Município foi escolhido para sediar a 3ª edição do Projeto Diálogos que Conectam. Programação inclui 3 encontros presenciais, mentoria online e aulas gravadas
SÃO CARLOS/SP - O Projeto Diálogos que Conectam abre inscrições gratuitas para professores do Ensino Infantil e Fundamental I da rede municipal de ensino de São Carlos. O curso oferece três encontros presenciais no ano, mentoria online e 43 horas de aulas gravadas. As inscrições podem ser feitas pela internet, até o dia 1º de abril, no link https://docs.google.com/forms/d/1rqsNSN0QkwYiwyGbAf2XVPs9A-dDdX4YbweZexgJO7g/viewform?edit_requested=true.
O objetivo do projeto é ampliar o conhecimento dos profissionais da Educação no campo da Psicopedagogia, promovendo o desenvolvimento de competências e estratégias que poderão ser aplicadas por professores nas salas de aula, principalmente nas questões que envolvem indisciplina, dificuldade de aprendizagem, inclusão e contato com as famílias dos estudantes.
Realizado pelo Instituto EP, com gestão da Girassol Caminhos Criativos, o projeto tem parceria com a Secretaria de Educação de São Carlos e oferece certificação para os participantes. O curso, que ocorrerá de abril a novembro, será conduzido pela pedagoga Gleice Máira Alves.
Mestre em Educação pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Gleice é pós-graduada em Arteterapia na Educação, Neuropsicopedagogia e Terapia Sistêmica. Professora da rede municipal do Rio de Janeiro, é especialista em comportamento da criança e do adolescente e criadora do método Tessituras, que vem preparando centenas de professores para lidar melhor com os desafios em sala de aula.
O curso foi elaborado com base em seis pilares: Comunicação Não Violenta, Disciplina Positiva, Educação Socioemocional, Mindset, Pedagogia Sistêmica e Neurociência. "Esses pilares preparam os professores para entender como funciona o cérebro do estudante e como se processam os comportamentos desafiadores. A proposta é torná-los aptos a minimizar tais comportamentos, cultivando uma relação mais conectada com os estudantes e com seus familiares, tendo como resultado uma sala de aula leve e sem indisciplina", explica Gleice.
Após o primeiro momento de entendimento dos conceitos, cada um poderá escolher a melhor forma de aplicação em sua escola. Para auxiliar nesse processo, Gleice fará uma mentoria com os participantes a fim de acompanhar o andamento das ações.
TERCEIRO ANO DE EXPERIÊNCIA - As primeiras edições do Projeto Diálogos que Conectam ocorreram em Cosmópolis (SP) e Poços de Caldas (MG). “Eu acho que com todo esse conhecimento, a Gleice trouxe uma transformação primeiro para nós, como seres humanos e professores, para nos conhecermos melhor e trabalharmos os nossos sentimentos, para depois transmitirmos isso aos alunos. Foi um trabalho completo”, relata Emanoelle Bocca, professora da rede municipal de Cosmópolis.
Para a diretora do Departamento de Formação Continuada Docente e Profissional de São Carlos - CEFPE, Ozana Aline Barbosa, o projeto será mais uma importante ferramenta para os professores de São Carlos e toda a comunidade escolar, promovendo reflexões e estratégias para lidar com os desafios.
“Durante o processo de ensino/aprendizagem, o professor enfrenta, cada vez mais, desafios dentro e fora da sala de aula, principalmente nas questões que envolvem as relações escola/aluno e família, dificuldade de aprendizagem, entre outras. Esse projeto será de grande importância para a nossa Rede, enriquecendo, ainda mais, o conhecimento pedagógico dos nossos profissionais, aprimorando o trabalho já desenvolvido nas nossas unidades escolares, trazendo discussões pertinentes, novas metodologias e contribuindo para a melhoria do desempenho escolar dos nossos alunos”, afirma.
São Carlos acolheu prontamente a proposta do Projeto Diálogos que Conectam. “A Administração Municipal, por meio da Secretaria Municipal de Educação, reconhece e apoia todos os projetos voltados para a formação continuada dos nossos docentes, porque acredita, firmemente, que isso contribui tanto para o crescimento pessoal e profissional do cidadão, nossos servidores públicos municipais, valorizando-os na sua jornada profissional, como também na aplicação do ensino para nossos alunos, propiciando, cada vez mais, uma educação municipal de qualidade para a população atendida”, justifica a secretária municipal de Educação, Paula Knoff.
E complementa: “A sociedade existe porque o diálogo existe e, sem dúvidas, o projeto “Diálogos que Conectam” possibilitará aos professores aprofundar esse conhecimento sobre o aluno e vice-versa, conectando-os ainda mais à comunidade escolar, facilitando a exploração de suas habilidades, assim como reforçando o elo entre o aprendiz e o professor”.
SÃO CARLOS/SP - A UFSCar realiza, entre os dias 25 e 28 de março, a Calourada 2024 que dá as boas-vindas e acolhe os calouros e as calouras de 2024 e também os veteranos e as veteranas dos cursos de graduação, marcando o início do período letivo de 2024. A Universidade recebe neste ano mais de dois mil novos estudantes, totalizando 12 mil estudantes de graduação em seus quatro campi.
Nesta semana, a Universidade recepciona os estudantes indígenas e originários do exterior, atividade que antecipa o início da Calourada 2024.
