, como afirmou o secretário jurídico da Presidência, Juan Pablo Ortiz, na segunda (15). O próximo presidente eleito assumirá pelos cerca de 18 meses restantes do mandato, até as eleições de 2025 Lasso, que é reprovado por 80% da população, ainda não indicou se vai concorrer.
Pela manhã, militares cercaram o prédio da Assembleia Nacional para impedir a entrada de legisladores ou funcionários. Logo depois, as Forças Armadas e a Polícia Nacional divulgaram um vídeo nas redes sociais dizendo que "manterão inalterável a posição de absoluto respeito à Constituição e às leis".
Forças policiais cercam a Assembleia Nacional do Equador, em Quito, após o presidente Guillermo Lasso dissolver o Parlamento - Rodrigo Buendia/AFP
"A posição da Assembleia Nacional de processar politicamente o primeiro mandatário se baseou em uma disposição da Carta fundamental. Da mesma maneira, a decisão do senhor presidente da República de dissolver a Assembleia Nacional se fundamenta no artigo 148 da Constituição, portanto [...] deve ser respeitada por todos os cidadãos", disse o porta-voz militar.
Assim, a situação é diferente da ocorrida no Peru, em dezembro, quando o então presidente Pedro Castillo tentou dar um golpe e foi preso. A dissolução do Congresso também é um dispositivo válido no país, mas exige que o Parlamento rejeite ao menos dois votos de confiança do governo, o que não aconteceu.
No Equador, grande parte da oposição recebeu a decisão de "morte cruzada" com tranquilidade e deve acatá-la. Grupos como o Partido Social Cristão (PSC), porém, indicaram que vão pedir a anulação do decreto à Corte Constitucional, porque consideram que não existe uma grave crise política ou comoção interna no país, como alega Lasso.
Essa Corte é um órgão autônomo do Equador, atualmente formado por cinco juízas e quatro juízes constitucionais eles chegam ao cargo por meio de um concurso, após serem indicados por membros do Executivo, Legislativo e associações civis. A abertura do processo de impeachment passou pelo tribunal.
Na semana passada, a Assembleia votou no mesmo sentido, e o julgamento se iniciou na terça-feira (16). Era a segunda vez em menos de um ano que Lasso passava por um processo político. Em junho de 2022, o procedimento terminou a 12 votos de sua destituição e ocorreu em meio a violentos protestos indígenas contra o alto custo de vida.
Além das dificuldades na governabilidade e da situação econômica, a gestão do presidente vem enfrentando uma grave crise na segurança. A taxa de homicídios no país quase dobrou de 2021 para 2022, passando de 14 para 25 mortes a cada 100 mil habitantes, e mais de 420 detentos foram mortos em massacres em presídios, em razão de brigas de quadrilhas de narcotráfico.
Diante da escalada de crimes, Lasso recentemente autorizou o porte de armas por civis e declarou estado de emergência e toque de recolher em algumas regiões, como a cidade portuária de Guayaquil, coração econômico do país e origem da maior parte das drogas no Equador. Foi ali que o presidente nasceu e começou sua carreira política.
Ele ocupou os cargos de presidente-executivo do Banco Guayaquil e governador da província de Guayas antes de se tornar, em 1999, ministro da Economia de Jamil Mahuad, presidente que substituiu a moeda nacional pelo dólar. Lasso é considerado um liberal na economia e conservador nos costumes.
No processo de impeachment, o presidente foi acusado de peculato, ou seja, desvio de dinheiro público, por supostamente ter mantido contratos de transportes de petróleo que geraram prejuízos milionários. Ele nega as acusações, diz que os acordos foram firmados antes de assumir o poder e alega que a votação não era válida, pois não contou com um relatório da Comissão de Fiscalização, que o isentou do crime.
No primeiro dia de julgamento, dois parlamentares apresentaram a acusação, e o presidente se defendeu diante do plenário. Depois, abriu-se o debate em que os congressistas falariam por até dez minutos cada um, o que poderia durar alguns dias. Terminada essa fase, o presidente da Assembleia convocaria a votação final em até cinco dias. Mas agora todo o processo foi interrompido.
A principal força de oposição contra Lasso é a coalizão Unión por la Esperanza (Unes), que reúne movimentos de centro e esquerda que apoiam o ex-presidente Rafael Correa (2007-2017) o ex-líder equatoriano vive na Bélgica desde que deixou o poder e foi condenado por corrupção no país, algo que atribui a perseguição política.
A segunda força é o Partido Social Cristão (PSC), legenda conservadora que se aliou ao atual presidente nas últimas eleições, mas depois rompeu os laços. A esses grupos se somam integrantes do forte movimento indígena Pachakutik e da Esquerda Democrática, além de outros legisladores independentes.
O PSC e a Unes, sozinhos, concentravam 69 das 137 cadeiras da Assembleia, contra apenas 37 do partido governista Creando Oportunidades (Creo) e aliados. Assim, a chance de Lasso ser afastado era vista como significativa, apesar do clima de incerteza eram necessários 92 votos.
Se isso ocorresse, seria o segundo impeachment em 44 anos de democracia no Equador. Em 1997, o advogado Abdalá Bucaram foi retirado da cadeira presidencial após apenas seis meses de mandato, sob o argumento de incapacidade mental. Protestos nas ruas também derrubaram presidentes em 2000 e 2005.
por JÚLIA BARBON / FOLHA de S.PAULO
BRASÍLIA/DF - A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira (17) o regime de urgência para o projeto de lei complementar que fixa novas regras fiscais para gastos da União, que irá substituir o atual teto de gastos. No total, 367 deputados votaram a favor e 102, contra.
Com a decisão de hoje, ficam dispensadas formalidades e prazos regimentais, como interstícios, permitindo andamento mais rápido do projeto na Casa. Desta forma, a previsão é que o projeto seja votado em plenário já na semana que vem.
A proposta do arcabouço fiscal foi enviada em abril pelo governo federal ao Congresso Nacional. O relator do projeto, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), apresentou o relatório nessa terça-feira (16) e incluiu gatilhos para obrigar o corte e a contenção de gastos no caso de descumprimento da meta fiscal.
Chamado de Regime Fiscal Sustentável pelo relator, o projeto prevê que, no caso de descumprimento das metas, haverá contingenciamento (bloqueio) de despesas discricionárias. O texto de Cajado estabelece a adoção, no ano seguinte ao descumprimento, de medidas automáticas de controle de despesas obrigatórias, como a não concessão de aumento real de despesas obrigatórias e a suspensão de criação de novos cargos públicos e da concessão de benefícios acima da inflação.
Caso o descumprimento aconteça pelo segundo ano consecutivo, novas proibições serão acrescentadas às existentes, como o aumento de salários no funcionalismo público, admissão ou contratação de pessoal e realização de concurso público (nos últimos dois pontos, a exceção é para reposição de cargos vagos).
Segundo Cajado, estará fora dos gatilhos o reajuste real do salário mínimo, com aumento acima da inflação. Inicialmente, havia previsão de também retirar o Bolsa Família do limite de gastos. O deputado explicou que o benefício também estará sujeito às normas gerais para que seja reajustado acima da inflação.
O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que, com a aprovação da urgência, haverá uma rodada de negociações com as bancadas até a próxima semana, quando o texto deve ser votado em plenário.
Mais cedo, em audiência pública na Câmara dos Deputados, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o novo arcabouço fiscal está sendo construído de forma a "despolarizar" o país e que tem conversado com parlamentares da base governista e da oposição em busca de apoio ao projeto.
*Com informações da Agência Câmara
Por Carolina Pimentel - Repórter da Agência Brasil*
Encontro foi com o deputado federal Antônio Carlos Rodrigues (PL) que coordena os 70 deputados e 3 senadores de SP que formam a bancada
BRASÍLIA/DF - Representantes das quatro Instituições Federais de São Paulo – Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e o Instituto Federal de São Paulo (IFSP) – se reuniram com o coordenador da Bancada Paulista, deputado federal Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP) na terça-feira (16) em Brasília.
“A Bancada Paulista é formada por 70 deputados federais e três senadores”, explica Newton Lima, diretor de Relações Institucionais do IFSP. “A exemplo do que fizemos na legislatura anterior, viemos solicitar que as emendas obrigatórias da bancada sejam encaminhadas às quatro federais paulistas”, detalha.
Newton Lima lembra que uma de suas funções no IFSP é fazer a relação entre a instituição e o Congresso Nacional. “Nos anos anteriores conseguimos R$ 10 milhões para cada uma das federais paulistas por meio das emendas da Bancada”, conta Newton Lima.
Para Newton Lima, o fato de ter sido deputado federal (2010-2014) e reitor da UFSCar (1992-1996) o possibilita a compreender melhor as necessidades das Instituições Federais e a melhor forma de manter o relacionamento e buscar o apoio dos parlamentares.
“O meu papel é o de assessorar o reitor do IFSP na busca de recursos e felizmente conseguimos formar um importante bloco com as três federais paulistas para fortalecer essa luta”, observou. “Estou muito confiante que teremos sucesso, assim como já obtivemos nos anos anteriores”, detalhou.
A UFSCar foi representada pelo pró-reitor Rodrigo Constante, a UFABC pelo reitor Dácio Matheus, a Unifesp pela reitora Raiane Assumpção, o IFSP pelo reitor Silmário Santos. O deputado Antônio Carlos foi ministro dos Transporte da presidenta Dilma Rousseff e senador da República.
SÃO CARLOS/SP - Na tarde de terça-feira (16), o vereador Gustavo Pozzi esteve acompanhando o secretário de Cidadania e Assistência Social, Rodolfo Hernane, na Casa de Passagem, que iniciou as reformas após a enchente em dezembro de 2022 e 2 incêndios seguidos neste ano.