A Reitora da UFSCar, Ana Beatriz de Oliveira, em mensagem de boas-vindas aos estudantes e às estudantes (assista ao vídeo neste link), ressalta que a gestão da Universidade estará presente nos quatro campi na semana da Calourada para receber as pessoas e apresentar a estrutura administrativa da Universidade. "É importante evidenciar que a UFSCar é construída todos os dias por todas as pessoas que aqui estão. Portanto, os estudantes podem participar desse dia a dia atuando nas estruturas colegiadas dos cursos, dos departamentos, centros, pró-reitorias, e do conselho máximo da instituição, o Conselho Universitário (ConsUni)", disse.
"Minha mensagem é que aproveitem ao máximo a Universidade, pois é um período que será marcado na história de vocês. Na UFSCar, nós temos oportunidades de formação para além das previstas nos cursos, como os projetos de extensão e de iniciação científica. Então, aproveitem, se envolvam e participem ativamente da vida na Universidade", reforçou.
A recepção aos estudantes e às estudantes conta com uma programação diversificada com destaque para o "Chega Mais", uma ação da Administração Superior da Universidade, coordenada pela Pró-Reitoria de Graduação (ProGrad), que vai reunir representantes da gestão da ProGrad, das pró-reitorias de Assuntos Comunitários e Estudantis (ProACE), Extensão (ProEx) e Pesquisa (ProPq), da Reitoria, da Coordenadoria de Articulação em Saúde Mental (CASM), da Secretaria Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (SAADE) e do Sistema Integrado de Bibliotecas da UFSCar (SIBi), que estarão presencialmente nos campi para receber os estudantes e esclarecer dúvidas sobre a vida acadêmica na graduação.
Além do contato com representantes da Reitoria e pró-reitorias, o "Chega Mais" contará com apresentações culturais, promovidas pela Coordenadoria de Cultura (CCult) da ProEx, e distribuição de pipoca.
Em São Carlos, o "Chega Mais" acontece no dia 25 de março, das 9 horas às 16 horas, no vão da Biblioteca Comunitária (BCo); no dia 26 de março ocorrerá no Campus Araras, no Pátio do Bloco A - Prédio central, das 10 horas às 14 horas; no dia 27 de março a ação será realizada no Campus Lagoa do Sino, na área dos quiosques, das 10 horas às 14 horas, e no dia 28 de março, o "Chega Mais" será no Campus Sorocaba, na área de vivência, das 10 horas às 14 horas.
Dentro da proposta do "Chega Mais", a ProEx vai promover, a partir do Núcleo de Extensão UFSCar-Empresa (NUEmp-ProEx), o Núcleo de Educação, Tecnologia e Cultura (NETC-ProEx) e a Agência de Inovação (AIn) da UFSCar, em parceria com o Sebrae, mesas de conversas sobre inovação e empreendedorismo, visando a aproximação da comunidade com a temática de Inovação e Empreendedorismo Universitário.
A ação será dividida em quatro mesas de conversas, no horário das 11h às 12h, em todos os campi. No Campus São Carlos, será no dia 25 de março, no Auditório 3 da Biblioteca Comunitária (BCo); no Campus Araras, será no dia 26 de março, no Bloco A; no dia 27 de março na Sala 106 - AT1; e no dia 28 de março, no Campus Sorocaba, no Auditório CCGT.
A Calourada 2024 conta, ainda, com uma programação diversa organizada e implementada pelas coordenações dos cursos, centros acadêmicos, pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB), atlética e coletivos de cada campi, que incluem apresentações dos cursos, visitas aos laboratórios, rodas de conversa, café da manhã, atividades culturais e de integração, gincanas, plantio de mudas, entre outras atividades para acolher os estudantes para o novo período letivo e promover a integração entre eles. Confira as atividades a serem realizadas em cada campus: São Carlos, Sorocaba, Araras e Lagoa do Sino.
SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal de Educação (SME) realiza até o próximo dia 5 de abril a aplicação da Fluência Leitora com avaliação diagnóstica dos mais de 1.000 estudantes de Rede Municipal de Ensino, matriculados nos segundos anos do Ensino Fundamental. A avaliação será feita por 51 professores, com professores de apoio, coordenadores pedagógicos e toda a equipe gestora das unidades escolares.
A Fluência Leitora avalia o desempenho individual dos alunos na leitura e compreensão de textos escritos, visando identificar possíveis lacunas no processo de alfabetização. A atividade prática permite verificar a capacidade dos estudantes no entendimento de palavras, pseudopalavras e textos adequados a sua etapa escolar, levando em consideração sua habilidade, fluidez e ritmo de leitura.
São consideradas leitoras fluentes as crianças que conseguem ler entre 45 e 60 palavras corretamente no decorrer de um minuto, entre 28 e 40 pseudopalavras (palavras inventadas ou sem significado) e atingem 97% de precisão na leitura de palavras existentes em um texto.
O conhecimento dos estudantes é medido por meio do aplicativo exclusivo do CAEd (Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação), utilizado para a gravação e validação da leitura das crianças.
A secretária municipal de Educação, Paula Knoff, explicou que São Carlos fez a adesão ao compromisso da criança alfabetizada, proposta pelo Governo Federal e quem faz o encaminhamento para a alfabetização é o Governo do Estado de São Paulo pelo Programa Alfabetiza Juntos SP. “A avaliação é um importante mapeamento de diagnóstico de como está a alfabetização na rede municipal, o método nos dá parâmetros de como está esse perfil e nos auxilia na montagem de um plano de ação e estratégias para que na próxima avaliação formativa, que acontece no final do ano, possamos ver o progresso destes estudantes”, destacou a secretária.
Vale lembrar que a cidade de São Carlos foi premiada no dia 20 de fevereiro pelo Governo do Estado de São Paulo porque a Escola Municipal de Ensino Básico (EMEB) Janete Lia foi classificada como uma das 120 melhores escolas do Estado pelo bom desempenho em alfabetização, e recebeu o prêmio “Município Destaque no Crescimento da Alfabetização”.
A EMEB Janete Lia apresentou um Índice de Fluência em Leitura (IFL) de 7,6 considerando uma escala de até 10 pontos possíveis, com a participação de 1.059 alunos (90,4%) dos 1.183 previstos. A média do IFL nas demais escolas municipais de São Carlos foi de 6,3, superior à média do Estado que é de 4,8. A EMEB Janete Lia é uma escola de período integral e trouxe para São Carlos o melhor índice na avaliação somativa realizada no final de 2023 que teve como referência os resultados da Avaliação de Fluência Leitora.
A alfabetização é uma etapa fundamental do percurso escolar de qualquer estudante. Somente alfabetizada a criança será capaz de se comunicar com autonomia, adquirir novos conhecimentos e desenvolver habilidades em diferentes áreas.
MÉTODO - A criança realiza uma leitura para um professor e tem o seu desempenho associado a um perfil de leitor. A gravação da leitura do estudante é feita por meio de um aplicativo do CAEd que depois é analisada por um professor. Para realizar essa avaliação, que têm o objetivo de aferir o desempenho dos estudantes em leitura de palavras e textos em Língua Portuguesa, em sua variante brasileira, no início do Ensino Fundamental, os professores utilizam o celular para gravar a leitura dos alunos. Além disso, o aplicativo disponibiliza os cadernos de provas para impressão. Posteriormente, os áudios são avaliados para fornecer um diagnóstico preciso do perfil de leitura dos estudantes. Os resultados alcançados pelos estudantes são divulgados na Plataforma CAEd da rede de ensino de acordo com diferentes perfis: pré-leitor, leitor iniciante e leitor fluente, além daqueles que, por alguma razão, não realizaram nenhuma leitura. A partir dessas informações, gestores e professores podem planejar e desenvolver estratégias pedagógicas com foco na leitura de acordo com o nível de desenvolvimento de cada um dos seus estudantes.
SÃO CARLOS/SP - Na próxima segunda-feira, 25 de março, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) recebe, entre veteranos e calouros, cerca de 12 mil estudantes (Confira neste link a matéria com a programação da Calourada 2024). Desse total, mais de 80% são veteranos e o restante, são futuros universitários, aprovados por meio do SiSU 2024 e outras modalidades de ingresso, como o Programa Estudante Convênio de Graduação (PEC-G), os editais de Migrantes de Portadores de Diploma, e o Vestibular Indígena, processo que acontece desde 2008.
A caloura curso de Terapia Ocupacional, Tsainama Vivian Pacifico Reis, que se identifica como Vivian Marúbo, está entre esses 12 mil estudantes que ingressam ou retornam às salas de aula, laboratórios, grupos de pesquisa, projetos de extensão e outras atividades que fazem parte da vida acadêmica dos 68 cursos presenciais de graduação, 66 com ingresso pelo SiSU e os outros por Área Básica de Ingresso (ABI).
"Deixar a família, ficar longe de cada um deles, dá um aperto no coração", relata Vivian Marúbo. "Quando eu cheguei aqui [São Carlos], fiquei um pouco assustada, mas acho que estou, aos poucos, me adaptando", completa a estudante, que escolheu a UFSCar seguindo os passos do tio, que se formou em Pedagogia na Universidade.
Reduzindo distâncias
No dia 18 de março, primeiro dos cinco dias da programação de acolhimento a estudantes indígenas e de outros países, Vivian Marúbo certamente experimentou encontros inusitados, ao compartilhar momentos com futuros colegas na UFSCar com sobrenomes, como Yamamoto, Kabawa, Jimenez, Djata, e também com outros 81 estudantes indígenas, recém-ingressos junto com Vivian na Universidade neste primeiro semestre letivo de 2024.
A programação da recepção surgiu, há alguns anos, por demanda do Centro de Culturas Indígenas (CCI), coletivo que se organiza para apoiar as demandas dos indígenas recém-chegados à Universidade e estudantes veteranos de outras nacionalidades. A atividade é uma parceria entre a Administração Superior da UFSCar e o CCI, iniciada no ano passado.
Mas entre os encontros, talvez um dos mais inusitados tenha sido com a também indígena Vanessa Tukano, veterana do último ano do curso de graduação de Terapia Ocupacional, integrante da liderança do Centro de Culturas Indígenas.
Vanessa é Tukano, de São Gabriel da Cachoeira. Os Tukano são uma das 17 etnias que vivem às margens do Rio Uaupés, que serve, por mais de 188 quilômetros, de referência fronteira natural entre o Brasil e a Colômbia; Vivian Marúbo é de Atalaia do Norte (onde fica a sede de administração regional da Funai). Os Marúbo são originários da região do alto curso dos rios Curuçá e Ituí, da bacia do Javari, na Terra Indígena Vale do Javari.
Entre esses dois municípios - São Gabriel da Cachoeira e Atalaia do Norte - a distância, em quilômetros, não é tão grande. São 584,35 km, mas a travessia não pode ser feita por terra, pois não há sequer 1 km de estradas. As duas localidades estão separadas por uma viagem de avião que dura em média 18 horas e 40 minutos, superior ao tempo médio de voo entre São Paulo, capital, e Paris, na França. Já entre São Carlos, cidade sede de um dos quatro campi da UFSCar, e Atalaia do Norte, a distância é de 3.100 quilômetros; e entre São Carlos e São Gabriel da Cachoeira, 3.199 km.