Durante a visita, o vereador e o secretário ficaram otimistas com as reformas, que terão o prazo máximo de conclusão de 60 dias. Após esse período, a casa de passagem voltará a fazer atendimentos para as pessoas que necessitam desse acolhimento temporário.
“O retorno do funcionamento da Casa de Passagem é muito importante e com a reforma, o atendimento será retomado e as pessoas poderão ser atendidas e ter um espaço para dormir e fazer as refeições com dignidade”, destacou o vereador.
TURQUIA - O candidato opositor laico da Turquia, Kemal Kiliçdaroglu, conseguiu impedir a reeleição do presidente conservador Recep Tayyp Erdogan no primeiro turno de domingo, mas suas possibilidades de ganhar o segundo turno em 28 de maio são remotas.
As pesquisas previam bons resultados para Kiliçdaroglu, à frente de uma coalizão de seis partidos, mas o candidato de 74 anos obteve menos de 45% dos votos.
Erdogan, no entanto, ficou a poucos décimos da maioria absoluta, o que teria lhe permitido ganhar as eleições no primeiro turno de domingo.
"O segundo turno será mais fácil para nós", afirmou, na terça (16), Ibrahim Kalin, o porta-voz de Erdogan.
"Há uma diferença de cinco pontos, cerca de 2,5 milhões de votos. Parece que não há possibilidade de que isso [a diferença] diminua", acrescentou.
Para desbancar Erdogan, que está há duas décadas no poder, Kiliçdaroglu está de olho nos eleitores jovens.
Mais de cinco milhões eleitores estreantes - que cresceram sem conhecer outro líder que não Erdogan - tinham direito ao voto. Considera-se que são os mais propensos a querer uma mudança.
Kiliçdaroglu, um laico de 74 anos, tratou de dar um novo impulso à sua campanha, nesta terça, com uma mensagem destinada diretamente para esse setor da população.
"Não podem pagar nada. Nem sequer podem pensar em uma xícara de café. Roubaram-lhes a alegria de viver, quando a juventude deveria ser sinônimo de despreocupação", escreveu no Twitter.
- O apoio dos curdos: uma faca de dois gumes? -
Os curdos, uma minoria étnica que representa aproximadamente 10% dos eleitores, poderiam impulsionar também a vitória de Kiliçdaroglu.
O líder opositor, membro da comunidade alevita, historicamente uma das mais reprimidas da Turquia, recebeu inclusive o apoio do partido pró-curdo HDP no final de abril.
A taxa de participação nas províncias de maioria curda, porém, chegou a apenas 80%, muito menor do que a média nacional, de 89%.
Um maior apoio dessa minoria poderia, no entanto, se tornar uma faca de dois gumes.
Uma das estratégias de Erdogan foi vincular a oposição ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), um grupo armado que luta uma guerra contra o Estado há décadas. O método parece ter alcançado os setores mais nacionalistas e conservadores.
"No geral, a aliança eleitoral de Kiliçdaroglu com o pró-curdo HDP o prejudicou", apontou Soner Cagaptay, analista do Washington Institute.
"Alguns eleitores do HDP em províncias de maioria curda ficaram em casa no dia das eleições, enquanto que alguns votantes nacionalistas decidiram não votar em Kiliçdaroglu, reprovando sua aliança com o HDP", analisou.
Resta saber quem o terceiro colocado apoiará. O nacionalista laico Sinan Ogan obteve 5,2% no primeiro turno.
Seu apoio poderia se tornar crucial, ainda que também tenha centrado sua campanha contra o "terrorismo", uma palavra que muitos políticos usam para condenar os curdos.
- "Erdogan terá mais facilidade" -
"O nacionalismo anticurdo dessa vertente representada por Ogan (...) torna muito difícil um acordo com Kiliçdaroglu", declarou à AFP Kursad Ertugrul, da Univerdade Técnica do Oriente Médio de Ancara.
Inclusive se Kiliçdaroglu ganhar o apoio de Ogan, isso provavelmente afastaria o voto curdo, disse Berk Esen, professor de ciências políticas da Universidade Sabanci de Istambul.
Outro desafio que o opositor enfrenta é a unidade dos seis partidos que formam sua aliança, após a decepção de domingo.
"Erdogan terá mais facilidade que Kiliçdaroglu para atrair os eleitores, especialmente os de Ogan", analisou Emre Peke, da consultora Eurasia Group.
"Também é provável que os partidários do presidente apareçam em maior número para votar no segundo turno que os partidários de Kiliçdaroglu, já que a oposição (...) perde impulso", continuou.
A campanha de Erdogan seguirá se centrando com toda probabilidade nos temas de segurança, uma questão que preocupa a classe trabalhadora turca "conservadora-nacionalista", apesar dos impactos da crise econômica, disse Ertugrul à AFP.
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