"Este acolhimento ajuda as pessoas que estão chegando a se sentirem mais seguras. Elas chegam sem os familiares e a gente atua para ser uma família. Hoje, faço aquilo que foi feito por mim quando eu cheguei aqui como caloura", conta Vanessa Tukano. "Nós, do CCI, atuamos antes da chegada, na chegada e depois. A UFSCar é muito grande e a gente precisa atuar diretamente para ajudar os nossos novos colegas", completa.
Acolhida calorosa
"A chegada dos estudantes indígenas e de outros países é encarada por nós, da UFSCar, com muito cuidado e a avaliamos como muito bem-vinda. E por quê? Porque enriquece a nossa Universidade como um todo, trazendo diversidade para os nossos campi. Essa diversidade é uma riqueza que nós precisamos aproveitar", destaca Daniel Leiva, Pró-Reitor de Graduação (ProGrad) da UFSCar.
"Esta já é uma semana tradicional, que realizamos para que calouros e calouras conheçam as pessoas, e não somente os serviços que essas pessoas ofertam aqui na Universidade", completa Djalma Ribeiro Júnior, Pró-Reitor de Assuntos Comunitários e Estudantis (ProACE).
"Esta programação marca o início do período letivo. A chegada, a cada ano, de novos estudantes indígenas e de outras nacionalidades reafirma o nosso compromisso com a diversidade. Essa é uma marca da UFSCar. Eu gosto sempre de lembrar que na nossa missão consta a preservação da cultura da região. Mas também é nosso compromisso, enquanto instituição de ensino superior, a preservação e valorização da diversidade cultural", finaliza a Reitora Ana Beatriz de Oliveira.
Programação
Semana de acolhimento dos estudantes indígenas e de outros países
Dia 18/03 - 8h às 17h - Anfiteatro Bento Prado Jr. - Apresentação de departamentos e secretarias da UFSCar
Dia 19/03 - 9h às 11h - AT2 - Plantão de confecção de carteirinhas
Dia 19/03 - 14h às 17h - Auditório do NAP - Apresentação da Coordenadoria de Acompanhamento Acadêmico e Pedagógico (CAAPe)
Dia 20/03 - 8h às 12h - Anfiteatro Bento Prado Jr. - Palestra do ProEstudo, Grupo de Pesquisa Aldeia e tutorias
Dia 20/03 - 14h às 16h - Anfiteatro Bento Prado Jr. - Reunião com as coordenações de curso
Dia 22/03 - 9h às 11h30 - Auditório 1 da BCo - Roda de conversa com os PET's Saberes e Ações em Saúde
Dia 22/03 - 12h30 às 16h - AT1 - Reunião entre veteranos e ingressantes indígenas
Dia 23/03 - 9h às 12h - Ponto de encontro: Em frente ao Ginásio - Passeio pela UFSCar
Dia 23/03 - 14h às 18h - Ponto de encontro: SGAS - Passeio pela UFSCar
Por: Marcílio Jose Sabino Lana
[Com a colaboração de Fabricio Mazocco]
SÃO CARLOS/SP - A Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP) promoveu na última semana, o lançamento do Programa de Curricularização da Extensão Universitária para os Cursos de Graduação, onde os alunos de graduação precisam cumprir horas em trabalhos que tenham cunho com pessoas e instituições fora da universidade, como a Prefeitura, implementando projetos interdisciplinares alinhados a temas de interesse público, desenvolvendo atividades para a sociedade.
O evento foi aberto a todos os interessados, ou seja, autoridades da administração pública, lideranças e membros da área acadêmica, pesquisadores, estudantes, empresários e a comunidade local.
O programa tem como parceiro a Prefeitura Municipal de São Carlos, por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, o Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP São Carlos, o Instituto Mário de Andrade e a empresa G2 Arte, para o desenvolvimento de pesquisa tecnológica e projetos inclusivos e ambientalmente adequados para áreas críticas do município.
Foram apresentados vários projetos já realizados em outras cidades, sempre com a participação da universidade e a comunidade local. Para São Carlos um dos projetos apresentados, que têm grande relevância foi sobre as enchentes, com uma apresentação das áreas de risco, os principais rios e córregos que cortam a cidade, bem como algumas sugestões para mitigar esse tipo de ocorrência que vêm ocorrendo de forma mais intensa.
O diretor da Escola de Engenharia de São Carlos, Prof. Fernando Catalano, relata que esse projeto não é de um governo e sim uma parceria contínua com a Prefeitura e a sociedade. “É um programa muito importante que envolve a sociedade, nossos professores e alunos na transferência de conhecimentos direto, é o momento de devolver o que a universidade recebeu da cidade ao longo desses 70 anos da USP em São Carlos”.
Ismael Oliveira, sócio e diretor da G2 Arte e Cultura, enfatiza que a grande novidade do projeto é estabelecer uma ação em rede colaborativa. “É uma junção de vários agentes, a EESC, a Prefeitura e comunidades de bairros, a nossa ideia é identificar zonas criticas da nossa cidade que sejam endereçáveis com as tecnologias que vem sendo desenvolvidas na universidade. A função do nosso grupo que é de fora da universidade é fazer a ponte, essa negociação política entre os agentes da universidade, a Prefeitura e a comunidade que isoladamente têm dificuldade de estabelecer essas inter-relações”.
A Prof. Dra. Luciana Schenk do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, acredita que a criação de novas áreas permeáveis, de espaços livres em locais específicos podem contribuir para a melhoria das enchentes em São Carlos. “Eu acho que tem que ser feito um grande mapeamento de áreas que podem vir a ser utilizadas como áreas de infiltração, que possam ser parques ou não, estamos construindo enchentes com tudo impermeabilizado, íngreme, a água sempre vai para o ponto mais baixo. Precisamos mudar isso, desimpermeabilizando o fundo de várzea”.
Leandro Severo, secretário de Comunicação da Prefeitura de São Carlos, destaca a importância das universidades na cidade. “É mais um momento importante para São Carlos, todo nós sabemos da importância das universidades, dos centros de pesquisas e essa atividade da USP consagra uma iniciativa importantíssima com os alunos, professores, pesquisadores que já produzem ciência para o Brasil e para o mundo, possam se envolver de forma crescente com os problemas e as soluções na nossa cidade”, disse o secretário, parabenizando a todos os envolvidos e enfatizando o ganho para o município com esse trabalho em parceria com a USP.
BRASÍLIA/DF - O pagamento do Incentivo-Matrícula do Programa Pé-de-Meia do Ministério da Educação (MEC) será pago a partir de 26 de março até 3 de abril aos estudantes matriculados em alguma das três séries do ensino médio público.
O depósito da parcela única de R$ 200 do primeiro incentivo financeiro-educacional do programa será feito conforme o mês de nascimento dos alunos.
· 26 de março: estudantes nascidos em janeiro e fevereiro;
· 27 de março: estudantes nascidos em março e abril;
· 28 de março: estudantes nascidos em maio e junho;
· 1º de abril: estudantes nascidos em julho e agosto;
· 2 de abril: estudantes nascidos em setembro e outubro;
· 3 de abril: estudantes nascidos em novembro e dezembro.
O Incentivo-Matrícula será creditado em contas digitais abertas automaticamente pela Caixa Econômica Federal em nome dos alunos.
No caso de o estudante do ensino médio público contemplado ser menor de idade, será necessário que o responsável legal autorize o estudante a movimentar a conta, para sacar o dinheiro ou usar o aplicativo Caixa Tem. Esse consentimento poderá ser feito em uma agência bancária da Caixa ou pelo aplicativo Caixa Tem. Se o aluno tiver 18 anos ou mais, a conta já estará desbloqueada para utilização do valor recebido.
O incentivo é pago apenas uma vez ao ano, ainda que o estudante realize transferência de matrícula entre escolas ou redes de ensino no mesmo ano letivo.
Porém, aquele aluno que abandonou a escola e voltou a estudar ou que reprovou aquela série terá direito ao Incentivo-Matrícula da respectiva série apenas mais uma vez, durante o período de permanência no ensino médio, esclarece o MEC.
Para fazer o depósito deste primeiro incentivo, o MEC se baseará em informações enviadas pelas redes de ensino dos municípios, estados e do Distrito Federal entre 29 de fevereiro e 8 de março deste ano, via Sistema Gestão Presente (SGP), conforme previsto na Lei 14.818/2024.
O não compartilhamento das informações sobre os estudantes matriculados nas respectivas redes de ensino poderá impactar o pagamento dos incentivos relativos ao período em que as informações não foram compartilhadas.
Para quem não for contemplado neste primeiro período, o MEC informa que se ocorrerem correções e atualizações das informações referentes à matrícula, por parte das redes públicas de ensino médio, entre 9 de março e 14 de junho, o pagamento do Incentivo-Matrícula poderá ser feito até 1º de julho.
O Pé-de-Meia é um programa de incentivo financeiro-educacional do governo federal, na modalidade de poupança, destinado a promover a permanência e a conclusão escolar de pessoas matriculadas no ensino médio público.
O objetivo é democratizar o acesso e reduzir a desigualdade social entre os jovens do ensino médio, além de promover mais inclusão social pela educação, estimulando a mobilidade social.
O Pé-de-Meia prevê o pagamento de incentivo mensal de R$ 200, que pode ser sacado em qualquer momento, além dos depósitos de R$ 1.000 ao final de cada ano concluído, que só poderão ser retirados da poupança após a conclusão do ano letivo. Se consideradas as dez parcelas de incentivo, os depósitos anuais e, ainda, o adicional de R$ 200 pela participação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na última série, os valores podem chegar a R$ 9.200 por aluno.
Os estudantes com dúvidas sobre o Pé-de-Meia podem acessar uma seção de Perguntas Frequentes sobre o programa no portal do MEC. Outros canais são o Fale Conosco do MEC (telefone 0800 616161) e o portal de atendimento, por meio da opção 7 e seleção do assunto Programa Pé-de-Meia.
Por Daniella Almeida - Repórter da Agência Brasil
PRESIDENTE PRUDENTE/SP - Autoridades e representantes do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) se reuniram para a cerimônia de descerramento da placa inaugural do novo Campus Presidente Prudente. O evento inicia uma fase crucial para a educação regional, construindo um bloco com 18 áreas pedagógicas. Estão inclusas salas de aula, laboratórios, espaços administrativos e quadra esportiva, com entrega prevista para dezembro de 2024.
A cerimônia foi acompanhada por dezenas de pessoas. Entre elas, representantes de instituições de ensino, sociedade civil organizada da região, legisladores e secretários municipais. A deputada federal Samia Bomfim, representantes do Ministério da Educação, do Ministério das Cidades e deputados federais também estavam presentes. Todos ressaltaram a importância do projeto para a comunidade local.
José Roberto da Silva, diretor-geral do campus, expressou gratidão à comunidade por seu apoio irrestrito, destacando o papel fundamental desempenhado no processo de doação do terreno e na implementação da unidade. Ele anunciou ainda que, na próxima semana, o Conselho Superior avaliará o Projeto Pedagógico de Curso (PPC) do curso de agroindústria; com a aprovação, a expectativa é que as primeiras turmas iniciem no próximo semestre.
O prefeito de Presidente Prudente, Ed Thomas, enfatizou seu compromisso com a educação e ressaltou os benefícios que o campus trará para o município, gerando desenvolvimento e oportunidades para a população local. Ele agradeceu o empenho do reitor Silmário Batista em expandir o Instituto para diversas cidades do estado. "Você é grandioso em seu trabalho, por onde você anda tem uma esperança se renovando", analisa o gestor municipal.
O reitor Silmário Batista destacou o potencial transformador dos Institutos Federais. Além de oferecer formação integral e cidadã, eles promovem o desenvolvimento local gerando empregos diretos e indiretos. Batista também enfatizou as políticas de permanência, que auxiliam os estudantes a concluir seus estudos. Essas políticas oferecem suporte financeiro e/ou educacional para o sucesso acadêmico dos estudantes. “Tenho mais de 30 anos atuando como professor e nunca vi situação ideal, mas sempre encontrei servidores comprometidos em promover uma educação de excelência, construindo a melhor situação para os alunos”, conta o reitor.
A deputada federal Samia Bomfim, presente no evento, demonstrou seu apoio ao projeto e destinou emendas para o campus, enfatizando a democratização da educação e a importância de uma instituição que promove Pesquisa e Extensão, assim como o impacto positivo na vida dos estudantes e educadores que têm no Instituto um referencial de qualidade e formação.
O Campus Presidente Prudente
Após anos de tratativas e planejamento, a implantação do Campus Presidente Prudente do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) finalmente se concretiza, sendo um marco significativo para a educação na região. Originado do Plano de Expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, o projeto começou a ganhar forma em 2013, refletindo o compromisso do governo federal com o desenvolvimento educacional.
A distância de 90 km do campus mais próximo do IFSP, situado em Presidente Epitácio, evidenciava a necessidade de uma instituição federal de ensino na cidade de Presidente Prudente e arredores. Reconhecida como um polo regional, o município, também conhecido como a capital do Oeste Paulista, desempenha um papel vital na prestação de serviços e na oferta de produtos para diversas cidades vizinhas.
A autorização de funcionamento, concedida em junho de 2022, deu início a uma série de preparativos, incluindo a nomeação do diretor-geral e a adequação das instalações para sediar provisoriamente o IFSP. O prédio, antes uma escola municipal, foi reformado para acomodar as atividades educacionais, criando um ambiente propício ao aprendizado.
A retomada das atividades no campus, marcada pela oferta do curso de Formação Inicial e Continuada (FIC) de Libras Básico, evidencia o compromisso do IFSP com a educação inclusiva e de qualidade na região.
No entanto, para a consolidação do campus, a oferta de cursos técnicos tornou-se uma prioridade. Três audiências públicas foram realizadas em 2023, envolvendo a comunidade local e órgãos governamentais. Após ampla consulta e análise de dados socioeconômicos e educacionais da região, foram definidos os primeiros eixos tecnológicos: Produção Alimentícia e Infraestrutura, com cursos técnicos em Agroindústria, Alimentos e Edificações.
A nova unidade será construída em um terreno de 30 mil m², doado pela prefeitura, que abrigará a obra licitada no valor de R$ 11,5 milhões. Segundo o reitor, um novo aporte será feito, somando um investimento total de R$ 20 milhões. O acréscimo é destinado à construção de um refeitório e uma biblioteca. O novo campus promete ser um marco na educação da região, proporcionando oportunidades de desenvolvimento e transformação social.
O Ministério da Educação autorizou o Campus Presidente Prudente a ter até 40 docentes e 26 técnicos administrativos. Isso permite atender até 800 alunos em cursos regulares, com a possibilidade de expansão nos próximos anos.
IFSP
SÃO CARLOS/SP - Estão abertas até o dia 16 de março as inscrições para o primeiro ciclo do processo de seleção para a formação de cadastro reserva para o ingresso no Programa de Assistência Estudantil da UFSCar. Este primeiro ciclo visa acolher as demandas de estudantes que já estão matriculados e matriculadas na UFSCar e das pessoas que estão ingressando na UFSCar pela primeira e segunda chamada do SiSU e por outras modalidades de ingresso também em 2024.
Para participar do processo, a pessoa precisa estar matriculada ou em processo de confirmação de matrícula; cursando ou em processo de início de sua primeira graduação em um dos cursos presenciais da UFSCar, apresentar situação de vulnerabilidade socioeconômica (conforme Ato Administrativo ProACE n.76, de 24, de abril de 2023), que comprove renda per capita familiar de zero a um salário mínimo.
Todo o processo ocorre de forma remota e se inicia com o preenchimento do Formulário de Avaliação Socioeconômica, disponível em https://ufscar.associal.com.br/. Antes, porém, é importante separar as documentações necessárias e que estão listadas aqui: Ato Administrativo ProACE n.76, de 24, de abril de 2023. As pessoas que já participaram do processo de avaliação socioeconômico para ingresso em uma das modalidades de reserva de vagas do SiSU terão a possibilidade de utilizar as documentações que já foram enviadas e complementá-las com informações adicionais que estão indicadas no Ato Administrativo ProACE n.76.
Posteriormente, novos ciclos do processo de ingresso no PAE e atualização da lista do cadastro reserva serão organizados e informados no site www.bolsas.ufscar.br, acompanhando as próximas chamadas do SiSU, buscando, assim, uma articulação entre o ingresso e a permanência estudantil, necessário e importante para o processo de democratização do ensino superior no Brasil.
PAE na UFSCarA UFSCar possui o Programa de Assistência Estudantil (PAE), que beneficia mais de 2 mil estudantes de graduação, e está em sintonia com o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), com o objetivo de democratizar as condições de permanência na educação superior pública federal; minimizar os efeitos das desigualdades sociais e regionais na permanência e conclusão da educação superior; reduzir as taxas de retenção e evasão e contribuir para a promoção da inclusão social pela educação.
É por meio do Programa de Assistência Estudantil que são organizadas e distribuídas as modalidades de bolsas que visam o apoio com moradia e alimentação estudantil. As pessoas que fazem parte do PAE acessam todas as refeições no Restaurante Universitário de forma gratuita e recebem um auxílio financeiro para colaborar com custeio de moradia ou passam a ter acesso às moradias estudantis localizadas, atualmente, nos campi de São Carlos e Sorocaba. Estudantes do PAE também podem acessar outras modalidades de bolsas como as que são organizadas pelo Programa Institucional de Acolhimento e Incentivo à Permanência Estudantil (PIAPE) e pelo Programa de Apoio às Práticas de Esporte e de Lazer (PAPEL), por exemplo.
Para saber as modalidades de bolsas e auxílios voltados para a permanência estudantil que a UFSCar disponibiliza, acesse este link. Desde 2023, o processo de ingresso no PAE passou a ser em ciclos contínuos, ou seja, no decorrer do ano, mais de um processo seletivo pode ocorrer. Para saber todos os detalhes sobre o processo seletivo para ingresso no PAE é preciso acessar o site www.bolsas.ufscar.br.
Acompanhe o calendário com as principais datas referentes ao processo de seleção para ingresso no PAE que também está disponível em www.bolsas.ufscar.br:
- 14/3/2024 a 16/3/2024: Inscrições e envio das documentações para participar do 1o. ciclo de processo de seleção do PAE no site https://ufscar.associal.com.br/
- 25/3/2024 - Resultado Preliminar no site www.bolsas.ufscar.br
- 25/3/2024 a 26/3/2024: Interposição de Recurso no site https://ufscar.associal.com.br/
- 29/3/2024: Resultado do Recurso e Resultado Final no site www.bolsas.ufscar.br
- Até 15/4/2024: Recebimento da primeira parcela das bolsas de assistência estudantil
SÃO CARLOS/SP - Estão abertas as inscrições do processo seletivo específico para o preenchimento de vagas do Curso Técnico em Manutenção Aeronáutica em Célula na Forma Subsequente ao Ensino Médio no Campus São Carlos do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), conforme o Edital IFSP nº 14/2024. São 40 vagas, e o curso tem duração de 24 meses, com atividades presenciais no período vespertino.
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas entre os dias 11 e 18 de março. O interessado deve preencher o formulário de cadastro, o formulário de inscrição e o perfil do candidato, disponíveis no Portal de Processos Seletivos do IFSP, no endereço https://processoseletivo.ifsp.edu.br/cursos-tecnicos-2024-1-manutencao-aeronautica-celula, bem como enviar os documentos solicitados. O vídeo tutorial de inscrição está disponível no YouTube https://www.youtube.com/watch?v=lE3_bJ_dTZQ.
Este edital também faz parte do programa “Mulheres na Aviação”, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que patrocina medidas voltadas a ampliar a participação feminina em áreas de sub-representação, como é o caso das carreiras de mecânico de manutenção aeronáutica e piloto.
Sobre o curso
O curso técnico em Manutenção Aeronáutica em Célula na forma subsequente ao Ensino Médio, oferecido em caráter experimental pelo Campus São Carlos do IFSP e financiado pela Anac, tem como objetivo a formação de mecânicos(as) aeronáuticos, jovens e adultos vindos de comunidades de baixa renda, preferencialmente residentes nas cidades de São Carlos e Ibaté, com foco nos eixos formativos: conhecimento aeronáutico e formação cidadã social e qualificação para o mercado de trabalho aeronáutico.
Cotas
De acordo com a Lei n.º 12.711/2012, suas alterações e a Portaria Normativa n.º 2.027/2023, 50% das vagas de cada curso são reservadas para quem cursou todo o Ensino Fundamental em escolas públicas brasileiras. Pessoas autodeclaradas pretas, pardas ou indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência, que sempre estudaram em escolas públicas brasileiras, também têm direito às vagas reservadas pela Lei n.º 12.711/2012. Confira os detalhes no edital.
Bolsas
O curso tem previsão de bolsas assistenciais para até 40 alunos durante todo o período de formação, no valor de R$700. O pagamento de bolsa será realizado mediante a obtenção dos seguintes critérios durante o decorrer do semestre letivo: presença nas aulas teóricas, práticas e atividades do curso maior ou igual a 75% mensal; e nota maior ou igual à média 6 em cada disciplina individualmente.
SÃO CARLOS/SP - A estudante indígena Josineide Jacilda da Silva, mais conhecida como Vanessa Jacilda ou Vanessa Atikum, do Povo Atikum, de Pernambuco, inovou ao incluir, no âmbito da apresentação de seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do curso de Licenciatura em Educação Especial da UFSCar, uma metodologia até então nunca usada na Universidade, o Tehêy (Pescaria de Conhecimentos).
Vanessa Atikum é do município de Carnaubeira da Penha, especificamente da Serra Umã, aldeia sede do povo Atikum. Ingressou na UFSCar em 2019, pelo Vestibular Indígena. Durante o curso, a estudante notou a ausência de estudantes indígenas com deficiência na Educação Superior. Essa inquietação a levou a estudar o assunto no seu trabalho final do curso de Licenciatura em Educação Especial. "A pesquisa se deu pela percepção da ausência desses estudantes na Universidade, os indígenas com deficiência. Notei desde o primeiro ano do curso e fui aprimorando essa questão até o momento de decidir pesquisar realmente sobre isso", explica.
A pesquisa, intitulada "Estudantes indígenas com deficiência na Educação Superior brasileira: revisão sistemática (2019 a 2023)", com orientação de Rosimeire Maria Orlando, docente do Departamento de Psicologia (DPsi) e coorientacão da pedagoga Adriana Maria Corsi, trata de uma revisão de literatura que busca identificar as produções que falam sobre estudantes indígenas com deficiência na Educação Superior brasileira ao mesmo tempo em que busca identificar o foco dessas produções. A banca contou com a participação dos professores Michele Aparecida de Sá e Marcos José de Aquino Pereira. "Na pesquisa também falo sobre o contexto histórico e político da educação escolar indígena no Brasil, desde a invasão dos portugueses", acrescenta.
"Destaco no trabalho apresentado pela estudante dois pontos principais: a temática que elegeu para o estudo ao investigar a interface entre Educação Superior e o estudante indígena com deficiência e o fato de ser escrito por uma estudante indígena e ter a possibilidade de trazer a cultura de seu povo e contribuir para a troca de aprendizados", aponta a orientadora.
Se o trabalho já se destaca pela abordagem escolhida, Vanessa Atikum foi além e inovou ao ser a primeira estudante da UFSCar a utilizar uma metodologia genuinamente indígena na apresentação de sua pesquisa. O Tehêy foi criado por Dona Liça Pataxó, educadora e liderança do povo Pataxó, de Minas Gerais, que consiste em uma coleta (pesca) de conhecimentos por meio de desenhos simbólicos representativos do tema de estudo e em contexto com a cultura dos povos originários.
"A ideia surgiu pela intenção de descolonizar a universidade e esse pensamento veio com as discussões do grupo de pesquisa ao qual faço parte, o Núcleo de Ação Libertadora Decolonial e Estudos de Indiagem Abiayala (Naldeia), um grupo de pesquisa específico para indígenas na pós-graduação, onde discutimos sobre autores indígenas e a importância da nossa presença na universidade. Além disso, tive apoio das indígenas do povo Pataxó para usar essa metodologia, sendo um importante passo para nós, estudantes indígenas da UFSCar, que temos a intenção de demarcar esse território chamado universidade", afirma a estudante.
O Tehêy foi usado no momento de apresentação do TCC, de forma narrativa, com uso de desenhos simbólicos para os povos indígenas, feitos em cartolina, e que transmitiam os elementos da pesquisa, como: objetivo, problema e metodologia. Na defesa do TCC, realizada no último dia 29 de janeiro, a indígena fez a fala de defesa e, ao final, descreveu todos os desenhos presentes para a banca e para o público presente.
Diferente das demais metodologias acadêmicas, que se baseiam em princípios científicos e empíricos, o Tehêy tem como base a narrativa e a experiência cultural. "O Tehêy valoriza o conhecimento dos povos indígenas agindo de forma descolonizadora dentro da universidade, mostrando ao mundo dos não-indígenas que podemos e temos a capacidade de termos nossas próprias metodologias educacionais, sendo livres da eurocêntrica da universidade."
A pesquisa desenvolvida pela estudante indígena e defendida em banca, comprovou a ausência de produções acadêmicas sobre estudantes indígenas com deficiência na Educação Superior brasileira, dentro do período e metodologia abordados. "De acordo com as Ações Afirmativas, esse público tem o direito à reserva de vagas e até chegam a ingressar na Educação Superior, porém não há publicações que falem sobre o acesso e a permanência. As buscas atingiram um total de zero resultados de produções acadêmicas sobre indígenas com deficiência na Educação Superior brasileira. Diante disso, destaca-se a inquietação: se há políticas de Ações Afirmativas que visam o acesso desse público na universidade, além da prerrogativa de Educação para Todos, por que essa ausência de produções é tão gigantesca nesse ambiente? Essa e outras indagações busco responder na minha pesquisa", conclui a estudante.
A inquietação acadêmica de Vanessa Atikum não para por aí. Ela já iniciou uma revisão sistemática de literatura para usar os dados do TCC e continuar no curso de mestrado, porém com um trabalho de campo, com coletas de dados e ouvindo diretamente esse público, sobre o acesso e a permanência na Educação Superior brasileira.
"Entendemos que a UFSCar, enquanto espaço de excelência e respeito à diversidade, só tem a ganhar ao se abrir para outras formas de apresentação das pesquisas, que partam de conhecimentos e práticas dos povos originários do território brasileiro. Trazer para a UFSCar uma metodologia significativa para indígenas, possibilitou, por meio dos desenhos e da pesquisa, criar um elo entre ancestralidade e ciência ocidental", finaliza Meire Orlando.
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